SCRIPTURAE PRIMUM ET SOLUM
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As meditações sobre as cartas de Tiago, Judas, João e Pedro, levando à madureza,
estão após este artigo sobre o ensino de Jesus Cristo
Ter paz interior na calamidade por meio da esperança cristã
“Quando viu as multidões, subiu ao monte; e, depois de se assentar, vieram a ele os seus discípulos; 2 e ele abriu a boca e começou a ensiná-los, dizendo:
3 “Felizes os cônscios de sua necessidade espiritual, porque a eles pertence o reino dos céus.
4 “Felizes os que pranteiam, porque serão consolados.
5 “Felizes os de temperamento brando, porque herdarão a terra.
6 “Felizes os famintos e sedentos da justiça, porque serão saciados.
7 “Felizes os misericordiosos, porque serão tratados com misericórdia.
8 “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
9 “Felizes os pacíficos, porque serão chamados ‘filhos de Deus’” (Mateus 5:1-9).
Precisamos usar nossa capacidade mental para nos projetar no futuro por meio da alegria na esperança, parte do fruto do espírito santo: "Por outro lado, o fruto do espírito é: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fé, brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei" (Gálatas 5:22,23). Está escrito na Bíblia que Jeová é um Deus feliz e que o cristão prega as "boas novas do Deus feliz" (1 Timóteo 1:11). Embora este sistema de coisas nunca tenha estado tanto em trevas espirituais, devemos ser focos de luz pelas boas novas que compartilhamos, mas também pela alegria de nossa esperança que queremos irradiar para os outros: "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. As pessoas acendem uma lâmpada e a colocam, não debaixo de um cesto, mas em cima de um suporte, e ela brilha sobre todos na casa. Do mesmo modo, deixem brilhar sua luz perante os homens, para que vejam suas boas obras e deem glória ao seu Pai, que está nos céus" (Mateus 5:14-16). O vídeo a seguir e também o artigo, baseados na esperança de vida eterna, foram desenvolvidos com este objetivo de alegria na esperança: “Alegrem-se e fiquem cheios de alegria, porque a sua recompensa é grande nos céus” (Mateus 5:12)… Façamos da alegria de Jeová o nosso baluarte: “Não fiquem tristes, pois a alegria que vem de Jeová é a fortaleza de vocês” (Neemias 8:10).
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Felizes os que têm sido perseguidos
“10 “Felizes os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque a eles pertence o reino dos céus.
11 “Felizes sois quando vos vituperarem e perseguirem, e, mentindo, disserem toda sorte de coisas iníquas contra vós, por minha causa. 12 Alegrai-vos e pulai de alegria, porque a vossa recompensa é grande nos céus; pois assim perseguiram os profetas antes de vós” (Mateus 5:10-12).
Jesus Cristo tinha a energia de sua perseverança frente as suas provações pela alegria da esperança apresentada diante dele. É importante ter energia para alimentar nossa perseverança, por meio da "alegria" de nossa esperança de vida eterna colocada diante de nós. Quanto às nossas provações, Jesus Cristo disse que temos de as resolver no dia a dia (Mateus 6:25-32). O princípio é simples, devemos usar o presente para resolver nossos problemas que à medida vão surgindo, confiando em Deus, para nos ajudar a encontrar uma solução: “Persistam, então, em buscar primeiro o Reino e a justiça de Deus, e todas essas outras coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, nunca fiquem ansiosos por causa do amanhã, pois o amanhã terá suas próprias ansiedades. Bastam a cada dia suas próprias dificuldades” (Mateus 6:33,34). A aplicação desse princípio nos ajudará a administrar melhor a energia mental ou emocional, para lidar com nossos problemas diários. Jesus Cristo aconselha contra a antecipação excessiva, até mesmo mórbida, dos problemas ou provações que podem confundir nossas mentes e tirar de nós toda a energia espiritual (compare com Marcos 4:18,19). É importante ter energia para alimentar nossa perseverança, por meio da "alegria" de nossa esperança de vida eterna colocada diante de nós.
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Um discípulo pode salvar muitas vidas humanas
através do ministério da Palavra
“13 “Vós sois o sal da terra; mas, se o sal perder a sua força, como se lhe restabelecerá a sua salinidade? Não presta mais para nada, senão para ser lançado fora, a fim de ser pisado pelos homens.
14 “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. 15 As pessoas acendem uma lâmpada e a colocam, não debaixo do cesto de medida, mas no velador, e ela brilha sobre todos na casa. 16 Do mesmo modo, deixai brilhar a vossa luz perante os homens, para que vejam as vossas obras excelentes e dêem glória ao vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:13-16).
A palavra grega que se traduz como "pregação" é "κηρύσσω" (kēryssō) (Concordância de Strong "literalmente: anunciar como grito público" (G2784)): "Anuncie como proclamação". Embora a pregação seja um ensinamento simples público, não deve ser confundido com o ensino pedagógico dos ensinamentos básicos da Bíblia, mencionados em Mateus 28:20. Neste texto, Jesus Cristo pede a seus discípulos que ensinem os recém-batizados a dando-lhes um bom treinamento bíblico: "ensinando-as a obedecer a todas as coisas que lhes ordenei" (Mateus 28:20) (ensinando-as: (διδάσκω (disdasko) "ensinar" (Concordância de Strong "Ensinar" (G1321)). Podemos usar dois exemplos simples da Bíblia que mostram a simplicidade de uma mensagem pregada, geralmente com uma frase simples, e um ensino na forma de um discurso:
- Pregação: "Daquele tempo em diante, Jesus começou a pregar (kēryssō) e a dizer: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo"" (Mateus 4:17). Em Lucas 10: 9, quando Jesus Cristo envia 70 de seus discípulos para pregar à frente dele, ele lhes dá o mesmo tema simples da proclamação: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo".
- O ensino na forma de um discurso: "Quando ele viu as multidões, subiu ao monte e, depois de se sentar, chegaram-se a ele os seus discípulos. 2 Então ele abriu a boca e começou a ensiná-los (disdasko), dizendo" (Mateus 5:1,2). Assim, o Sermão do Monte não é uma mera proclamação pública, mas um ensino pedagógico bíblico na forma de um discurso público de cerca de meia hora (neste caso).
No entanto, Jesus Cristo usou a expressão “obras excelentes”, esta luz espiritual, deve brilhar pelo nosso comportamento cristão exemplar.
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Imitemos Jesus Cristo na fidelidade em tudo
“17 “Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas. Não vim destruir, mas cumprir; 18 pois, deveras, eu vos digo que antes passariam o céu e a terra, do que passaria uma só letra menor ou uma só partícula duma letra da Lei sem que tudo se cumprisse. 19 Quem, portanto, violar um destes mínimos mandamentos e ensinar a humanidade neste sentido, será chamado ‘mínimo’ com relação ao reino dos céus. Quanto àquele que os cumprir e ensinar, esse será chamado ‘grande’ com relação ao reino dos céus. 20 Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não abundar mais do que a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mateus 5:17-20).
Jesus Cristo cumpriu a Lei dada a Moisés. Os cristãos não estão sob a lei dada a Moisés. Jesus Cristo é o fim da lei dada a Moisés: "Porque Cristo é o fim da Lei, para que todo aquele que exercer fé possa ter justiça" (Romanos 10:4). No entanto, Jesus Cristo nos exorta a sermos fiéis nas pequenas coisas. “Quem é fiel no mínimo, é também fiel no muito, e quem é injusto no mínimo, é também injusto no muito” (Lucas 16:10).
É importante entender o ponto de vista de Deus sobre o roubo e a mentira.Quando Adão e Eva pecaram por impulso da tentação do diabo, houve a mentira do diabo e o roubo do fruto que pertencia a Deus, por Adão e Eva (Gênesis capítulo 3). Em relação a este relato bíblico, Jesus Cristo associou a mentira do diabo com o homicídio: “Vós sois de vosso pai, o Diabo, e quereis fazer os desejos de vosso pai. Esse foi um homicida quando começou, e não permaneceu firme na verdade, porque não há nele verdade. Quando fala a mentira, fala segundo a sua própria disposição, porque é um mentiroso e o pai da mentira” (João 8:44). Por meio dessa mentira do diabo, o pecado entrou no mundo por meio da desobediência do primeiro homem, Adão. O resultado foi que a morte se estendeu espiritual e geneticamente a todos os seus descendentes (Romanos 5:12; 6:23). Para esta situação que parecia sem nenhuma esperança para toda a humanidade,era necessário que Jeová Deus, o Pai, consentisse na morte em sacrifício de seu amado Filho, Jesus Cristo (Yehoshuah Mashiah), para salvar a humanidade(João 3:16,36).
Com aquela perspectiva, entendemos melhor, as palavras de Jesus Cristo, quando liga a mentira ao homicídio, no caso do diabo, mas também para os seus filhos terrestres, que procuravam constantemente matá-lo (João 5:18; 7:1). Às vezes, alguns dizem que existem "pequenas" e "grandes" mentiras. O problema é que a "necessidade" e a escala da seriedade das mentiras costumam ser definidas pelos próprios mentirosos. Porém, para voltar à ideia importante, é necessário conhecer o ponto de vista de Deus sobre o assunto por meio dos relatos bíblicos. Uma simples afirmação de Cristo mostra que é um erro estabelecer tal escala de gravidade: “Quem é fiel no mínimo, é também fiel no muito, e quem é injusto no mínimo, é também injusto no muito" (Lucas 16:10). Isso pode ser ilustrado pelo exemplo de Ananias e Safira, sua esposa, que venderam sua propriedade para dar o dinheiro à congregação cristã nos dias dos apóstolos. No entanto, o registro nos informa que eles retiveram parte do dinheiro da venda para si mesmos, enquanto levavam os apóstolos a acreditar que eles haviam dado tudo. O resultado é que Deus os condenou à morte por dizerem tal mentira (Atos 5:1-11). A observação bíblica é simples: mentir pode ter consequências desastrosas não só para as vítimas, mas também para os próprios mentirosos.
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Jesus Cristo proibiu assassinato, ódio e insultos
“21 “Ouvistes que se disse aos dos tempos antigos: ‘Não deves assassinar; mas quem cometer um assassínio terá de prestar contas ao tribunal de justiça.’ 22 No entanto, digo-vos que todo aquele que continuar furioso com seu irmão terá de prestar contas ao tribunal de justiça; mas, quem se dirigir a seu irmão com uma palavra imprópria de desprezo terá de prestar contas ao Supremo Tribunal; ao passo que quem disser: ‘Tolo desprezível!’, estará sujeito à Geena ardente” (Mateus 5:21,22).
Durante sua prisão, que o levaria à morte, Jesus Cristo proibiu o uso de armas, nem mesmo para defendê-lo ou defender sua causa: “Jesus disse-lhe então: “Devolve a espada ao seu lugar, pois todos os que tomarem a espada perecerão pela espada"" (Mateus 26:52). O assassinato e o homicídio são proibidos, tanto por motivos pessoais, quanto por patriotismo religioso ou estatal. Esta declaração de Cristo é um lembrete do que está escrito na profecia de Isaías: "E ele certamente fará julgamento entre as nações e resolverá as questões com respeito a muitos povos. E terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Isaías 2:4).
Deixar de aprender a guerra pressupõe obviamente não praticar esportes de combate nem as artes marciais, mesmo aquelas marcadas pela propaganda religiosa, que consistiria em dizer ser para fins "defensivos". Transformar um corpo humano numa "arma defensiva" pode rapidamente se tornar "numa arma ofensiva" que pode ferir e até matar... Os cristãos não devem se divertir assistindo ou olhando esportes violentos e filmes que exaltam a violência gratuita. Isso é completamente detestável aos olhos de Jeová Deus: "O próprio Jeová examina tanto o justo como o iníquo, E Sua alma certamente odeia a quem ama a violência" (Salmos 11:5).
A expressão Geena de fogo, usada por Jesus Cristo, tem o mesmo significado de destruição ou morte sem a possibilidade de ressurreição. Onde estava a Geena? Estava localizado ao sul de Jerusalém, fora das muralhas da cidade. Era simplesmente a lixeira da cidade de Jerusalém, que existia na época de Jesus Cristo e era chamada de Vale de Hinom (Geh Hin·nóm) ou Geena. O lixo da cidade era jogado e queimado ali, assim como os cadáveres de animais e criminosos após sua execução, indignos de um sepultamento (até mesmo, no imaginário coletivo bíblico, indigno de uma ressurreição ("Seu enterro será como o enterro de um jumento: Ele será arrastado e lançado para longe, Fora dos portões de Jerusalém" (Jeremias 22:19)).
É importante diferenciar entre a palavra hebraica Seol e a grega Hades, de um lado, e Geena, do outro. Em algumas traduções da Bíblia, essas três palavras foram traduzidas como a palavra latina original inferno (infernus). Ao fazer isso, criou confusão na compreensão da palavra geena, tornando-se um ensino antibíblico da existência de um inferno de fogo.
Jesus Cristo usou a palavra "Geena" ou "Geena de fogo", como um lugar real conhecido por todos os seus contemporâneos, para ilustrar o julgamento eterno e a ideia de destruição sem a possibilidade de ressurreição, a famosa segunda morte. Em seu Sermão do Monte, Jesus Cristo mencionou este lugar três vezes, sem necessariamente especificar o seu significado. Por quê? Muito simplesmente, até mesmo na Galiléia, a 100 km ao norte de Jerusalém, esse lugar de destruição era muito conhecido e não exigia nenhuma descrição ou explicação (Mateus 5:22,29,30). A Geena estava associada a um lugar de fogo que não se apagava, por quê? Pela óbvia razão de que tal lugarl, próximo duma cidade, teria representado um perigo para a saúde da maioria dos habitantes, se não tivesse sido alimentado por um fogo permanente ou constante, à base de enxofre, para decompor todos os resíduos da cidade, mais rapidamente (Marcos 9:47,48).
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Um bom relacionamento com Deus
passa por um bom relacionamento com o próximo,
resolvendo bem os conflitos de personalidade
“23 “Se tu, pois, trouxeres a tua dádiva ao altar e ali te lembrares de que o teu irmão tem algo contra ti, 24 deixa a tua dádiva ali na frente do altar e vai; faze primeiro as pazes com o teu irmão, e então, tendo voltado, oferece a tua dádiva.
25 “Resolve prontamente os assuntos com aquele que se queixa de ti em juízo, enquanto ainda estás com ele em caminho para lá, para que, de algum modo, o queixoso não te entregue ao juiz, e o juiz, ao oficial de justiça, e sejas lançado na prisão. 26 Eu te digo categoricamente: Certamente não sairás dali até pagares a última moeda de pouco valor” (Mateus 5:23-26).
Jesus Cristo disse que é melhor resolver um problema com o próximo antes de orar a Deus. Jesus Cristo explicou que para ter um bom relacionamento com Deus, devemos ter um bom relacionamento com nosso próximo. Devemos resolver nossos problemas com nosso próximo o mais rápido possível. Especialmente se pecamos contra ele.
Também neste mesmo capítulo, Jesus Cristo disse de amar nossos inimigos (Mateus 5:38-48). O verbo "amar", neste contexto, deve ser entendido no sentido de amor atencioso, sem necessariamente ser marcado pelo afeto para com o nosso inimigo. Por exemplo, quando alguém nos insulta ou se comporta mal conosco, o amor baseado nos princípios bíblicos nos impedirá de responder ao insulto com insulto ou ódio com ódio. Desse modo, o círculo vicioso do ódio pelo ódio será quebrado, pelo círculo virtuoso solicitado por Jesus Cristo: quer dizer responder ao ódio do nosso inimigo, pelo autocontrole, pelo amor baseado no decoro, nos bons modos, na boa educação e bom senso (Gálatas 5:22,23 "o fruto do espírito santo"). Talvez essa forma de agir o incentive a mudar de atitude conosco.
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Os motivos das ações (boas ou más) importam
tanto quanto as ações (boas ou más)
“27 “Ouvistes que se disse: ‘Não deves cometer adultério.’ 28 Mas eu vos digo que todo aquele que persiste em olhar para uma mulher, a ponto de ter paixão por ela, já cometeu no coração adultério com ela. 29 Se, pois, aquele olho direito teu te faz tropeçar, arranca-o e lança-o para longe de ti. Porque é mais proveitoso para ti que percas um dos teus membros, do que ser todo o teu corpo lançado na Geena. 30 Também, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a para longe de ti. Porque te é mais proveitoso perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo acabar na Geena” (Mateus 5:27-30).
O coração simbólico constitui o interior espiritual de uma pessoa, feito de raciocínios acompanhados de palavras e ações (boas ou más). Sem usar a expressão "circuncisão espiritual (ou incircuncisão) do coração", Jesus Cristo explicou bem o que faz uma pessoa pura ou impura perante Deus, por causa do estado de seu coração simbólico: "No entanto, tudo o que sai da boca vem do coração, e essas coisas tornam o homem impuro. Por exemplo, do coração vêm raciocínios maus, assassinatos, adultérios, imoralidade sexual, roubos, falsos testemunhos, blasfêmias. Essas são as coisas que tornam o homem impuro" (Mateus 15: 18-20). Neste caso, Jesus Cristo descreve um ser humano numa condição de incircunciso espiritual, com o seu "prepúcio do coração" com o seu raciocínio ruim que o torna impuro diante de Deus e não apto para a vida (ver Provérbios 4: 23) . "O homem bom, do seu bom tesouro, faz sair coisas boas, ao passo que o homem mau, do seu mau tesouro, faz sair coisas más" (Mateus 12:35). Na primeira parte da declaração de Jesus Cristo, ele descreve um ser humano que tem um coração espiritualmente circuncidado.
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O punto de vista de Jesus Cristo
sobre o divórcio e novo casamento
“31 “Outrossim, foi dito: ‘Quem se divorciar de sua esposa, dê-lhe certificado de divórcio.’ 32 No entanto, eu vos digo que todo aquele que se divorciar de sua esposa, a não ser por causa de fornicação, expõe-na ao adultério, e quem se casar com uma mulher divorciada comete adultério” (Mateus 5:31,32).
"E vieram ter com ele fariseus, decididos a tentá-lo, e disseram: “É lícito que um homem se divorcie de sua esposa por qualquer motivo?” Em resposta, ele disse: “Não lestes que aquele que os criou desde [o] princípio os fez macho e fêmea, e disse: ‘Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa, e os dois serão uma só carne’? De modo que não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus pôs sob o mesmo jugo, não o separe o homem.” Disseram-lhe: “Então, por que prescreveu Moisés que se desse um certificado de repúdio e que ela fosse divorciada?” Ele lhes disse: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos fez a concessão de vos divorciardes de vossas esposas, mas este não foi o caso desde o princípio. Eu vos digo que todo aquele que se divorciar de sua esposa, exceto em razão de fornicação, e se casar com outra, comete adultério”" (Mateus 19:3-9).
Assim, o divórcio e o novo casamento, só são permitidos com base de fornicação, ou seja, práticas sexuais que a Bíblia condena, como o adultério, a homossexualidade e outras práticas sexuais perversas. O que rompe os laços do casamento são a morte do cônjuge e a fornicação, geralmente o adultério. É claro que, em casos de adultério, o divórcio não é automático. O cônjuge ofendido pode perdoar. Neste caso, com mútuo acordo, a vida conjugal pode continuar. Nessa situação, o cônjuge anteriormente ofendido não poderá reconsiderar biblicamente sua decisão (se assim for (quando não houver outra constatação de adultério), não poderia se casar novamente). No caso duma reincidência com a constatação de adultério, e desta vez o cônjuge ofendido não perdoara, ele pode se divorciar e se casar novamente. Para aqueles que fariam o cálculo perverso de recorrer ao adultério, ou a manipulação para expor seu cônjuge ao adultério, usando a expressão de Cristo (pela greve sexual sem qualquer motivo, a fim de expor ao adultério, o cônjuge em necessidade), a fim de romper os vínculos sagrados do matrimônio, contando então com a misericórdia de Deus para ser perdoado, errariam: "O matrimônio seja honroso entre todos e o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os fornicadores e os adúlteros" (Hebreus 13:4).
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Respeito pela palavra dada dizendo a verdade
“33 “Novamente, ouvistes que se disse aos dos tempos antigos: ‘Não deves jurar sem cumprir, mas tens de pagar os teus votos a Jeová.’ 34 No entanto, eu vos digo: Não jureis absolutamente, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35 nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. 36 Tampouco deves jurar pela tua cabeça, porque não podes tornar nem um só cabelo branco ou preto. 37 Deixai simplesmente que a vossa palavra Sim signifique Sim, e o vosso Não, Não; pois tudo o que for além disso é do iníquo” (Mateus 5:33-37).
E quanto à mentira, está escrito: "Não estejais mentindo uns aos outros. Desnudai-vos da velha personalidade com as suas práticas" (Colossenses 3:9). É importante entender o ponto de vista de Deus sobre o roubo e a mentira. Quando Adão e Eva pecaram por impulso da tentação do diabo, houve a mentira do diabo e o roubo do fruto que pertencia a Deus, por Adão e Eva (Gênesis capítulo 3). Em relação a este relato bíblico, Jesus Cristo associou a mentira do diabo com o homicídio: “Vós sois de vosso pai, o Diabo, e quereis fazer os desejos de vosso pai. Esse foi um homicida quando começou, e não permaneceu firme na verdade, porque não há nele verdade. Quando fala a mentira, fala segundo a sua própria disposição, porque é um mentiroso e o pai da mentira” (João 8:44). Por meio dessa mentira do diabo, o pecado entrou no mundo por meio da desobediência do primeiro homem, Adão. O resultado foi que a morte se estendeu espiritual e geneticamente a todos os seus descendentes (Romanos 5:12; 6:23). Para esta situação que parecia sem nenhuma esperança para toda a humanidade, era necessário que Jeová Deus, o Pai, consentisse na morte em sacrifício de seu amado Filho, Jesus Cristo (Yehoshuah Mashiah), para salvar a humanidade (João 3:16,36).
Com aquela perspectiva, entendemos melhor, as palavras de Jesus Cristo, quando liga a mentira ao homicídio, no caso do diabo, mas também para os seus filhos terrestres, que procuravam constantemente matá-lo (João 5:18; 7:1). Às vezes, alguns dizem que existem "pequenas" e "grandes" mentiras. O problema é que a "necessidade" e a escala da seriedade das mentiras costumam ser definidas pelos próprios mentirosos. Porém, para voltar à ideia importante, é necessário conhecer o ponto de vista de Deus sobre o assunto por meio dos relatos bíblicos. Uma simples afirmação de Cristo mostra que é um erro estabelecer tal escala de gravidade: “Quem é fiel no mínimo, é também fiel no muito, e quem é injusto no mínimo, é também injusto no muito" (Lucas 16:10). Isso pode ser ilustrado pelo exemplo de Ananias e Safira, sua esposa, que venderam sua propriedade para dar o dinheiro à congregação cristã nos dias dos apóstolos. No entanto, o registro nos informa que eles retiveram parte do dinheiro da venda para si mesmos, enquanto levavam os apóstolos a acreditar que eles haviam dado tudo. O resultado é que Deus os condenou à morte por dizerem tal mentira (Atos 5:1-11). A observação bíblica é simples: mentir pode ter consequências desastrosas não só para as vítimas, mas também para os próprios mentirosos.
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Devemos ser pacificadores amantes da paz e
pacificadores fazendo a paz
“38 “Ouvistes que se disse: ‘Olho por olho e dente por dente.’ 39 No entanto, eu vos digo: Não resistais àquele que é iníquo; mas, a quem te esbofetear a face direita, oferece-lhe também a outra. 40 E, se alguém quiser levar-te perante o tribunal para obter posse de tua roupa interior, deixa-o ter também a tua roupa exterior; 41 e, se alguém sob autoridade te obrigar a prestar serviço por mil passos, vai com ele dois mil. 42 Dá ao que te pede e não te desvies daquele que deseja tomar emprestado de ti sem juros” (Mateus 5:38-42).
Durante sua prisão, que o levaria à morte, Jesus Cristo proibiu o uso de armas, nem mesmo para defendê-lo ou defender sua causa: “Jesus disse-lhe então: “Devolve a espada ao seu lugar, pois todos os que tomarem a espada perecerão pela espada"" (Mateus 26:52). O assassinato e o homicídio são proibidos, tanto por motivos pessoais, quanto por patriotismo religioso ou estatal. Esta declaração de Cristo é um lembrete do que está escrito na profecia de Isaías: "E ele certamente fará julgamento entre as nações e resolverá as questões com respeito a muitos povos. E terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Isaías 2:4).
Deixar de aprender a guerra pressupõe obviamente não praticar esportes de combate nem as artes marciais, mesmo aquelas marcadas pela propaganda religiosa, que consistiria em dizer ser para fins "defensivos". Transformar um corpo humano numa "arma defensiva" pode rapidamente se tornar "numa arma ofensiva" que pode ferir e até matar... Os cristãos não devem se divertir assistindo ou olhando esportes violentos e filmes que exaltam a violência gratuita. Isso é completamente detestável aos olhos de Jeová Deus: "O próprio Jeová examina tanto o justo como o iníquo, E Sua alma certamente odeia a quem ama a violência" (Salmos 11:5).
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Ser perfeito como o Pai Celestial é perfeito
na manifestação do amor ao próximo
“43 “Ouvistes que se disse: ‘Tens de amar o teu próximo e odiar o teu inimigo.’ 44 No entanto, eu vos digo: Continuai a amar os vossos inimigos e a orar pelos que vos perseguem; 45 para que mostreis ser filhos de vosso Pai, que está nos céus, visto que ele faz o seu sol levantar-se sobre iníquos e sobre bons, e faz chover sobre justos e sobre injustos. 46 Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem também a mesma coisa os cobradores de impostos? 47 E, se cumprimentardes somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem também a mesma coisa as pessoas das nações? 48 Concordemente, tendes de ser perfeitos, assim como o vosso Pai celestial é perfeito” (Mateus 5:43-48).
O verbo "amar", neste contexto, deve ser entendido no sentido de amor atencioso, sem necessariamente ser marcado pelo afeto para com o nosso inimigo. Por exemplo, quando alguém nos insulta ou se comporta mal conosco, o amor baseado nos princípios bíblicos nos impedirá de responder ao insulto com insulto ou ódio com ódio. Desse modo, o círculo vicioso do ódio pelo ódio será quebrado, pelo círculo virtuoso solicitado por Jesus Cristo: quer dizer responder ao ódio do nosso inimigo, pelo autocontrole, pelo amor baseado no decoro, nos bons modos, na boa educação e bom senso (Gálatas 5:22,23 "o fruto do espírito santo"). Talvez essa forma de agir o incentive a mudar de atitude conosco.
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O Sermão do Monte
(Mateus capítulo 6)
Sirvamos a Deus com humildade, modéstia e discrição,
para a glória de Deus
“Tomai muito cuidado em não praticardes a vossa justiça diante dos homens, a fim de serdes observados por eles; do contrário não tereis recompensa junto de vosso Pai que está nos céus. 2 Portanto, quando fizeres dádivas de misericórdia, não toques a trombeta diante de ti, assim como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Deveras, eu vos digo: Eles já têm plenamente a sua recompensa. 3 Mas tu, quando fizeres dádivas de misericórdia, não deixes a tua esquerda saber o que a tua direita está fazendo, 4 para que as tuas dádivas de misericórdia fiquem em secreto; então o teu Pai, que está olhando em secreto, te pagará de volta. 16 Quando jejuardes, parai de ficar com o rosto triste, como os hipócritas, pois desfiguram os seus rostos para que pareça aos homens que estão jejuando. Deveras, eu vos digo: Eles já têm plenamente a sua recompensa. 17 Mas tu, quando jejuares, unta a tua cabeça e lava o rosto, 18 para que não pareça aos homens que estás jejuando, mas ao teu Pai, que está em secreto; então o teu Pai, que olha em secreto, te recompensará” (Mateus 6:1-6,16-18).
Jesus Cristo disse que o humano que trabalha para sua própria glória para colher uma forma de reconhecimento dos homens pelas obras que realiza, só será recompensado com a vaidade da glória dos homens, muito curta, e sem recompensa de Deus. O Pai Celestial só recompensa os humanos que andam modestamente com Ele: "Ele te informou, ó homem terreno, sobre o que é bom. E o que é que Jeová pede de volta de ti senão que exerças a justiça, e ames a benignidade, e andes modestamente com o teu Deus?" (Miquéias 6:8). A recompensa de Deus, por nossas boas obras, feitas na ignorância geral dos humanos, é eterna.
Lembremos o que Jesus Cristo disse no início do Sermão do Monte: seus discípulos são as luzes do mundo, e as boas obras que eles fazem, devem dar glória ao seu Pai (Mateus 5:14-16). Portanto, tenhamos o cuidado de fazer com que o mérito de nossas boas obras, recaia sempre sobre Deus: "Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei todas as coisas para a glória de Deus" (1 Coríntios 10:31).
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Jesus Cristo nos diz como orar ao Pai Celestial
“5 Também, quando orardes, não deveis ser como os hipócritas; porque eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas largas, para serem vistos pelos homens. Deveras, eu vos digo: Eles já têm plenamente a sua recompensa. 6 Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto particular, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; então o teu Pai, que olha em secreto, te pagará de volta. 7 Mas, ao orares, não digas as mesmas coisas vez após vez, assim como fazem os das nações, pois imaginam que serão ouvidos por usarem de muitas palavras. 8 Portanto, não vos façais semelhantes a eles, porque Deus, vosso Pai, sabe de que coisas necessitais antes de lhe pedirdes” (Mateus 6:5-8).
É simplesmente um lembrete do primeiro dos dez mandamentos: devemos adorar apenas a Jeová. Não devemos dirigir nossas orações a Jesus Cristo porque ele é o Filho de Deus e não o Deus Todo-Poderoso. O próprio apóstolo Pedro disse que Jesus Cristo como o Filho de Deus. Após sua resposta correta, Jesus Cristo parabenizou o apóstolo Pedro: "Simão Pedro respondeu: “O senhor é o Cristo, o Filho do Deus vivente.” Jesus lhe disse então: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas, porque isso não lhe foi revelado por homens, mas pelo meu Pai, que está nos céus" (Mateus 16:16,17). Jeová Deus não faz parte de uma trindade O ensino da Trindade não é bíblico.
Os "verdadeiros adoradores" devem adorar a Deus com "espírito" ou espiritualmente, sem objetos religiosos idólatras, como cruzes, estátuas, imagens ou medalhas relacionadas ao culto mariano, ou dos "santos". Se um cristão tem tais objetos, ele deve se livrar deles ou destruí-los (Atos 19:19,20). O cristão deve adorar a Deus com a "verdade" estabelecida na Bíblia (João 17:17; 2 Timóteo 3: 16,17; 2 Pedro 1: 20,21)). O cristão não deve fazer gestos que não sejam adequados, biblicamente, antes e depois da oração, como fazer o sinal da cruz. É uma prática não bíblica que não existia no tempo dos apóstolos. Como o apóstolo Paulo disse com inspiração de Deus: "Portanto, meus amados, fujam da idolatria" (1 Coríntios 10:14).
É apropriado repetir essa oração de maneira mecânica, sem pensar nisso? Com base nas declarações de Jesus Cristo, é óbvio que não. Podemos reler o que ele disse sobre não repetir mecanicamente, sem pensar, sempre as mesmas palavras em nossas orações: "Quando orar, não diga as mesmas coisas vez após vez, como fazem as pessoas das nações, pois imaginam que serão ouvidas por usarem muitas palavras" (Mateus 6:7).
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O que lembrar da oração-modelo
“9 Portanto, tendes de orar do seguinte modo:
“‘Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome. 10 Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra. 11 Dá-nos hoje o nosso pão para este dia; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores. 13 E não nos leves à tentação, mas livra-nos do iníquo.’
14 “Pois, se perdoardes aos homens as suas falhas, também o vosso Pai celestial vos perdoará; 15 ao passo que, se não perdoardes aos homens as suas falhas, tampouco o vosso Pai vos perdoará as vossas falhas” (Mateus 6:9-15).
Devemos orar a Deus com amor e carinho, como quando um filho e uma filha se dirigem ao pai a quem amam profunda e sinceramente. Devemos nos preocupar com o Seu nome, seja Ele santificado, que inclui o desejo de defender a fama do Nome. Devemos expressar a ele nosso sincero desejo de que Seu justo propósito seja realizado na terra (Mateus 6:9,10). Entendemos que Jesus Cristo deixa claro que nossas orações, em geral, devem ser um ato de adoração dirigido a Deus, expressando a Ele louvores e profunda gratidão pelas muitas expressões de amor que Ele manifesta para nós. O livro dos Salmos dá muitos exemplos de louvores que podemos dar a Jeová Deus, como um agradável incenso espiritual para Ele: "Que a minha oração seja como o incenso preparado diante de ti, Que as minhas mãos erguidas sejam como a oferta de cereais do anoitecer" (Salmo 141:2). Jeová Deus é muito sensível ao fato de que o amamos e o fazemos conhecer por nossas palavras e nossa conduta: "(Deus) que me amam e guardam os meus mandamentos" (Êxodo 20:6). Através de nossas orações e comportamento, vamos responder ao amor de Deus para nós, amando Deus em troca. O Salmo 145 é muito rico em louvores dirigidos a Deus: "Vou exaltar-te, ó meu Deus e Rei, Vou louvar o teu nome para todo o sempre" (Salmos 145:1).
Então podemos orar a Deus, referindo mais especificamente às nossas necessidades pessoais, como que Ele nos ajude espiritual e materialmente. Podemos compartilhar com Deus nossos sentimentos mais íntimos que nos preocupam, ou expressar a Ele nossa alegria em agradecimento (O livro bíblico dos Salmos é uma coleção poética preciosa de sentimentos expressos a Deus). Jesus Cristo, na última parte da oração, nos encoraja a pedir a Deus que nos ajude a lutar contra nossas fraquezas, que o diabo está explorando para nos tentar e, assim, minar nossa integridade (Mateus 6:11-13). Romanos 7:21-25).
Em Mateus 6: 14,15, Jesus Cristo mostra que a qualidade do nosso relacionamento com Deus depende do relacionamento que temos com o próximo: "Pois, se vocês perdoarem aos homens as falhas deles, o seu Pai celestial também perdoará vocês; ao passo que, se não perdoarem aos homens as falhas deles, o seu Pai também não perdoará as falhas de vocês" (Mateus 5:23,24; 1 João 3:15,4:8).
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Devemos rejeitar o amor ao dinheiro e a busca da riqueza
Devemos fazer uma escolha, entre servir a Deus ou as Riquezas
“19 Parai de armazenar para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem consomem, e onde ladrões arrombam e furtam. 20 Antes, armazenai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde ladrões não arrombam nem furtam. 21 Pois, onde estiver o teu tesouro, ali estará também o teu coração.
22 “A lâmpada do corpo é o olho. Se, pois, o teu olho for singelo, todo o teu corpo será luminoso; 23 mas, se o teu olho for iníquo, todo o teu corpo será escuro. Se, na realidade, a luz que está em ti é escuridão, quão grande é essa escuridão!
24 “Ninguém pode trabalhar como escravo para dois amos; pois, ou há de odiar um e amar o outro, ou há de apegar-se a um e desprezar o outro. Não podeis trabalhar como escravos para Deus e para as Riquezas” (Mateus 6:19-24).
É claro que a Bíblia não condena a riqueza, assim como não encoraja a pobreza. Jesus Cristo adverte contra nossa relação com as riquezas, posta em perspectiva com nosso objetivo principal de servir a Deus. Jesus Cristo, como a Bíblia como um todo, condena o amor ao dinheiro: “No entanto, os que estão resolvidos a ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitos desejos insensatos e nocivos, que lançam os homens na destruição e na ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais, e alguns, por procurarem alcançar este amor, foram desviados da fé e se traspassaram todo com muitas dores” (1 Timóteo 6:9,10). Pela expressão "olho singelo", quer dizer sincero, unidirecional, em foco, generoso, que está em conformidade com o serviço a Deus. Um "olho iníquo", é mau e invejoso, representa objetivos baseados em luxúria, ganância, o que é consistente com o serviço ao deus Riqueza.
Jesus Cristo encoraja a ser rico para com Deus: “Com isso contou-lhes uma ilustração, dizendo: “A terra de certo homem rico produziu bem. Conseqüentemente, ele começou a raciocinar no seu íntimo, dizendo: ‘Que farei, agora que não tenho onde ajuntar as minhas safras?’ De modo que ele disse: ‘Farei o seguinte: Derrubarei os meus celeiros e construirei maiores, e ali ajuntarei todos os meus cereais e todas as minhas coisas boas; e direi à minha alma: “Alma, tens muitas coisas boas acumuladas para muitos anos; folga, come, bebe, regala-te.”’ Mas Deus disse-lhe: ‘Desarrazoado, esta noite te reclamarão a tua alma. Quem terá então as coisas que armazenaste?’ Assim é com o homem que acumula para si tesouro, mas não é rico para com Deus” (Lucas 12:16-21).
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Jesus Cristo nos encoraja a resolver nossos problemas
dia a dia
“25 Por esta razão eu vos digo: Parai de estar ansiosos pelas vossas almas, quanto a que haveis de comer ou quanto a que haveis de beber, ou pelos vossos corpos, quanto a que haveis de vestir. Não significa a alma mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? 26 Observai atentamente as aves do céu, porque elas não semeiam nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós mais do que elas? 27 Quem de vós, por estar ansioso, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? 28 Também no assunto do vestuário, por que estais ansiosos? Aprendei uma lição dos lírios do campo, como eles crescem; não labutam nem fiam; 29 mas eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestia como um destes. 30 Se Deus, pois, veste assim a vegetação do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vestirá ele tanto mais a vós, ó vós os de pouca fé? 31 Portanto, nunca estejais ansiosos, dizendo: ‘Que havemos de comer?’ ou: ‘Que havemos de beber?’ ou: ‘Que havemos de vestir?’ 32 Porque todas estas são as coisas pelas quais se empenham avidamente as nações. Pois o vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas.
33 “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas. 34 Portanto, nunca estejais ansiosos quanto ao dia seguinte, pois o dia seguinte terá as suas próprias ansiedades. Basta a cada dia o seu próprio mal” (Mateus 6:25-32).
É completamente normal sentir-se preocupado com os problemas, especialmente se forem graves. No entanto, Jesus Cristo diz que a preocupação excessiva não resolverá o problema. Além disso, ele faz esta pergunta, para mostrar que a preocupação excessiva é infrutífera: "Quem de vós, por estar ansioso, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?" (versículo 27). A melhor maneira de lidar com a preocupação é confiar que Deus ajudará os humanos cuidadosos a fazer Sua vontade, assim como Ele cuida de toda a Sua criação: "Eu era moço, também fiquei velho, E, no entanto, não vi nenhum justo completamente abandonado, Nem a sua descendência procurando pão" (Salmos 37:25). Jesus Cristo encoraja os humanos a viver no presente (limitado neste caso, pelo dia), para resolver problemas porque o passado não existe mais e o futuro não existe. Essa ideia simples ajuda a não alimentar a preocupação excessiva porque "basta a cada dia o seu próprio mal". Em conselho sobre a oração, Jesus Cristo disse: "Deus, vosso Pai, sabe de que coisas necessitais antes de lhe pedirdes" (Mateus 6:8). Quanto à necessidade de alimento, está escrito na oração modelo: "Dá-nos hoje o nosso pão para este dia" (Mateus 6:11).
Portanto, é melhor evitar a antecipação excessiva que pode levar à ansiedade mórbida. Vamos resolver nossos problemas à medida que eles surgem, confiando em Deus: "Confia em Jeová de todo o teu coração e não te estribes na tua própria compreensão. Nota-o em todos os teus caminhos, e ele mesmo endireitará as tuas veredas" (Provérbios 3:5.6).
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O Sermão do Monte
(Mateus capítulo 7)
Parai de julgar, para que não sejais julgados
“Parai de julgar, para que não sejais julgados; 2 pois, com o julgamento com que julgais, vós sereis julgados; e com a medida com que medis, medirão a vós. 3 Então, por que olhas para o argueiro no olho do teu irmão, mas não tomas em consideração a trave no teu próprio olho? 4 Ou, como podes dizer a teu irmão: ‘Permite-me tirar o argueiro do teu olho’, quando, eis que há uma trave no teu próprio olho? 5 Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e depois verás claramente como tirar o argueiro do olho do teu irmão” (Mateus 7:1-5).
Esta exortação a não julgar deve ser colocada no contexto da relação humana em geral e não no quadro normal de um tribunal que requer a intervenção de um juiz para decidir sobre a culpa ou não de uma pessoa.
Jesus Cristo diz que o homem que tende a julgar sistematicamente o próximo, muitas vezes esquece que está exatamente na mesma situação que a pessoa que está julgando: ele é um pecador como todos os outros descendentes de Adão: "Pois todos pecaram e não atingem a glória de Deus” (Romanos 3:23). Jesus Cristo acrescenta um segundo ponto mostrando que aquele que julga se coloca numa situação muito delicada do ponto de vista daquele que exercerá o julgamento, o Rei Jesus Cristo, especialmente pouco antes da grande tribulação: ele será julgado da mesma maneira como ele julga os outros. Portanto, o não julgamento, visto dessa perspectiva, é uma forma de ser prudente. No entanto, Jesus Cristo disse antes, em seu sermão, que devemos ser misericordiosos e assim seremos tratados com misericórdia. Devemos perdoar, para que Deus nos perdoe nossas faltas (Mateus 5:7; 6:14,15).
No entanto, Jesus Cristo vai muito mais longe em relação à pessoa que tende a julgar o próximo, diz sem hesitar, que é um hipócrita. De fato, ela julga seu próximo ignorando que ela tem faltas, ainda mais graves; Jesus Cristo diz que a pessoa julgada tem um argueiro no olho enquanto, por efeito ótico, tem uma trave no olho. A expressão usada por Cristo está totalmente de acordo com a pessoa que julga regularmente o seu próximo: "Médico, cura-te a ti mesmo" (Lucas 4:23).
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Não deis aos cães o que é santo
“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis as vossas pérolas diante dos porcos, para que nunca as pisem debaixo dos seus pés, e, voltando-se, vos dilacerem” (Mateus 7:6).
Obviamente, os cães e os porcos simbolizam humanos carnais cujo comportamento não é nada espiritual (1 Coríntios 2:16). No entanto, neste caso específico, Jesus Cristo explica que esses humanos podem causar ferimentos ou até mesmo a morte. O que é "santo" ou as "pérolas" são dons espirituais relacionados ao serviço sagrado que prestamos a Deus, entre outras coisas, a proclamação das boas novas e o ensino bíblico. No âmbito do ministério cristão da Palavra, o cristão deve ter prudência, discernimento e compreensão quando não é prudente insistir: "Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto, mostrai-vos cautelosos como as serpentes, contudo, inocentes como as pombas” (Mateus 10:16).
Todas as pessoas que se recusam a ouvir por um tempo as boas novas, ou que têm um ponto de vista fundamentalmente divergente da Palavra de Deus, não devem ser colocadas na categoria mencionada por Jesus Cristo. Ele estava com os pecadores para trazê-los de volta ao caminho certo: "Eu não vim chamar os que são justos, mas sim pecadores ao arrependimento" (Lucas 5:27-32). Em algumas religiões ou congregações, os cristãos são excomungados por terem um ponto de vista diferente sobre a interpretação da Bíblia. Enquanto esses cristãos são colocados na categoria de apóstatas, alguns chegam a chamá-los de “cães” e “porcos”, enquanto seu comportamento não tem nada a ver com a periculosidade mencionada por Jesus Cristo, ou seja, prejudicá-los ou pôr em risco suas vidas.
Em relação a essa situação dolorosa, especialmente para as pessoas marginalizadas por todo um conjunto de congregações, as coisas estão nas mãos do Rei Jesus Cristo, no momento do julgamento das congregações cristãs, pouco antes da grande tribulação (Mateus 25). Para as pessoas que não hesitam em insultá-los, de acordo com Mateus 7:1-4, mas também de acordo com Mateus 5:22, eles se colocam numa situação extremamente perigosa, porque se a pessoa ou as pessoas marginalizadas fossem encontradas inocentes, sua boa reputação restaurada, no dia do julgamento, o que acontecerá com as pessoas que os insultaram gravemente?
Aqui está um texto da profecia de Isaías, que será um encorajamento para as pessoas honestas diante de Deus, que vivem esta situação muito dolorosa: "Ouvi a palavra de Jeová, vós os que tremeis da sua palavra: “Vossos irmãos que vos odeiam, que vos excluem por causa do meu nome, disseram: ‘Glorificado seja Jeová!’ Ele terá de aparecer também com alegria da vossa parte, e eles serão os envergonhados”" (Isaías 66:5). Se você é fiel a Deus e a Jesus Cristo e você permanecer, Deus garantirá a reabilitação de sua boa reputação que você já tem diante dele, desta vez em particular na frente daqueles que infringem a dignidade de sua pessoa:
"No entanto, digo-vos que todo aquele que continuar furioso com seu irmão terá de prestar contas ao tribunal de justiça; mas, quem se dirigir a seu irmão com uma palavra imprópria de desprezo terá de prestar contas ao Supremo Tribunal; ao passo que quem disser: ‘Tolo desprezível!’, estará sujeito à Geena ardente" (Mateus 5:22).
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Persisti em pedir, e dar-se-vos-á
“7 Persisti em pedir, e dar-se-vos-á; persisti em buscar, e achareis; persisti em bater, e abrir-se-vos-á. 8 Pois, todo o que [persistir em] pedir, receberá, e todo o que [persistir em] buscar, achará, e a todo o que [persistir em] bater, abrir-se-á. 9 Deveras, qual é o homem entre vós, cujo filho lhe peça pão — será que lhe entregará uma pedra? 10 Ou talvez lhe peça um peixe — será que lhe entregará uma serpente? 11 Portanto, se vós, embora iníquos, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem!” (Mateus 7:7-11).
Jesus Cristo diz que se queremos a bênção de Deus, devemos insistir e perseverar na oração. Em outra ilustração, ele mostrou como uma viúva, à força de insistir diante de um juiz injusto, conseguiu obter justiça: "Depois prosseguiu a contar-lhes uma ilustração a respeito da necessidade de sempre orarem e de nunca desistirem, dizendo: “Em certa cidade havia certo juiz que não temia a Deus e não respeitava homem. Mas, havia naquela cidade uma viúva, e ela persistia em ir ter com ele, dizendo: ‘Cuida de que eu obtenha justiça do meu adversário em juízo.’ Pois bem, por um tempo ele não estava disposto, mas depois disse para si mesmo: ‘Embora eu não tema a Deus nem respeite o homem, de qualquer modo, visto que esta viúva me causa continuamente contrariedade, cuidarei de que ela obtenha justiça, para que não persista em vir e em amofinar-me até o fim.’” O Senhor disse então: “Ouvi o que disse o juiz, embora injusto! Certamente, então, não causará Deus que se faça justiça aos seus escolhidos que clamam a ele dia e noite, embora seja longânime para com eles? Eu vos digo: Ele causará que se lhes faça velozmente justiça. Não obstante, quando chegar o Filho do homem, achará realmente fé na terra?”" (Lucas 18:1-8).
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A regra de ouro
“Todas as coisas, portanto, que quereis que os homens vos façam, vós também tendes de fazer do mesmo modo a eles; isto, de fato, é o que a Lei e os Profetas querem dizer” (Mateus 7:12).
Jesus Cristo declara o mandamento que sustenta toda a Lei e os Profetas, ou seja, a lei real do amor porque ele repete exatamente a mesma frase na conclusão: "Instrutor, qual é o maior mandamento na Lei?” Disse-lhe: “‘Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente.’ Este é o maior e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: ‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’ Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.”" (Mateus 22: 36-40; Tiago 2:8).
Ainda sobre o mesmo tema do amor ao próximo, foi questionado sobre o que realmente significa a palavra “próximo”. Jesus Cristo deu uma ilustração para dar a definição: "Mas, querendo mostrar-se justo, o homem disse a Jesus: “Quem é realmente o meu próximo?” Em resposta, Jesus disse: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu entre salteadores, que tanto o despojaram como lhe infligiram golpes, e foram embora, deixando-o semimorto. Ora, por coincidência, certo sacerdote descia por aquela estrada, mas, quando o viu, passou pelo lado oposto. Do mesmo modo também um levita, quando, descendo, chegou ao lugar e o viu, passou pelo lado oposto. Mas, certo samaritano, viajando pela estrada, veio encontrá-lo, e, vendo-o, teve pena. De modo que se aproximou dele e lhe atou as feridas, derramando nelas azeite e vinho. Depois o pôs no seu próprio animal e o trouxe a uma hospedaria, e tomou conta dele. E no dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: ‘Toma conta dele, e tudo o que gastares além disso, eu te pagarei de volta ao retornar para cá.’ Qual destes três te parece ter-se feito próximo do homem que caiu entre os salteadores?” Ele disse: “Aquele que agiu misericordiosamente para com ele.” Jesus disse-lhe então: “Vai e faze tu o mesmo.”" (Lucas 10:29-37).
Assim, como Jesus Cristo apontou, a regra de ouro deve se aplicar indiscriminadamente a todos os humanos que encontrarmos, incluindo também nossos inimigos, de acordo com o que está escrito em Mateus 5:43-48.
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Entrai pelo portão estreito
“13 Entrai pelo portão estreito; porque larga e espaçosa é a estrada que conduz à destruição, e muitos são os que entram por ela; 14 ao passo que estreito é o portão e apertada a estrada que conduz à vida, e poucos são os que o acham” (Mateus 7:13,14).
Jesus Cristo mostrou repetidamente que o caminho para a vida eterna, não seria fácil de entrar e seguir porque se trata de uma porta que dá acesso a um caminho estreito para a vida eterna. O caminho que leva à destruição não tem essas duas dificuldades mencionadas, a porta e a estreiteza do caminho, é simplesmente largo e fácil de seguir, não requer nenhum esforço.
Jesus Cristo insistiu na dificuldade do ministério cristão de várias maneiras, o que corresponde a este caminho não fácil de encontrar e seguir: "Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto, mostrai-vos cautelosos como as serpentes, contudo, inocentes como as pombas. Guardai-vos dos homens; pois eles vos entregarão aos tribunais locais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Ora, sereis arrastados perante governadores e reis, por minha causa, em testemunho para eles e para as nações" ( Mateus 10:16-18).
Jesus Cristo mostrou que ser cristão neste sistema de coisas não seria fácil e exigiria um espírito abnegado: "E aquele que não aceita a sua estaca de tortura e não me segue não é digno de mim" (Mateus 10:38). Ele mostrou a necessidade de perseverar até o fim para ganhar a vida eterna: "Mas, quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo" (Mateus 24:13).
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Vigiai-vos dos falsos profetas
“15 Vigiai-vos dos falsos profetas que se chegam a vós em pele de ovelha, mas que por dentro são lobos vorazes. 16 Pelos seus frutos os reconhecereis. Será que se colhem uvas dos espinhos ou figos dos abrolhos? 17 Do mesmo modo, toda árvore boa produz fruto excelente, mas toda árvore podre produz fruto imprestável; 18 a árvore boa não pode dar fruto imprestável, nem pode a árvore podre produzir fruto excelente. 19 Toda árvore que não produz fruto excelente é cortada e lançada no fogo. 20 Realmente, pois, pelos seus frutos reconhecereis estes homens.
21 “Nem todo o que me disser: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, senão aquele que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome e não expulsamos demônios em teu nome, e não fizemos muitas obras poderosas em teu nome?’ 23 Contudo, eu lhes confessarei então: Nunca vos conheci! Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra a lei” (Mateus 7:15-23).
Jesus Cristo diz que o perigo dos falsos profetas estaria em sua capacidade de enganar, de se parecer com ovelhas. Eles, portanto, não seriam facilmente identificáveis com sua atitude baseada na manipulação mental para seduzir, mas com o resultado final de suas más ações, o que demonstraria de fato que são lobos rapaces e implacáveis que abusam da congregação cristã. Jesus Cristo insiste no espírito de observação ou discernimento que permite entender claramente que algo anormal está acontecendo, na presença desses falsos profetas, como se estivéssemos vendo uvas sobre espinheiros ou figos sobre cardos.
O apóstolo Paulo foi confrontado com esses falsos profetas sedutores, que posaram como superapóstolos: "Porque tais homens são falsos apóstolos, trabalhadores fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, pois o próprio Satanás persiste em transformar-se em anjo de luz. Portanto, não é grande coisa se os ministros dele também persistem em transformar-se em ministros da justiça. Mas o fim deles será segundo as suas obras" (2 Coríntios 11:13-15).
Jesus Cristo simplesmente mostra que o critério da salvação eterna é fazer a vontade de Deus: "Nem todo o que me disser: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, senão aquele que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mateus 7:21).
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A conclusão do Sermão do Monte
"24 Portanto, todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem discreto, que construiu a sua casa sobre a rocha. 25 E caiu a chuva, e vieram as inundações, e sopraram os ventos e açoitaram a casa, mas ela não se desmoronou, pois tinha sido fundada na rocha. 26 Além disso, todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem tolo, que construiu a sua casa sobre a areia. 27 E caiu a chuva, e vieram as inundações, e sopraram os ventos e bateram contra aquela casa, e ela se desmoronou, e foi grande a sua queda" (Mateus 7:24-27).
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Jesus Cristo ensinava como quem tinha autoridade
“Quando Jesus terminou de falar essas palavras, o efeito foi que as multidões ficaram maravilhadas com seu modo de ensinar, pois ele as ensinava como quem tinha autoridade, e não como seus escribas” (Mateus 7:28,29).
Jesus Cristo deu seu Sermão do Monte na Galiléia, uma região que é tanto agrícola quanto de atividade de pesca. Assim, deu ilustrações relacionadas ao seu cotidiano, com muitas referências à natureza. Jesus Cristo havia crescido na Galiléia, provavelmente seus ouvintes sentiram isso, perceberam que ele era um homem, embora dotado de extraordinária sabedoria divina, muito próximo do povo e que o amava (Mateus 9:36). No entanto, o que mais cativava seus ouvintes era sua franqueza, sua autoridade benevolente para com o povo.
No Sermão do Monte, notamos que Jesus Cristo ilustrava todas as suas ideias importantes. Isso permitia que seus ouvintes memorizassem melhor as ideias-chave de seu discurso. Por exemplo, lembrando a palavra "feliz" no início de seu sermão, o ouvinte pensava na esperança apesar de suas sérias dificuldades. A ilustração do cisco e da trave no olho: não julgue. A porta e o caminho estreito, ilustrando a necessidade de perseverança até o cumprimento da esperança cristã.
No Sermão do Monte não há ideias difíceis de entender, o que não diminui a profundidade dos ensinamentos. Por exemplo, nas leis que proíbem o assassinato e o adultério, Jesus Cristo enfatizou as intenções ou motivos que podem preceder esses pecados graves. Assim, ele mostrou que para evitar chegar a tais extremos, é preciso agir a montante. Por exemplo, para evitar raiva, ódio e ressentimento e, mais tarde, possivelmente homicídio, Jesus Cristo mostrou que os conflitos de personalidade devem ser resolvidos o mais rápido possível para evitar uma degradação mortal do relacionamento humano. No que diz respeito ao desfecho ou resultado final de uma situação, Jesus Cristo mostrou que não é só o pecado cometido que é grave, mas a intenção, mesmo que não tenha acontecido, materializada, como no caso do adultério. Quanto à regra áurea, pela expressão que mostra que toda a lei e os profetas dependem dela, ele mostrou o que estava na base das leis, princípios atemporais como o amor a Deus e ao próximo. A lei tem um valor circunstancial (pode ser revogada como por exemplo a Lei mosaica e ser substituída por outra (Romanos 10:4)), enquanto o princípio ou o mandamento e atemporal ou eterno, é o que mostra a regra de ouro (Mateus 22:36-40).
Portanto, qualquer que fosse seu público, a qualidade de seu ensino era a mesma, porém, ao lidar com um grupo de pessoas que não estavam muito acostumadas a lidar com ideias abstratas, ele usava ilustrações para esclarecer o significado. O poder de sua forma de ensinar estava na capacidade de explicar ideias profundas e nem sempre fáceis de entender, de forma simples, com palavras simples e ilustrações claras.
Por outro lado, quando estava na presença de mestres, podia surpreendê-los com a profundidade de seu conhecimento das Escrituras. Por exemplo, em sua conversa com Gamaliel, ele falou do novo nascimento. Gamaliel ficou completamente desestabilizado por esta expressão em estreita ligação com o batismo, mas também com a ressurreição dos mortos. Perante este espanto, Jesus Cristo fez-lhe esta pergunta retórica: "O senhor é instrutor de Israel e ainda assim não sabe essas coisas?". E para acrescentar: "Se eu lhes falei de coisas terrenas e mesmo assim vocês não acreditam, como acreditarão se eu lhes falar de coisas celestiais?". Dito de outra forma, Jesus Cristo mostrou que não precisava forçar muito a dificuldade do ensino, apegando-se ao único aspecto terrestre, evocando que também havia um aspecto celestial (João capítulo 3).
Às vezes, ele fazia uma pergunta que sugeria que o ensino tinha outros ângulos de compreensão. Por exemplo, os contemporâneos de Cristo o chamavam de filho de Davi, o que era verdade, mas em outro contexto não era: "Então, enquanto os fariseus estavam reunidos, Jesus lhes perguntou: “O que vocês pensam do Cristo? De quem ele é filho?” Disseram-lhe: “De Davi.” Ele lhes perguntou: “Como é, então, que Davi, sob inspiração, o chama de Senhor, dizendo: ‘Jeová disse ao meu Senhor: “Sente-se à minha direita, até que eu ponha os seus inimigos debaixo dos seus pés”’? Então, se Davi o chama de Senhor, como é que ele é seu filho?” E ninguém foi capaz de lhe dizer uma só palavra em resposta e, daquele dia em diante, ninguém se atreveu a lhe fazer mais perguntas" (Mateus 22:41-46).
Às vezes, seu ensino pode ser muito complexo e difícil de entender, como a profecia sobre os últimos dias em Mateus 24, 25, Marcos 13 e Lucas 21. Neste caso específico, para entender certas expressões bíblicas, é preciso ter um bom conhecimento da profecia de Daniel porque ele se referiu principalmente a ela.
Às vezes Jesus Cristo criava uma seleção em sua audiência, entre aqueles que o ouviam superficialmente, sem buscar saber mais, e outros bem menos numerosos, como os apóstolos que o questionavam para explicar o simbolismo de suas ilustrações (Mateus 13:10-15 ).
Haveria muitas outras coisas a dizer sobre o modo de ensinar de Jesus Cristo, é aconselhável inspirar-se nele, especialmente para os mestres da Palavra de Deus, a fim de tornar o ensino profundo e simples de entender, a fim de para torná-lo acessível ao maior número possível de pessoas: "De fato, para isso vocês foram chamados, porque o próprio Cristo sofreu por vocês, deixando um modelo para seguirem fielmente os seus passos" (1 Pedro 2:21).
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Imite Jesus Cristo na Pregação das Boas Novas do Reino
Seu testemunho a uma mulher samaritana
"7 Uma mulher de Samaria chegou para tirar água. Jesus lhe disse: “Dê-me um pouco de água.” 8 (Os seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimento.) 9 Portanto, a samaritana lhe disse: “Como é que o senhor, sendo judeu, pede água a mim, apesar de eu ser samaritana?” (Porque os judeus não têm tratos com os samaritanos.) 10 Jesus lhe respondeu: “Se você soubesse da dádiva de Deus e soubesse quem é que lhe diz: ‘Dê-me um pouco de água’, você lhe teria pedido, e ele lhe teria dado água viva.” 11 Ela lhe disse: “O senhor não tem nem mesmo um balde para tirar água, e o poço é fundo. De onde tira então essa água viva? 12 Será que o senhor é maior do que o nosso antepassado Jacó, que nos deu o poço e bebeu dele junto com seus filhos e seus rebanhos?” 13 Em resposta, Jesus lhe disse: “Todo aquele que beber desta água ficará novamente com sede. 14 Quem beber da água que eu lhe der nunca mais ficará com sede, mas a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para dar vida eterna.” 15 A mulher lhe disse: “Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha sede nem venha mais aqui para tirar água.” 16 Ele lhe disse: “Vá, chame seu marido e volte para cá.” 17 A mulher respondeu: “Não tenho marido.” Jesus lhe disse: “Você está certa em dizer: ‘Não tenho marido.’ 18 Pois você teve cinco maridos, e o homem que você tem agora não é seu marido. Você disse a verdade.” 19 A mulher lhe disse: “Vejo que o senhor é um profeta. 20 Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês dizem que o lugar onde as pessoas devem adorar é em Jerusalém.” 21 Jesus lhe disse: “Acredite em mim, mulher: vem a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém, vocês adorarão o Pai. 22 Vocês adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação se origina dos judeus. 23 Contudo, vem a hora, e agora é, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai com espírito e verdade. Pois, realmente, o Pai está procurando a esses para o adorarem. 24 Deus é espírito, e os que o adoram têm de adorá-lo com espírito e verdade.” 25 A mulher lhe disse: “Eu sei que vem o Messias, que é chamado Cristo. Quando ele vier, dirá abertamente todas as coisas a nós.” 26 Jesus lhe disse: “Eu, que estou falando com você, sou ele" (Jean 4:7-26. Para o estudo deste texto, os números que marcam os versículos foram deixados voluntariamente).
Para ter uma idéia mais precisa do que pode ser dito no contexto da pregação, vejamos como Jesus Cristo pregou a uma mulher samaritana, de maneira informal:
- Jesus Cristo provocou uma situação dupla incomum (versículos 7-9): ele era judeu e falou em público a uma mulher samaritana. Os Judeus e os samaritanos se odiavam tanto que, na época, para insultar um de seus compatriotas, às vezes o chamavam de "samaritano" (ver João 8:48). A ilustração de "O Bom Samaritano", se encaixa no propósito de Cristo, para denunciar sutilmente esse racismo religioso judeu anti-samaritano (Lucas 10:25-37)). Além disso, Jesus Cristo falou em público a uma mulher, o que não era usual. Em João 4:27, está escrito que até seus discípulos ficaram surpresos com essa situação. Seja como for, no versículo 16, Jesus Cristo pediu à mulher que trouxesse o marido para continuar a conversa. Enquanto Jesus Cristo sempre teve uma atitude casta com às mulheres, ele respeitava os costumes relacionados às relações entre homens e mulheres e, é claro, à moral bíblica.
Portanto, é importante não ter preconceitos com as pessoas. Jeová Deus e Jesus Cristo amam todos os povos e os humanos de todas as raças, homens e mulheres (Atos 10:34 "Deus não é parcial").
- Jesus Cristo continuou após o primeiro efeito de surpresa, acrescentando algo estranho (versículos 10-15): Ele pode dar água, embora não tiver balde (versículo 10). Claro, era uma água simbólica e espiritual. Sem necessariamente pensar que a mulher samaritana não tinha discernimento, porque ela não sabia com quem falava, ela apontou que ele não tinha balde. No entanto, sem chamar a atenção sobre a falta de discernimento da mulher samaritana, Jesus Cristo acrescentou outra coisa estranha do ponto de vista humano: ele pode lhe dar água que ela nunca mais terá sede. Pode-se facilmente imaginar o espanto da mulher samaritana olhando para Jesus Cristo, de olhos arregalados respondendo: "Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha sede nem venha mais aqui para tirar água". A mulher ainda não havia entendido que Jesus Cristo estava falando simbolicamente. Ele não lhe mostrou sua falta de discernimento, porque o objetivo que Jesus havia estabelecido para si mesmo foi atingido: captar sua atenção.
Primeiro, para captar a atenção, use frases simples e contundentes que talvez sejam incomuns. É necessário despertar essa curiosidade inata aos seres humanos, para que eles possam reagir e, assim, provocar conversas espiritualmente interessantes. O segundo ponto é que Jesus Cristo não disse nada a mulher samaritana quando ela não entendeu nada, ele perseguiu seu objetivo, despertar sua atenção criando um terreno comum entre ele e ela.
- Jesus Cristo felicitou a mulher samaritana por seu discernimento e ela percebeu que Jesus era um profeta (Versículos 16-19): quando ele pediu que a samaritana fosse buscar o marido para continuar a conversa, ela respondeu que não era casada (ela morava com um homem sem ser casada). Ainda se pode imaginar facilmente o espanto da mulher samaritana quando Jesus Cristo, depois de felicitá-la por sua boa resposta, deu-lhe detalhes de suas situações familiares passadas e de sua situação atual. Ela respondeu: "Vejo que o senhor é um profeta".
Anteriormente, descobrimos que Jesus Cristo não disse nada a samaritana por sua falta de discernimento. No entanto, neste caso, Jesus Cristo a felicitou por sua boa resposta. No contexto de uma conversa, enquanto privilegia pontos de acordo, é bom descartar temporariamente as divergências para criar uma atmosfera de confiança. Devemos nos comunicar em igualdade de condições com o nosso próximo. Em João 4:6, está escrito que Jesus Cristo estava muito cansado e sentou-se perto dum poço. Não está escrito que Jesus Cristo ficou de pé para falar com a mulher samaritana. Imaginamos a cena, Jesus Cristo sentado, cansado, e a mulher samaritana, de pé, olhando para o homem mais importante da terra. Portanto, seguindo o exemplo de Jesus Cristo, quando pregamos ao próximo, devemos evitar qualquer atitude condescendente, mas temos de tratar o próximo como igual, para promover um ambiente cordial, talvez amigável.
- Jesus Cristo se recusou a debater (versículo 20-22): a mulher samaritana abre uma controvérsia sobre os diferentes lugares de culto dos Judeus e dos Samaritanos (versículo 20). Jesus Cristo não entrou em polêmica ao dizer-lhe que, a partir de então, a verdadeira adoração não dependeria mais de um lugar santo em particular (versículo 21). Tendo descartado essa controvérsia, Jesus Cristo, no entanto, expôs a verdade (versículo 22): "Vocês adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação se origina dos judeus". A salvação vem dos judeus porque desse povo (não do samaritano), veio o principal meio de salvação eterna: Jesus Cristo (João 14:6).
É importante equilibrar, o fato de evitar desnecessariamente entrar em controvérsia, por outro lado, a absoluta necessidade de expor a verdade bíblica, como fez Jesus Cristo neste caso.
- Jesus Cristo falou de "verdadeiros adoradores" (versículos 23 e 24): A expressão "verdadeiros adoradores" tem a vantagem de sua grande simplicidade: ou somos, ou não somos. Assim como Jesus Cristo disse, existem apenas duas alternativas, uma que leva à vida e a outra à destruição (Mateus 7:13,14,21-23). Da mesma forma, existem apenas duas categorias de adoradores: o verdadeiro e o falso. Os verdadeiros adoradores foram designados pela providência divina: Cristãos: "Depois de achá-lo, levou-o a Antioquia. Assim, por um ano inteiro, reuniram-se com a congregação e ensinaram uma numerosa multidão. E foi primeiro em Antioquia que os discípulos, por direção divina, foram chamados de cristãos" (Atos 11:26). Pouco antes da Grande Tribulação, é Jesus Cristo quem fará a diferença entre os "verdadeiros cristãos" e os "falsos cristãos" (Mateus 7:21-23). O que significa que se alguém substituísse a palavra adoração pelas palavras não-bíblicas de "religião", a situação se tornaria muito mais complexa (o que é): De fato, como reconhecer a "religião verdadeira" "entre os milhões de outras religiões que se autodenominam" verdadeiras? É melhor permanecer na simplicidade do termo "verdadeiros adoradores", usado por Jesus Cristo, ou "cristão" escrito no livro de Atos (pela providência divina). Jesus Cristo pregou uma mensagem, as boas novas, em vez de uma "religião" (palavra genérica não-bíblica).
Por outro lado, Jesus Cristo mostrou que é Deus quem "busca os verdadeiros adoradores", por meio da pregação humana. Ele é quem está edificando Seu povo: "Então os que temiam a Jeová falavam uns com os outros, cada um com o seu próximo, e Jeová prestava atenção e escutava. E diante dele foi escrito um livro de recordação para os que temiam a Jeová e para os que meditavam no seu nome" (Mateus 24:14, Malaquias 3:16). Vamos pregar para a grande multidão que sobreviverá à grande tribulação no dia de Jeová (Joel 2:1,2).
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O Ensino de Jesus Cristo Através de Ilustrações
Quem é meu Próximo? O Bom Samaritano
“25 Então, eis que se levantou certo homem versado na Lei, para prová-lo, e disse: “Instrutor, por fazer o que hei de herdar a vida eterna?” 26 Ele lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como é que lês?” 27 Em resposta, disse: “‘Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua força, e de toda a tua mente’, e, ‘o teu próximo como a ti mesmo’.” 28 Ele lhe disse: “Respondeste corretamente; ‘persiste em fazer isso e obterás a vida’.” 29 Mas, querendo mostrar-se justo, o homem disse a Jesus: “Quem é realmente o meu próximo?” 30 Em resposta, Jesus disse: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu entre salteadores, que tanto o despojaram como lhe infligiram golpes, e foram embora, deixando-o semimorto. 31 Ora, por coincidência, certo sacerdote descia por aquela estrada, mas, quando o viu, passou pelo lado oposto. 32 Do mesmo modo também um levita, quando, descendo, chegou ao lugar e o viu, passou pelo lado oposto. 33 Mas, certo samaritano, viajando pela estrada, veio encontrá-lo, e, vendo-o, teve pena. 34 De modo que se aproximou dele e lhe atou as feridas, derramando nelas azeite e vinho. Depois o pôs no seu próprio animal e o trouxe a uma hospedaria, e tomou conta dele. 35 E no dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse: ‘Toma conta dele, e tudo o que gastares além disso, eu te pagarei de volta ao retornar para cá.’ 36 Qual destes três te parece ter-se feito próximo do homem que caiu entre os salteadores?” 37 Ele disse: “Aquele que agiu misericordiosamente para com ele.” Jesus disse-lhe então: “Vai e faze tu o mesmo.”” (Lucas 10:25-37).
Esta ilustração é completamente surpreendente. É provável que essa resposta tenha surpreendido o público judeu da época. Os judeus e os samaritanos se odiavam tanto que na época, para insultar um de seus compatriotas, às vezes o chamavam de "samaritano": "Em resposta, os judeus lhe disseram: “Não dizemos corretamente: Tu és samaritano e tens demônio?”” (João 8:48). Por meio desse insulto, os judeus associavam os samaritanos a humanos sob a influência de demônios. Jesus Cristo não desconhecia esta situação. A ilustração do "Bom Samaritano" obviamente faz parte do objetivo de Cristo, denunciar sutilmente esse racismo religioso judaico, anti-samaritano. Em João 4:7-26 podemos ler que Jesus Cristo deu testemunho a uma mulher samaritana, o que demonstrava que ele não tinha preconceito racial.
Jesus Cristo foi ainda mais longe contrastando a não assistência a quem está em perigo, de um judeu gravemente ferido, por parte de um sacerdote e de um levita, pessoas supostamente exemplares na aplicação da Lei de Deus, baseada na justiça e na misericórdia (Mateus 23:23). Enquanto o samaritano, socorreu o homem em apuros. O contraste é tão surpreendente, entre essas duas atitudes, que nos perguntamos se, em última análise, Jesus Cristo não se baseou em uma notícia que teria acontecido nos arredores de Jericó. O próprio fato de Jesus Cristo colocar o drama com muita precisão na estrada entre Jerusalém e Jericó, parece indicar que às vezes os viajantes podiam ser vítimas de ladrões (Lucas 13:1-5, às vezes Jesus Cristo ilustrava seu ensino com fatos reais). O relato mostra que o interlocutor fez essa pergunta, não para se informar com sinceridade, mas “querendo mostrar-se justo”. Jesus Cristo percebendo isso, mostrou-lhe que não era necessariamente assim, pois, em conclusão, disse-lhe: "Vai e faze tu o mesmo" (implicando que ele tinha que trabalhar neste ponto, do preconceito racial entre os judeus e os samaritanos).
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A ovelha e a moeda de dracma perdidas e achadas
"Todos os cobradores de impostos e pecadores chegavam-se então perto dele para o ouvirem. 2 Conseqüentemente, tanto os fariseus como os escribas murmuravam, dizendo: “Este homem acolhe pecadores e come com eles.” 3 Então lhes contou a seguinte ilustração, dizendo: 4 “Que homem dentre vós, com cem ovelhas, perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove atrás no ermo e vai em busca da perdida, até a achar? 5 E quando a tiver achado, ele a põe sobre os seus ombros e se alegra. 6 E, ao chegar à casa, convoca seus amigos e seus vizinhos, dizendo-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque achei a minha ovelha que estava perdida.’ 7 Eu vos digo que assim haverá mais alegria no céu por causa de um pecador que se arrepende, do que por causa de noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.
8 “Ou que mulher, com dez moedas de dracma, se perder uma moeda de dracma, não acende uma lâmpada e varre a sua casa, e procura cuidadosamente até achá-la? 9 E quando a tiver achado, convoca as mulheres que são suas amigas e vizinhas, dizendo: ‘Alegrai-vos comigo, porque achei a moeda de dracma que perdi.’ 10 Assim, eu vos digo, surge alegria entre os anjos de Deus por causa de um pecador que se arrepende”" (Lucas 15:1-10).
Enquanto Jesus Cristo está na companhia de pecadores, os fariseus o repreendem por ter más associações. Jesus Cristo lhes responderá com três ilustrações. As duas ilustrações da ovelha e da moeda perdidas e achadas (acima) e do filho pródigo (abaixo). Jesus Cristo explica aos fariseus implacáveis que, para Deus, a vida dum único ser humano em perigo é tão valiosa quanto a dos outros humanos que estão seguros. Na ilustração da ovelha perdida, o pastor deixa as 99 ovelhas em segurança, para colocar toda a sua energia para encontrar e salvar a ovelha perdida. Jesus Cristo mostra que, assim como um pastor ou uma mulher colocariam toda a sua energia para recuperar o que perderam, Deus quer que os pastores espirituais coloquem a mesma energia em salvar espiritualmente os humanos sob seus cuidados.
Existem comportamentos que Jeová Deus e seu Filho Jesus Cristo condenam. É importante conhecê-los e fazer gradualmente as mudanças necessárias para agradar a Deus e a seu Filho. A atitude de Jesus Cristo para com os pecadores que viveram nos dias dele, nos ajuda a entender melhor como Jeová Deus, seu Pai, é misericordioso e paciente. Jesus Cristo se esforçou com compaixão para ajudar os pecadores a voltar ao caminho justo de Deus. Tomemos vários exemplos que mostram sua compaixão, sua paciência e sua firmeza.
No Evangelho de Lucas (19:1-10), Jesus Cristo chega a Jericó e há uma grande multidão para recebê-lo. E naquela multidão está um homem de pequeno tamanho, tentando ver aquele famoso Jesus. Então ele sobe numa árvore que está no caminho. Zaqueu é um cobrador de impostos conhecido pela sua desonestidade. Quando Jesus chega à sua altura, levanta a cabeça e diz a Zaqueu, para surpresa de todos, que vem comer em sua casa. O relato acrescenta que as pessoas são chocadas com o fato de Jesus ter ido comer em casa dum homem tão pecador. No final do relato está escrito por que Jesus fez isso. Depois de Zaqueu ter anunciado que se arrependia dos seus pecados e iria reparar concretamente os resultados deles, Jesus diz: "Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lucas 19:10).
O evangelho de Mateus (9:9-13), nos informa que Jesus escolheu Mateus, um cobrador de impostos, como apóstolo para segui-lo. Para sua despedida, é provável que tenha organizado uma refeição com seus agora colegas de trabalho, segundo o que está escrito: “Então, passando mais adiante, Jesus viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “A seguir, passando dali para diante, Jesus avistou um homem chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: “Sê meu seguidor.” Em conseqüência disso, este se levantou e o seguiu. Mais tarde, enquanto estava recostado à mesa, na casa, eis que vieram muitos cobradores de impostos e pecadores, e começaram a recostar-se com Jesus e seus discípulos. Vendo isso, porém, os fariseus começaram a dizer aos discípulos dele: “Por que é que o vosso instrutor come com os cobradores de impostos e os pecadores?” Ouvindo-os, ele disse: “As pessoas com saúde não precisam de médico, mas sim os enfermos. Ide, pois, e aprendei o que significa: ‘Misericórdia quero, e não sacrifício.’ Pois eu não vim chamar os que são justos, mas pecadores.””.
Um último exemplo: O Evangelho de João capítulo 4 nos informa que Jesus estava muito cansado e se sentou perto de um poço para descansar. Uma mulher samaritana se aproximou do poço para tirar água. Jesus iniciou a conversa com ela. Durante aquela conversa espiritual, Jesus disse á mulher que ele era o Cristo, algo que raramente fazia (João 4:26). Então Jesus deu-lhe uma grande honra ao lhe dizer isso. Porém, no versículo 18 desse mesmo capítulo, podemos ler que aquela mulher vivia no pecado, pois estava com um homem sem ser casada (João 4:18). Destes três exemplos, entre outros, vemos que Jesus Cristo não hesitava em estar com pecadores para encorajá-los a seguir o caminho reto de Deus.
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A Misericórdia do Pai Celestial Ilustrada pelo Filho Pródigo
"11 Ele disse então: “Certo homem tinha dois filhos. 12 E o mais jovem deles disse a seu pai: ‘Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe.’ Dividiu então os seus meios de vida entre eles. 13 Mais tarde, não muitos dias depois, o filho mais jovem ajuntou todas as coisas e viajou para fora, a um país distante, e ali esbanjou os seus bens por levar uma vida devassa. 14 Quando já tinha gasto tudo, ocorreu uma fome severa em todo aquele país, e ele principiou a passar necessidade. 15 Ele até mesmo foi e se agregou a um dos cidadãos daquele país, e este o enviou aos seus campos para pastar porcos. 16 E costumava desejar saciar-se das alfarrobas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.
17 “Quando caiu em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, enquanto eu pereço aqui de fome! 18 Levantar-me-ei e viajarei para meu pai e lhe direi: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. 19 Não sou mais digno de ser chamado teu filho. Faze de mim um dos teus empregados.”’ 20 Levantou-se assim e foi ter com seu pai. Enquanto ainda estava longe, seu pai o avistou e teve pena, e correu e lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou ternamente. 21 O filho disse-lhe então: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho. Faze de mim um dos teus empregados.’ 22 Mas o pai disse aos seus escravos: ‘Ligeiro! Trazei uma veste comprida, a melhor, vesti-o com ela, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés. 23 E trazei o novilho cevado e abatei-o, e comamos e alegremo-nos, 24 porque este meu filho estava morto, e voltou a viver; estava perdido, mas foi achado.’ E principiaram a regalar-se.
25 “Ora, o filho mais velho dele estava no campo; e quando chegou e se aproximou da casa, ouviu um concerto de música e dança. 26 De modo que chamou a si um dos servos e indagou o significado destas coisas. 27 Este lhe disse: ‘Chegou teu irmão, e teu pai abateu o novilho cevado, porque o recebeu de volta em boa saúde.’ 28 Mas ele ficou furioso e não quis entrar. Saiu então seu pai e começou a suplicar-lhe. 29 Em resposta, ele disse ao seu pai: ‘Eis que trabalhei tantos anos como escravo para ti, e nunca, nem uma única vez, transgredi o teu mandamento, contudo, nunca, nem uma única vez, me deste um cabritinho para alegrar-me com os meus amigos. 30 Mas, assim que chegou este teu filho, que consumiu com as meretrizes o teu meio de vida, abates para ele o novilho cevado.’ 31 Disse-lhe então: ‘Filho, tu sempre estiveste comigo e todas as minhas coisas são tuas; 32 mas nós simplesmente tivemos de nos regalar e alegrar, porque este teu irmão estava morto, e voltou a viver, e estava perdido, mas foi achado.’”" (Lucas 15:11-32).
Por meio da ilustração do filho pródigo, Jesus Cristo nos permite compreender melhor o modo de agir de seu Pai em situações em que suas criaturas contestam, por algum tempo, sua autoridade. O filho pródigo pediu ao pai sua herança e deixou a casa. O pai permitiu que seu filho já crescido tomasse essa decisão, trilhasse seu próprio caminho na vida, mas também assumisse as consequências. Na ilustração, depois de algum tempo de vida dissoluta, o filho decide voltar para a casa do Pai. Se arrepende, o pai o perdoa e se alegra da sua volta com uma grande festa. O pai não julga os motivos que levam o filho a voltar. Na ilustração o filho volta para o pai por força das circunstâncias, e mantém um raciocínio baseado na sabedoria prática. A mensagem de Cristo é fazer entender que a misericórdia de seu Pai chegará ao ponto de aceitar essa sabedoria prática impelida pela força das circunstâncias que podem levar os humanos ao arrependimento.
A ilustração tem uma segunda parte que descreve a reação indignada e ciumenta do irmão do filho pródigo. Ele critica o pai por ter organizado uma festa para se alegrar do retorno do irmão, enquanto ele mesmo nunca foi objeto de tanta atenção. Vemos outra ilustração da misericórdia e paciência de Deus com humanos de coração duro. Enquanto o filho fica ofendido, o pai vai vê-lo para resolver essa situação. O que o filho diz ao pai revela suas motivações: "Eis que trabalhei tantos anos como escravo para ti, e nunca, nem uma única vez, transgredi o teu mandamento, contudo, nunca, nem uma única vez, me deste um cabritinho para alegrar-me com os meus amigos". Em vez de se concentrar na salvação de seu irmão, ele faz disso um assunto pessoal, baseado num raciocínio completamente egoísta, baseado apenas em si mesmo. Ele diz que trabalhou “como um escravo” sem transgredir seu mandamento, demonstrando que a lealdade ao pai era puramente formalista e desprovida de qualquer sentimento de amor por ele. Soma-se a isso um desprezo absoluto pelo irmão, quando diz ao pai: “assim que chegou este teu filho, que consumiu com as meretrizes”. Ele lembra duramente a conduta passada de seu irmão. Ele nem diz "meu irmão", mas "teu filho". Na resposta paciente do pai ao filho indignado, ele o lembra que ele é de fato seu filho, mas também ele é também seu irmão.
Não há dúvida de que este filho formalista e implacável é um reflexo do comportamento duro e impiedoso dos escribas e fariseus do tempo de Cristo: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o décimo da hortelã, e do endro, e do cominho, mas desconsiderastes os assuntos mais importantes da Lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Estas eram as coisas obrigatórias a fazer, sem, contudo, desconsiderar as outras” (Mateus 23:23).
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Uma lição de misericórdia
"36 E um dos fariseus lhe pedia com insistência que comesse com ele. Então ele entrou na casa do fariseu e se recostou à mesa. 37 Uma mulher, conhecida na cidade como pecadora, soube que ele estava comendo na casa do fariseu e levou um frasco de alabastro com óleo perfumado. 38 Colocando-se atrás dele, aos seus pés, ela chorou e começou a molhar os pés dele com as suas lágrimas, e os enxugou com os seus cabelos. Ela também beijava ternamente os pés dele e derramava neles o óleo perfumado. 39 Ao ver isso, o fariseu que o tinha convidado disse a si mesmo: “Se este homem realmente fosse um profeta, saberia quem o está tocando e que tipo de mulher ela é, que ela é pecadora.” 40 Em vista disso, porém, Jesus lhe disse: “Simão, tenho algo para lhe dizer.” Ele disse: “Diga, Instrutor!”
41 “Dois homens eram devedores de certo credor: um devia 500 denários, mas o outro 50. 42 Como não tinham nada com que lhe pagar, ele perdoou liberalmente a ambos. Portanto, qual deles o amará mais?” 43 Em resposta, Simão disse: “Suponho que seja aquele a quem ele perdoou mais.” Ele lhe disse: “Você julgou corretamente.” 44 Então, ele se virou para a mulher e disse a Simão: “Está vendo esta mulher? Entrei na sua casa e você não me deu água para os pés. Mas esta mulher molhou os meus pés com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. 45 Você não me deu nenhum beijo, mas esta mulher, desde a hora em que entrei, não parou de beijar ternamente os meus pés. 46 Você não derramou óleo na minha cabeça, mas esta mulher derramou óleo perfumado nos meus pés. 47 Por isso, eu lhe digo: os pecados dela, embora sejam muitos, estão perdoados, porque ela amou muito. Mas aquele a quem se perdoa pouco, ama pouco.” 48 Então ele disse a ela: “Seus pecados estão perdoados.” 49 Os que se recostavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: “Quem é este homem que até mesmo perdoa pecados?” 50 Mas ele disse à mulher: “Sua fé salvou você. Vá em paz”" (Lucas 7:36-50).
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Perdoe até 77 vezes
"21 Pedro aproximou-se então e disse-lhe: “Senhor, quantas vezes há de pecar contra mim o meu irmão e eu lhe hei de perdoar? Até sete vezes?” 22 Jesus disse-lhe: “Eu não te digo: Até sete vezes, mas: Até setenta e sete vezes.
23 “É por isso que o reino dos céus se tem tornado semelhante a um homem, um rei, que queria ajustar contas com os seus escravos. 24 Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um homem que lhe devia dez mil talentos [= 60.000.000 de denários]. 25 Mas, porque não tinha os meios de pagar isso de volta, seu amo mandou que ele, e a esposa dele, e os filhos dele, e todas as coisas que tivesse, fossem vendidos e fosse feito o pagamento. 26 Por isso, o escravo prostrou-se e começou a prestar-lhe homenagem, dizendo: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo de volta.’ 27 Penalizado, por causa disso, o amo daquele escravo deixou-o ir e cancelou a sua dívida. 28 Mas aquele escravo saiu e achou um dos seus co-escravos, que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, começou a estrangulá-lo, dizendo: ‘Paga de volta o que deves.’ 29 Por isso, seu co-escravo prostrou-se e começou a suplicar-lhe, dizendo: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei de volta.’ 30 No entanto, ele não estava disposto, mas foi e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse de volta o que devia. 31 Portanto, quando seus co-escravos viram o que tinha acontecido, ficaram muito contristados, e foram e esclareceram ao seu amo tudo o que tinha acontecido. 32 O amo dele convocou-o então e disse-lhe: ‘Escravo iníquo, eu te cancelei toda aquela dívida, quando me suplicaste. 33 Não devias tu, por tua vez, ter tido misericórdia do teu co-escravo, assim como eu também tive misericórdia de ti?’ 34 Com isso, seu amo, furioso, entregou-o aos carcereiros, até que pagasse de volta tudo o que devia. 35 Do mesmo modo lidará também convosco o meu Pai celestial, se não perdoardes de coração cada um ao seu irmão”" (Mateus 18:21-35).
Jesus Cristo repete um ensinamento muito importante, para obter a misericórdia de Deus, escrito em Mateus 6:14,15. Mostra que a qualidade do nosso relacionamento com Deus depende do relacionamento que temos com o próximo: "Pois, se vocês perdoarem aos homens as falhas deles, o seu Pai celestial também perdoará vocês; ao passo que, se não perdoarem aos homens as falhas deles, o seu Pai também não perdoará as falhas de vocês" (Mateus 5:23,24; 1 João 3:15,4:8).
Tem o cristão a obrigação de perdoar tudo? Como todo ensino bíblico, deve ser baseado no contexto das declarações de Cristo. Em Mateus 6:14,15, Jesus Cristo mostra que os humanos devem perdoar absolutamente os pecados do próximo. No entanto, esta injunção ao perdão faz parte duma relação humana normal, cheia de tensões, muitas vezes, de ofensas mais ou menos graves. Voltando ao contexto desse mandamento do perdão ao próximo, em Mateus 5:23,24, temos a confirmação de que esse perdão exigido está num quadro cotidiano do relacionamento humano, que muitas vezes exige ajustes para alcançar relacionamentos serenos, cada dia. E o perdão ajuda a aliviar as tensões e a aprender a suportar uns aos outros (Romanos 15:1,2).
Voltando à pergunta do perdão 7 vezes, mencionado pelo apóstolo Pedro, e a resposta de Cristo de 77 vezes o perdão, Jesus Cristo enfatiza mais na qualidade do perdão. De fato, se uma pessoa diz a si mesma, vou perdoá-la 7 vezes, ela realmente perdoa seu próximo, mantendo uma conta dos pecados de seu próximo? A resposta de Cristo torna essa contagem mais difícil. O que significa que a pessoa que perdoa o próximo o fará de todo o coração, sem ressentimentos residuais que a levariam a fazer contas. Se entendemos que Jesus Cristo, em Mateus 18, insiste na boa qualidade do perdão de todo o coração, então também entenderemos, segundo o contexto desse mesmo capítulo, que não é um convite para perdoar tudo.
A pergunta do apóstolo Pedro sobre perdoar sete vezes, vem precisamente duma declaração de Cristo que descreve uma situação que poderia levar a não perdoar: "Além disso, se o seu irmão cometer um pecado, vá mostrar-lhe o seu erro, somente você e ele. Se ele o escutar, você ganhou o seu irmão. Mas, se não o escutar, leve com você mais um ou dois, para que, com base no depoimento de duas ou três testemunhas, toda questão seja estabelecida. Se ele não os escutar, fale à congregação. Se não escutar nem mesmo a congregação, seja ele para você apenas como homem das nações e como cobrador de impostos" (Mateus 18:15-17). Este texto não deve ser confundido com Mateus 5:23,24, porque Jesus Cristo, em Mateus 18, menciona que os pecados exigiriam, em caso de negação do culpado, a intervenção de duas ou três testemunhas e até as autoridades da congregação cristã. São pecados graves relacionados a calúnias que prejudicam a boa reputação duma pessoa, ou mesmo problemas de reconhecimento de dívidas, ou ainda mais graves, fraudes.
Há outros pecados gravíssimos que não se enquadram no contexto de Mateus 18:15-17, mas que são de responsabilidade da justiça policial e dos tribunais, como crimes de sangue e crimes sexuais, como estupro e pedofilia. Obviamente, as vítimas de tais atos desprezíveis não têm obrigação do perdão mencionado em Mateus 18:21-35. Nestas situações extremamente dolorosas, são as vítimas ou as famílias das vítimas que decidem em consciência se perdoam ou não. Em todo caso, é Deus, por meio de Cristo Rei, que julgará a obra de cada um: "Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus" (Romanos 14:12).
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Os trabalhadores da décima primeira hora
Os últimos serão os primeiros e os primeiros os últimos
"Pois o Reino dos céus é semelhante a um proprietário, que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para o seu vinhedo. 2 Depois de combinar com os trabalhadores um denário por dia, mandou-os ao seu vinhedo. 3 Por volta da terceira hora, ao sair novamente, viu outros que estavam na praça principal sem trabalhar, 4 e disse a eles: ‘Vão vocês também ao vinhedo, e eu lhes darei o que for justo.’ 5 De modo que eles foram. Ele saiu novamente por volta da sexta hora e da nona hora, e fez o mesmo. 6 Finalmente, por volta da décima primeira hora, ele saiu e encontrou outros parados ali, e lhes perguntou: ‘Por que ficaram aqui o dia todo sem trabalhar?’ 7 Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou.’ Disse-lhes: ‘Vão também ao vinhedo.’
8 “Quando anoiteceu, o dono do vinhedo disse ao seu administrador: ‘Chame os trabalhadores e pague-lhes seu salário, começando com os últimos e terminando com os primeiros.’ 9 Quando os homens da décima primeira hora chegaram, cada um deles recebeu um denário. 10 Então, quando os primeiros chegaram, concluíram que receberiam mais, mas eles também receberam o pagamento de um denário cada um. 11 Após recebê-lo, começaram a reclamar contra o proprietário 12 e disseram: ‘Esses últimos homens trabalharam só uma hora; ainda assim o senhor os igualou a nós, que suportamos o fardo do dia e o calor intenso!’ 13 Mas ele disse, em resposta, a um deles: ‘Amigo, não lhe faço nenhuma injustiça. Você não concordou comigo em um denário? 14 Pegue o que é seu e vá. Eu quero dar a esse último o mesmo que a você. 15 Não tenho o direito de fazer o que quero com as minhas próprias coisas? Ou você ficou com inveja porque eu fui bom com eles?’ 16 Desse modo, os últimos serão primeiros; e os primeiros, últimos" (Mateus 20:1-16).
Parece que Jesus Cristo usa esta ilustração para esclarecer o significado desta frase enigmática que repetiu várias vezes: "Os últimos serão primeiros; e os primeiros, últimos". No capítulo anterior, em Mateus 19:30, ele pronuncia esta frase, e no versículo acima, ele diz que seus discípulos passariam por provações, mas então receberiam o cumprimento de sua esperança, a vida eterna. Encontramos este mesmo ensino em Marcos 10:23-31 e Lucas 13:22-30, concluindo-o com esta mesma frase. Fazendo a ligação das observações anteriores a esta expressão, com a ilustração dos trabalhadores da décima primeira hora, conseguimos entender melhor.
O proprietário que contrata os trabalhadores é Jesus Cristo. Os obreiros são os discípulos de Cristo. A obra na vinha é o ministério cristão como um todo. O pagamento do "denário" é o cumprimento da esperança da vida eterna. A particularidade deste salário é que é fixo, um denário para a jornada de trabalho, independentemente do número de horas. Claro que, nesta situação, são os últimos recrutados os mais favorecidos por este salário, enquanto os primeiros recrutados são os menos favorecidos.
Na ilustração, Jesus Cristo faz reagir os trabalhadores da primeira hora, que murmuram contra esse arranjo, visto que depois de terem trabalhado doze horas, encontram-se com seu denário previsto no contrato. Os trabalhadores da décima primeira hora recebem exatamente o mesmo salário: um denário por um dia de trabalho de uma hora. O proprietário, porém, responde-lhes com uma lógica implacável: primeiro, estavam de acordo com o preço de um denário, o dia de trabalho, independentemente do número de horas trabalhadas. Os murmúrios dos primeiros trabalhadores sugerem que o proprietário não foi justo com eles. Em segundo lugar, o proprietário responde-lhes com uma lógica igualmente implacável: "Não tenho o direito de fazer o que quero com as minhas próprias coisas? Ou você ficou com inveja porque eu fui bom com eles?".
Quanto à misericórdia de Deus, para com os últimos e os primeiros a chegar, a ilustração de Cristo ecoa a proclamação feita diante de Moisés, no momento da manifestação da glória de Jeová Deus, o Pai Celestial: "Mostrarei favor a quem eu mostrar favor, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia" (Êxodo 33:19). Jeová Deus, o Pai, e Jesus Cristo, o Filho, mostram misericórdia como bem entendem, com os humanos de sua escolha, não importa quantos anos tenham servido a Deus, o Pai, e a Jesus Cristo, o filho. O preço será exatamente o mesmo: a vida eterna para os primeiros e os últimos.
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Todo aquele que se enaltecer será humilhado,
e aquele que se humilhar será enaltecido
“7 Prosseguiu então a contar aos convidados uma ilustração, ao notar como eles escolhiam os lugares mais destacados para si mesmos, dizendo-lhes: 8 “Quando fores convidado por alguém para uma festa de casamento, não te deites no lugar mais destacado. Talvez ele tenha convidado ao mesmo tempo alguém mais distinto do que tu, 9 e aquele que te convidou venha com ele e te diga: ‘Deixa este homem ter o lugar.’ Então principiarás com vergonha a ocupar o lugar mais baixo. 10 Mas, quando fores convidado, vai e recosta-te no lugar mais baixo, para que, quando vier o homem que te convidou, te diga: ‘Amigo, vai mais para cima.’ Então terás honra na frente de todos os que contigo foram convidados. 11 Porque todo aquele que se enaltecer será humilhado, e aquele que se humilhar será enaltecido” (Lucas 14:7-11).
Em outra ilustração, Jesus Cristo mostra como uma pessoa pode ser humilde ou orgulhosa, com base no conceito que tem de si mesma. Esta segunda ilustração servirá de comentário sobre a primeira, especialmente porque Jesus Cristo a concluiu da mesma forma: "Mas, ele contou a seguinte ilustração também a alguns que confiavam em si mesmos como sendo justos e que consideravam os demais como nada: “Dois homens subiram ao templo para orar, um sendo fariseu e o outro cobrador de impostos. O fariseu estava em pé e começou a orar as seguintes coisas no seu íntimo: ‘Ó Deus, agradeço-te que não sou como o resto dos homens, extorsores, injustos, adúlteros, ou mesmo como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana, dou o décimo de todas as coisas que adquiro.’ O cobrador de impostos, porém, estando em pé à distância, não estava nem disposto a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, sê clemente para comigo pecador.’ Digo-vos: Este homem desceu para sua casa provado mais justo do que aquele homem; porque todo o que se enaltecer será humilhado, mas quem se humilhar será enaltecido”" (Lucas 18:9-14).
O que é verdade em nível individual é verdade em nível congregacional. Assim como uma pessoa pode ser humilde e modesta ou orgulhosa e presunçosa, uma congregação como um todo pode ter fama de humildade ou, inversamente, de arrogância. Tomemos o exemplo de duas congregações entre as sete que Jesus Cristo glorificado, disciplinou: a congregação de Sardes e a congregação de Esmirna.
A congregação de Sardes teve uma atitude arrogante, e em sua mensagem Jesus Cristo a repreendeu muito duramente: "E ao anjo da congregação em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas: ‘Conheço as tuas ações, de que tens a fama de estar vivo, mas estás morto. Fica vigilante e fortalece as coisas remanescentes que estavam prestes a morrer, porque não achei as tuas ações plenamente realizadas diante do meu Deus. Portanto, continua a lembrar-te de como recebeste e como ouviste, e prossegue guardando isso, e arrepende-te. Certamente, a menos que despertes, virei como ladrão, e não saberás absolutamente a que hora virei sobre ti" (Apocalipse 3:1-3). Obviamente, esta congregação tinha a mesma mentalidade que este fariseu muito satisfeito consigo mesmo, que menosprezava aqueles que não eram como ele.
A congregação de Esmirna tinha um espírito completamente diferente: "'E ao anjo da congregação em Esmirna escreve: Estas coisas diz aquele, ‘o Primeiro e o Último’, que ficou morto e passou a viver [novamente]: ‘Conheço a tua tribulação e pobreza — mas tu és rico — e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e que não são, mas que são sinagoga de Satanás. Não tenhas medo das coisas que estás para sofrer. Eis que o Diabo estará lançando alguns de vós na prisão, para que sejais plenamente provados, e para que tenhais tribulação por dez dias. Mostra-te fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida. Quem tem ouvido ouça o que o espírito diz às congregações: Àquele que vencer, a segunda morte de modo algum fará dano" (Apocalipse 2:8-11).
Assim como a nível individual temos de permanecer vigilantes quanto ao nosso estado de espírito, na valorização que temos de nós mesmos, os mesmos pastores das diferentes congregações, devem cuidar para manter um bom estado de espírito de amor. , humildade e modéstia, uns para com os outros: "Pois, por intermédio da benignidade imerecida que me foi dada, digo a cada um aí entre vós que não pense mais de si mesmo do que é necessário pensar; mas, que pense de modo a ter bom juízo, cada um conforme Deus lhe distribuiu uma medida de fé. (...) Tende a mesma mentalidade para com os outros como para com vós mesmos; não atenteis para as coisas altivas, mas deixai-vos conduzir pelas coisas humildes. Não vos torneis discretos aos vossos próprios olhos” (João 13:34,35; Romanos 12:3,16).
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Uma lição de humildade
"Ora, visto que ele sabia antes da festividade da páscoa que havia chegado a sua hora para se transferir deste mundo para o Pai, Jesus, tendo amado os seus próprios que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2 Assim, enquanto prosseguia a refeição noturna, tendo o Diabo já posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse, 3 ele, sabendo que o Pai dera todas as coisas nas suas mãos, e que procedera de Deus e ia para Deus, 4 levantou-se da refeição noturna e pôs de lado a sua roupagem exterior. E, tomando uma toalha, cingiu-se. 5 Depois pôs água numa bacia e principiou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha de que estava cingido. 6 E, assim chegou a Simão Pedro. Este lhe disse: “Senhor, estás lavando os meus pés?” 7 Em resposta, Jesus disse-lhe: “O que estou fazendo, tu não entendes atualmente, mas entenderás depois destas coisas.” 8 Pedro disse-lhe: “Certamente nunca lavarás os meus pés.” Jesus respondeu-lhe: “A menos que eu te lave, não tens parte comigo.” 9 Simão Pedro disse-lhe: “Senhor, não só os meus pés, mas também as minhas mãos e a minha cabeça.” 10 Jesus disse-lhe: “Quem se banhou, não precisa lavar senão os seus pés, mas está inteiramente limpo. E vós estais limpos, mas não todos.” 11 Ele sabia, deveras, quem o traía. É por isso que disse: “Nem todos vós estais limpos.”
12 Tendo então lavado os pés deles e vestido a sua roupagem exterior, e tendo-se deitado novamente à mesa, disse-lhes: “Sabeis o que vos tenho feito? 13 Vós me chamais de ‘Instrutor’ e ‘Senhor’, e falais corretamente, pois eu o sou. 14 Portanto, se eu, embora Senhor e Instrutor, lavei os vossos pés, vós também deveis lavar os pés uns dos outros. 15 Pois estabeleci o modelo para vós, a fim de que, assim como eu vos fiz, vós também façais. 16 Digo-vos em toda a verdade: O escravo não é maior do que o seu amo, nem é o enviado maior do que aquele que o enviou. 17 Se sabeis estas coisas, felizes sois se as fizerdes. 18 Não estou falando a respeito de todos vós; conheço os que tenho escolhido. Mas, é para que se cumpra a escritura: ‘Aquele que costumava alimentar-se do meu pão ergueu o seu calcanhar contra mim.’ 19 Deste momento em diante, digo-vos antes que ocorra, para que, quando ocorrer, acrediteis que sou eu. 20 Digo-vos em toda a verdade: Quem receber a qualquer que eu enviar, recebe [também] a mim. Por sua vez, quem me receber, recebe também aquele que me enviou”" (João 13:1-20).
Em Israel, na época de Jesus Cristo, o anfitrião providenciava para que os pés do convidado fossem lavados (Lucas 7:44). Durante a última Páscoa de Cristo, o dono do lugar não estava. Portanto, para um evento tão importante como aquela celebração, era necessário respeitar a tradição de hospitalidade. Nesse caso, um dos doze tinha que tomar a iniciativa, não necessariamente de lavar os pés de todos, mas ao menos tomar as disposições nesse sentido, para que os demais se lavassem os pés. Nenhum fez o esforço de se colocar a serviço dos outros. O fato de Jesus Cristo ter feito isso, surpreendeu tanto os doze apóstolos, que Pedro se sentiu muito envergonhado (João 13:8).
Por esta ação surpreendente por parte de Cristo de lavar os pés de seus discípulos (incluindo os do traidor Judas Iscariotes), ele mostrou que a necessidade de ser humilde não deve ser apenas uma visão da mente, mas deve ser em ações. Na explicação do significado do que fez, Jesus Cristo mostrou que o discípulo deve estar disposto a servir seus irmãos e irmãs espirituais, mesmo no trabalho mais difícil, visto tão desvalorizado quanto o de lavar os pés do próximo.
Para dar apenas um exemplo que ilustra os valores da soberania humana e da soberania de Deus, detenhamo-nos na função de ministro ou ministério. As palavras hebraicas e gregas têm o significado de servo, veja escravo no sentido amplo (alguém a serviço dum proprietário). Assim, em muitos países, quando alguém ocupa o cargo de ministro, num governo, pensa-se num cargo de prestígio, com tudo o que o acompanha. No entanto, um ministro e um ministério cristão, ainda que seja um serviço muito honroso do ponto de vista de Deus e daquele que o exerce, oferece pouquíssimas vantagens materiais, pouco prestígio, até nenhum, no plano social. O ministro paga os custos financeiros e materiais de seu ministério, o que o leva a ter uma vida simples ao serviço do próximo.
Simplificando, na soberania humana, seja governamental, econômica ou financeira, muitas vezes são os "ministros", os presidentes que têm os pés lavados simbolicamente (ou os sapatos engraxados). O ministério cristão é exatamente o oposto, simbolicamente lava os pés dos outros. Jesus Cristo mostrou que ser humilde é ter esse estado de espírito de servir aos outros.
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O rico e Lázaro o mendigo
"19 “Mas, certo homem era rico e costumava cobrir-se de púrpura e de linho, regalando-se de dia a dia com magnificência. 20 Mas, certo mendigo, de nome Lázaro, costumava ser colocado junto ao seu portão, [estando] cheio de úlceras 21 e desejoso de saciar-se com as coisas que caíam da mesa do rico. Sim, também os cães vinham e lambiam as suas úlceras. 22 Ora, no decorrer do tempo, morreu o mendigo e foi carregado pelos anjos para [a posição junto ao] seio de Abraão. Também o rico morreu e foi enterrado. 23 E no Hades, ele ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu Abraão de longe, e Lázaro com ele [na posição junto] ao seio. 24 Por isso chamou e disse: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e manda que Lázaro mergulhe a ponta do seu dedo em água e refresque a minha língua, porque eu estou em angústia neste fogo intenso.’ 25 Mas Abraão disse: ‘Filho, lembra-te de que recebeste plenamente as tuas boas coisas no curso da tua vida, mas Lázaro, correspondentemente, as coisas prejudiciais. Agora, porém, ele está tendo consolo aqui, mas tu estás em angústia. 26 E, além de todas essas coisas, estabeleceu-se um grande precipício entre nós e vós, de modo que os que querem passar daqui para vós não o podem, nem podem pessoas passar de lá para nós.’ 27 Ele disse então: ‘Neste caso, peço-te, pai, que o envies à casa de meu pai, 28 pois eu tenho cinco irmãos, a fim de que lhes dê um testemunho cabal, para que não cheguem a entrar neste lugar de tormento.’ 29 Mas Abraão disse: ‘Eles têm Moisés e os Profetas; que escutem a estes.’ 30 Ele disse então: ‘Não assim, pai Abraão, mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão.’ 31 Mas ele lhe disse: ‘Se não escutam Moisés e os Profetas, tampouco serão persuadidos se alguém se levantar dentre os mortos.’" (Lucas 16:19-31).
Na ilustração, Lázaro, o mendigo, representa o povo espiritualmente faminto, sem nenhuma orientação concreta: "Ora, ao desembarcar, ele viu uma grande multidão, mas teve pena deles, porque eram como ovelhas sem pastor. E principiou a ensinar-lhes muitas coisas" (Marcos 6:34). No Sermão do Monte, Jesus Cristo fez esta declaração: "Felizes os mendigos do espírito, porque a eles pertence o reino dos céus" (Mateus 5:3).
O rico, representam os homens que deveriam cuidar de ensinar o povo e dar-lhe uma orientação espiritual precisa na vida por meio do ensino da Bíblia. A morte do mendigo e do rico, representa uma mudança de condição, provocada pelo ministério da Palavra de Cristo. Essa morte, ou mudança na condição espiritual, levou o mendigo Lázaro, o povo ansioso por agradar a Deus, a obter a aprovação de Deus (Atos capítulos 1-3). Por outro lado, a morte do rico, a classe de homens que deviam ensinar o povo, encontrava-se numa condição atormentada de desaprovação divina, que engendrou neles uma fúria assassina (Atos 4).
A proclamação das boas novas é uma bênção, para aqueles que representam "Lázaro, o mendigo", para aqueles que sofrem com a soberania do homem na terra e que gozarão eternamente das bênçãos de Deus: "O espírito de Jeová está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres, enviou-me para pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos, para mandar embora os esmagados, com livramento, para pregar o ano aceitável de Jeová" (Lucas 4:18,19; Isaías 61:1-4).
A proclamação das boas novas é uma maldição, para "o rico", para aqueles que não querem obedecer a Deus. Lendo Mateus capítulo 23, Jesus Cristo fez uma proclamação de julgamento contra a classe dominante espiritual, os escribas e os fariseus, por não ter alimentado espiritualmente o povo.
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O Semeador da Palavra do Reino e os Três Solos
"3 Disse-lhes então muitas coisas por meio de ilustrações, dizendo: “Eis que um semeador saiu a semear; 4 e, ao passo que semeava, algumas sementes caíram à beira da estrada, e vieram as aves e as comeram. 5 Outras caíram em lugares pedregosos, onde não tinham muito solo, e brotaram imediatamente, por não terem profundidade de solo. 6 Mas, ao se levantar o sol, ficaram queimadas, e, por não terem raiz, murcharam. 7 Outras, também, caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e as sufocaram. 8 Ainda outras caíram em solo excelente e começaram a dar fruto, esta cem vezes mais, aquela sessenta vezes mais, outra trinta vezes mais. 9 Escute aquele que tem ouvidos.” (...) 18 Escutai, então, a ilustração do homem que semeou. 19 Quando alguém ouve a palavra do reino, mas não a entende, vem o iníquo e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o semeado à beira da estrada. 20 Quanto ao semeado nos lugares pedregosos, este é o que ouve a palavra e a aceita imediatamente com alegria. 21 Contudo, ele não tem raiz em si mesmo, mas continua por algum tempo, e depois de ter surgido tribulação ou perseguição, por causa da palavra, logo tropeça. 22 Quanto ao semeado entre os espinhos, este é o que ouve a palavra, mas as ansiedades deste sistema de coisas e o poder enganoso das riquezas sufocam a palavra, e ele se torna infrutífero. 23 Quanto ao semeado em solo excelente, este é o que ouve a palavra e a entende, que realmente dá fruto e produz, este cem vezes mais, aquele sessenta vezes mais, outro trinta vezes mais" (Mateus 13:3-9,18-23).
Ao evitar repetir as explicações precisas de Jesus Cristo, esclareceremos algumas expressões. A semeadura, assim como o trigo ou outros cereais, representa a atividade de pregação pública da Palavra de Deus, a Bíblia, como Jesus Cristo a expressou em Mateus 24:14. Jesus Cristo disse que a palavra é semeada no coração da pessoa. O coração simbólico é o que constitui o interior espiritual e mental duma pessoa, sejam de bons ou maus pensamentos ou raciocínios.
Em Mateus capítulo 15, Jesus Cristo simplesmente explicou a atividade mental e espiritual do coração humano simbólico: "No entanto, tudo o que sai da boca vem do coração, e essas coisas tornam o homem impuro. Por exemplo, do coração vêm raciocínios maus, assassinatos, adultérios, imoralidade sexual, roubos, falsos testemunhos, blasfêmias. Essas são as coisas que tornam o homem impuro; mas tomar uma refeição sem lavar as mãos não torna o homem impuro” (Mateus 15:18-20). Neste caso, Jesus Cristo estava descrevendo uma atividade espiritual prejudicial do coração humano. Na ilustração do semeador, ele descrevia três tipos de corações ou qualidades do solo, um coração insensível, a estrada, um coração superficial, os lugares pedregosos cobertos de espinhos, e um coração receptivo, a terra rica onde cai a semente e brota.
Vamos examinar brevemente a semente e solo de qualidade. Quem garante que o encontro dos dois elementos permita que a semente germine de tal forma que dê frutos? É Deus, como o apóstolo Paulo apontou: "Eu plantei, Apolo regou, mas Deus fazia crescer, de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas sim Deus, que faz crescer" (1 Coríntios 3:6,7). ). Isso significa que é Deus quem escolhe o coração humano onde a semente do reino brotará? Sim. O livro de Atos explica como Deus faz germinar a semente no coração humano, que Ele considera como bom solo: "No dia de sábado, saímos pelo portão da cidade e fomos para junto de um rio, pois pensávamos que ali havia um lugar de oração. Então nos sentamos e começamos a falar com as mulheres que haviam se reunido ali. Uma mulher estava escutando: ela se chamava Lídia, era vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e adoradora de Deus. E Jeová lhe abriu amplamente o coração para prestar atenção ao que Paulo estava falando” (Atos 16:13,14). Deus tem a capacidade de avaliar a qualidade de um coração espiritual humano como o apóstolo Pedro disse brevemente numa oração: "Ó Jeová, tu que conheces o coração de todos" (Atos 1:24).
O que representam os frutos do reino produzidos pela pessoa cuja semente do reino germinou em seu coração? É simplesmente um comportamento cristão que representa uma luz espiritual que traz glória a Deus entre os humanos que a observam: "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. As pessoas acendem uma lâmpada e a colocam, não debaixo de um cesto, mas em cima de um suporte, e ela brilha sobre todos na casa. Do mesmo modo, deixem brilhar sua luz perante os homens, para que vejam suas boas obras e deem glória ao seu Pai, que está nos céus" (Mateus 5:14-16).
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A excelente semente e o joio
"24 Apresentou-lhes outra ilustração, dizendo: “O reino dos céus tem-se tornado semelhante a um homem que semeou excelente semente no seu campo. 25 Enquanto os homens dormiam, veio seu inimigo e semeou por cima joio entre o trigo, e foi embora. 26 Quando a lâmina cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. 27 Vieram assim os escravos do dono de casa e disseram-lhe: ‘Amo, não semeaste excelente semente no teu campo? Donde lhe veio então o joio?’ 28 Disse-lhes ele: ‘Um inimigo, um homem, fez isso.’ Disseram-lhe: ‘Queres, pois, que vamos e o reunamos?’ 29 Ele disse: ‘Não; para que não aconteça que, ao reunirdes o joio, desarraigueis também com ele o trigo. 30 Deixai ambos crescer juntos até a colheita; e na época da colheita direi aos ceifeiros: Reuni primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado, depois ide ajuntar o trigo ao meu celeiro.’” (...) 36 Despedindo então as multidões, entrou na casa. E vieram a ele os seus discípulos e disseram: “Explica-nos a ilustração do joio no campo.” 37 Em resposta, ele disse: “O semeador da semente excelente é o Filho do homem; 38 o campo é o mundo; quanto à semente excelente, estes são os filhos do reino; mas o joio são os filhos do iníquo, 39 e o inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é a terminação dum sistema de coisas e os ceifeiros são os anjos. 40 Portanto, assim como o joio é reunido e queimado no fogo, assim será na terminação do sistema de coisas. 41 O Filho do homem enviará os seus anjos, e estes reunirão dentre o seu reino todas as coisas que causam tropeço e os que fazem o que é contra a lei, 42 e lançá-los-ão na fornalha ardente. Ali é que haverá o seu choro e o ranger de [seus] dentes. 43 Naquele tempo, os justos brilharão tão claramente como o sol, no reino de seu Pai. Escute aquele que tem ouvidos" (Mateus 13:24-30,36-43).
Esta ilustração descreve como Jesus Cristo, como semeador, lançou os alicerces para a nova congregação cristã, com a semente excelente, isto é, os seguidores de Cristo que se esforçavam ao máximo para fazer a vontade de Deus. Ele primeiro nomeou doze apóstolos e no Pentecostes do ano 33 de nossa era, milhares de seguidores de Cristo constituíram a excelente semente ou congregação cristã (No livro dos Atos dos Apóstolos, há a história do nascimento da congregação cristã).
A expressão referente ao fato que os homens dormirem, poderia aludir a duas coisas. Os homens que dormem, mencionariam a morte de todos os apóstolos, mas também dos discípulos que conheceram a Cristo e que faziam parte dessa base saudável do fundamento da congregação cristã. Enquanto esses homens estavam vivos, eles eram um verdadeiro baluarte contra a infiltração diabólica de indivíduos perniciosos dentro da congregação cristã. Esta expressão que menciona o sono dos homens, também poderia aludir à longa noite de obscurantismo espiritual que escureceu toda a congregação cristã. Esta noite espiritual durou muitos séculos, e durante esse tempo, Satanás, o diabo, podia facilmente semear muitos indivíduos maus que corromperam seriamente o ensino dentro da congregação cristã.
A corrupção de toda a congregação cristã por indivíduos maliciosos ocorreu ao longo de muitos séculos de duas maneiras diferentes. Uma corrupção do ensino cristão através da infiltração importante de ensinamentos e filosofias greco-romanas pagãs, como a trindade, o culto da cruz, o culto mariano, o culto dos santos, os dogmas da imortalidade da alma, o fogo do inferno, purgatório e muitos outros ensinamentos não bíblicos. A segunda maior forma de corrupção na congregação cristã tem sido comportamental. Houve a infiltração importante de práticas e ritos idólatras, imoralidade sexual e violência bélica, cruzadas organizadas por congregações ditas “cristãs” e campanhas militares colonialistas, que massacraram muitas pessoas, em muitos países e continentes. Durante este período de densa escuridão espiritual, era muito difícil distinguir a excelente semente do joio.
A Reforma Protestante, entre os séculos XVI e XVII, permitiu aos poucos recolocar a leitura e a aplicação da Bíblia no centro das preocupações. Homens corajosos empreenderam a tradução da Bíblia nas línguas faladas pelo povo. A invenção da imprensa acelerou essa ampla instrução bíblica. Durante o final do século 19 e início do século 20, houve outros cristãos corajosos que desta vez começaram a eliminar certos ensinamentos pagãos da instrução dentro de certas congregações cristãs. Além disso, algumas congregações têm empreendido a pregação das boas novas mencionadas em Mateus 24:14 até os dias atuais. Nestes últimos dias que vivemos, podemos ver a distinção entre a boa semente (cristãos que sinceramente se esforçam para fazer a vontade de Deus escrita na Bíblia) e o joio (cristãos que obviamente não querem fazer a vontade de Deus escrita na Bíblia).
É o rei e juiz Jesus Cristo, que fará o julgamento entre essas duas categorias de cristãos, pouco antes da grande tribulação: "Nem todo o que me disser: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, senão aquele que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome e não expulsamos demônios em teu nome, e não fizemos muitas obras poderosas em teu nome?’ Contudo, eu lhes confessarei então: Nunca vos conheci! Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra a lei" (Mateus 7:21-23).
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O grão de mostarda e o fermento escondido na farinha
“31 Apresentou-lhes outra ilustração, dizendo: “O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo; 32 o qual, de fato, é a menor de todas as sementes, mas, quando desenvolvida, é a maior das hortaliças e se torna uma árvore, de modo que as aves do céu vêm e acham pousada entre os seus ramos.”
33 Disse-lhes ainda outra ilustração: “O reino dos céus é semelhante ao fermento que certa mulher tomou e escondeu em três grandes medidas de farinha, até que a massa inteira ficou levedada.”" (Mateus 13:31-33).
Antes de prosseguir com a explicação dessas duas ilustrações, é necessário esclarecer o significado da expressão bíblica “congregação cristã”. Baseia-se no que está escrito em Atos 11:26: "Foi primeiro em Antioquia que os discípulos, por providência divina, foram chamados cristãos". Segundo este texto, foi Deus quem escolheu o nome de “cristão”, designando os discípulos de Cristo. Não há absolutamente nenhum texto bíblico que autorize a mudança de tal título dado por Deus, no tempo dos apóstolos. Portanto, as demais denominações humanas que substituem este título bíblico de cristão, dado por Deus, não são e não serão utilizadas nas explicações.
A palavra "congregação" pode significar "igreja" ou "assembléia" de cristãos. A palavra “igreja”, que é correto em si mesmo, é muitas vezes associado a uma construção religiosa, razão pela qual não é utilizado. A palavra "assembléia" é frequentemente associada a um grande número de discípulos, o que nem sempre é o caso. A palavra congregação não cria essas confusões de entendimento, entre os cristãos. Assim, a expressão “congregação cristã” abrange todas as congregações cristãs que reivindicam essa adesão, independentemente de suas respectivas denominações religiosas. Caberá ao Rei e Juiz Jesus Cristo dizer a diferença entre aqueles que fazem ou não a vontade de Deus (Mateus 7:1-5,21-23).
As duas ilustrações do grão de mostarda e do fermento escondido, explicam as duas ilustrações anteriores, do semeador lançando a semente em solos diferentes e a excelente semente e o joio. Quando Jesus Cristo diz, "o reino dos céus é semelhante a", parece descrever situações relacionadas ao "reino dos céus".
Nessas duas ilustrações, Jesus Cristo anuncia o crescimento exponencial da congregação cristã, em todo o mundo. De fato, de acordo com a profecia de Cristo, a congregação cristã passaria do estágio de um pequeno grão de mostarda a uma grande árvore ou a uma grande massa fermentada de farinha. E, de fato, ao longo de muitos séculos, a congregação cristã cresceu para abranger, globalmente, cerca de 2,6 bilhões de pessoas, ou cerca de um terço da atual população mundial. Isso a torna a primeira congregação mundial, em número de pessoas que reivindicam o nome de cristão.
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O tesouro escondido e as belas pérolas
"44 “O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que certo homem achou e escondeu; e, na sua alegria, vai e vende todas as coisas que tem e compra aquele campo.
45 “Novamente, o reino dos céus é semelhante a um comerciante viajante que buscava pérolas excelentes. 46 Ao achar uma pérola de grande valor, foi e vendeu prontamente todas as coisas que tinha e a comprou” (Mateus 13:44-46).
As duas ilustrações parecem esclarecer o que Jesus Cristo disse sobre os justos. Na ilustração da bela semente, ele concluiu dizendo: "Naquele tempo, os justos brilharão tão claramente como o sol, no reino de seu Pai" (Mateus 13:43). A glória dos justos residirá no fato de terem sabido colocar as prioridades espirituais, aquelas relacionadas aos interesses do reino, no primeiro lugar: "Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33). O homem que sabe que num campo há um tesouro e o compra ou o homem que para comprar as belas pérolas faz grandes sacrifícios para tê-las, são a ilustração dos cristãos, a semente excelente, que estabelecem as prioridades do reino para o cumprimento da esperança da vida eterna.
Para isso, os discípulos de Cristo estão dispostos a fazer grandes sacrifícios para o cumprimento de sua esperança, conforme ilustrado, desta vez, pelo apóstolo Paulo, na sua vida. Na carta aos Filipenses capítulo 3, ele escreveu que veio de uma origem social muito privilegiada e prestigiosa. Ele poderia ter riqueza e uma posição social de prestígio. No entanto, ele abriu mão dessas riquezas e prestígio temporários por motivos espirituais mais elevados: "Se qualquer outro homem acha que tem base para ter confiança na carne, eu ainda mais; circuncidado no oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu nascido de hebreus; com respeito à lei, fariseu; com respeito ao zelo, perseguindo a congregação; com respeito à justiça que é por meio de lei, um que se mostrou inculpe. Contudo, as coisas que para mim eram ganhos, estas eu considerei perda por causa do Cristo. Ora, neste respeito, considero também, deveras, todas as coisas como perda, por causa do valor superior do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele tenho aceito a perda de todas as coisas e as considero como uma porção de refugo, para que eu possa ganhar a Cristo e ser achado em união com ele, não tendo a minha própria justiça, que resulta da lei, mas aquela que vem por intermédio da fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, à base da fé, a fim de conhecer a ele e o poder de sua ressurreição, e a participação nos seus sofrimentos, submetendo-me a uma morte semelhante à dele, para ver se de algum modo consigo alcançar a ressurreição a ocorrer mais cedo dentre os mortos" (Filipenses 3:4-11).
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Pesca com rede de arrasto e os peixes selecionados na praia
"47 “Novamente, o reino dos céus é semelhante a uma rede de arrasto lançada ao mar e que apanhou peixes de toda espécie. 48 Quando ela ficou cheia, arrastaram-na para a praia, e, assentando-se, reuniram os excelentes em vasos, mas os imprestáveis lançaram fora. 49 Assim será na terminação do sistema de coisas: os anjos sairão e separarão os iníquos dos justos, 50 e lançá-los-ão na fornalha ardente. Ali é que haverá o seu choro e o ranger de seus dentes." (Mateus 13:47-50).
A ilustração descreve uma ação semelhante de colher e separar pouco antes da grande tribulação em Mateus 13:40-43. Encontramos exatamente as mesmas frases, em Mateus 13:42 e 50: "Lançá-los-ão na fornalha ardente. Ali é que haverá o seu choro e o ranger de seus dentes". Portanto, a pesca mundial com rede de arrasto, é obviamente a pregação das boas novas, pois Jesus Cristo comparou essa atividade cristã à pesca de humanos. Jesus Cristo disse aos seus apóstolos que eles seriam pescadores de homens: "De modo que Jesus lhes disse: “Sigam-me, e eu farei de vocês pescadores de homens”" (Marcos 1:17). Jesus Cristo disse que essa pesca mundial ocorreria pouco antes da grande tribulação: "E estas boas novas do Reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim" (Mateus 24 :14).
A seleção mundial de humanos em dois grupos ocorrerá durante o julgamento, muito pouco antes da grande tribulação. É assim que Jesus Cristo descreve essa seleção em Mateus 24, em termos muito semelhantes à seleção de peixes na praia: "Pois, assim como eram os dias de Noé, assim será a presença do Filho do Homem. Porque naqueles dias antes do dilúvio as pessoas comiam e bebiam, os homens se casavam e as mulheres eram dadas em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não fizeram caso, até que veio o dilúvio e varreu a todos eles; assim será na presença do Filho do Homem. Dois homens estarão então no campo; um será levado e o outro será abandonado. Duas mulheres estarão moendo no moinho manual; uma será levada e a outra será abandonada. Portanto, mantenham-se vigilantes, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor" (Mateus 24:37-42).
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A sabedoria se prova justa pelas suas obras
"16 Com quem compararei esta geração? Ela é semelhante a crianças sentadas nas praças, que gritam para seus colegas: 17 ‘Nós tocamos flauta para vocês, mas vocês não dançaram; nós lamentamos, mas vocês não bateram no peito de pesar.’ 18 Da mesma maneira, João veio sem comer e sem beber, mas as pessoas dizem: ‘Ele tem demônio.’ 19 O Filho do Homem veio comendo e bebendo, mas elas dizem: ‘Vejam! Um homem glutão e dado a beber vinho, amigo de cobradores de impostos e de pecadores.’ No entanto, a sabedoria se prova justa pelas suas obras"(Mateus 11:16-19).
Jesus Cristo mostra que, faça o que fizer, aqueles que se opõem às boas novas do reino, sempre encontrarão uma razão para criticar. No entanto, além desta situação dolorosa, são as obras e o tempo que permitem ver onde está a sabedoria. No Sermão do Monte, Jesus Cristo disse que os discípulos seriam insultados. Ele disse que esta situação foi vivida por muitos profetas e servos de Deus no passado (Mateus 5:11,12). É importante notar que tanto João Batista quanto Jesus Cristo, não buscaram confrontar os caluniadores para denunciar suas mentiras, pois confiavam que em mais ou menos tempo, sempre é a verdade e a sabedoria que triunfam sobre a mentira e a calúnia.
Para os seguidores de Cristo que estão passando por essa situação emocionalmente difícil, há dois textos, entre outros, que convidam a ter paciência e estar na espera de Jeová:
"Jeová é bom para aquele que espera nele, para a pessoa que continua a buscá-lo. É bom que se espere em silêncio a salvação da parte de Jeová. É bom que o homem carregue o jugo durante a juventude. Quando Deus coloca um jugo sobre ele, que ele fique sentado sozinho em silêncio. Que ponha a boca no pó; talvez ainda haja esperança. Que ofereça o rosto àquele que o golpeia; que sofra muitos insultos" (Lamentações 3:25-30).
"Mas, quanto a mim, ficarei vigilante esperando por Jeová. Esperarei pacientemente pelo Deus da minha salvação. Meu Deus me ouvirá" (Miquéias 7:7).
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Pois é pelas tuas palavras que serás declarado justo
e é pelas tuas palavras que serás condenado
“35 O homem bom, do seu bom tesouro, envia coisas boas, ao passo que o homem iníquo, do seu tesouro iníquo, envia coisas iníquas. 36 Eu vos digo que de toda declaração sem proveito que os homens fizerem prestarão contas no Dia do Juízo; 37 pois é pelas tuas palavras que serás declarado justo e é pelas tuas palavras que serás condenado” (Mateus 12:35-37).
Jesus Cristo mostrou que as palavras revelam o estado do coração simbólico do homem: "O homem bom, do bom tesouro do seu coração, traz para fora o bom, mas o homem iníquo, do seu tesouro iníquo, traz para fora o que é iníquo; pois é da abundância do coração que a sua boca fala" (Lucas 6:45).
Falando dos onze apóstolos fiéis, Jesus Cristo tinha dito que eles eram interiormente limpos: “E vós estais limpos, mas não todos.” Ele sabia, deveras, quem o traía. É por isso que disse: “Nem todos vós estais limpos”" (João 13:10,11). Por que os onze apóstolos eram limpos? Muito simplesmente, as intenções de seus corações eram puras. Por que Judas Iscariotes não era interiormente limpo? Devido as más intenções de trair seu mestre, Jesus Cristo. Um pouco mais adiante no relato de João 13, está escrito que Satanás "entrou" em Judas (João 13:27). Isso não significa necessariamente que Satanás tinha dominado o livre arbítrio de Judas Iscariotes, mas sim que ele se deixou levar por os raciocínios diabólicos para trair seu mestre. Assim, como Jesus Cristo novamente ensinou, são os maus raciocínios do coração que tornam espiritualmente impuros as pessoas (Mateus 15:17-19).
Quando os discípulos de Cristo, seguindo o exemplo dos onze apóstolos fiéis, têm um coração limpo, com boas intenções então, desta vez, para usar uma imagem do apóstolo Paulo, eles trazem Cristo em seus corações e morando neles: "Por causa disso dobro os joelhos diante do Pai, a quem toda família no céu e na terra deve o seu nome, com o fim de que ele vos conceda, segundo as riquezas de sua glória, que sejais feitos poderosos no homem que sois no íntimo, com poder por intermédio de seu espírito, para que o Cristo more em vossos corações, com amor, por intermédio da vossa fé; para que fiqueis arraigados e estabelecidos sobre o alicerce, a fim de que sejais cabalmente capazes de compreender, junto com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e para que conheçais o amor do Cristo, que ultrapassa o conhecimento, a fim de que estejais cheios de toda a plenitude dada por Deus" (Efésios 3:14-19).
No ensino sobre o bom e o mau uso da língua, o discípulo e irmão de Jesus Cristo, Tiago, no capítulo 3, escreveu o seguinte: "Assim também a língua é um membro pequeno, contudo, faz grandes fanfarrices. Vede quão pouco fogo é preciso para incendiar um bosque tão grande! Ora, a língua é um fogo. A língua constitui um mundo de injustiça entre os nossos membros, pois mancha todo o corpo e incendeia a roda da vida natural, e é incendiada pela Geena" (Tiago 3:5,6). Segundo este texto, o mau uso da língua tem o poder aterrador de condenar ao fogo da Geena, ou seja, a uma morte sem possibilidade de ressurreição, pois, escreveu, "mancha todo o corpo e incendeia a roda da vida natural, e é incendiada pela Geena". Então, para evitar um final tão dramático, devemos cultivar a sabedoria de cima: "Mas a sabedoria de cima é primeiramente casta, depois pacífica, razoável, pronta para obedecer, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, sem hipocrisia. Além disso, o fruto da justiça tem a sua semente semeada sob condições pacíficas para os que fazem paz" (Tiago 3:17,18).
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Se alguém quiser vir atrás de mim, negue-se a si mesmo
“24 Jesus disse então aos seus discípulos: “Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, apanhe sua estaca de tortura e siga-me sempre. 25 Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa a achará. 26 Realmente, de que adianta o homem ganhar o mundo inteiro, se ele perder a sua vida? Ou o que o homem dará em troca da sua vida? 27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com seus anjos, e então retribuirá a cada um segundo o seu comportamento"" (Mateus 16:24-27).
Este é um ponto de ensino menos conhecido, a negação de si mesmo ou nosso ego, para o benefício de Cristo. Com esta declaração, ele faz seus discípulos entenderem que inevitavelmente, em algum momento de seu ministério, eles terão que fazer uma escolha, entre seus interesses pessoais e os interesses de Cristo. O discípulo de Cristo deve estar disposto a negar-se a si mesmo, a ponto de concordar em dar sua vida por Cristo (quem perder a sua vida por minha causa), para depois ser restituído a ele na ressurreição dos justos (a achará) (João 5:28,29). No entanto, o discípulo de Cristo, que temeria a morte, a ponto de procurar permanecer vivo à custa de um sério compromisso, perderia definitivamente toda a esperança de vida eterna (Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá).
Repete-se o mesmo ensinamento, desta vez sob o ângulo do amor a Cristo e do amor natural aos próprios familiares: “Não pensem que vim trazer paz à terra; vim trazer não a paz, mas a espada. Pois vim causar divisão: o homem contra o pai, a filha contra a mãe, e a nora contra a sogra. Realmente, os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não aceita a sua estaca de tortura e não me segue não é digno de mim. Quem achar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida por minha causa a achará” (Mateus 10:34-39).
Neste texto, Jesus Cristo explica que seu ensino inevitavelmente causaria em muitas famílias, divisões que poriam à prova a fé dos discípulos de Cristo. Jesus Cristo deixa claro que seus seguidores não devem ceder à chantagem emocional de outros membros da família incrédulos. Deve colocar o seu amor por Cristo antes do amor pelos membros da sua própria família, não fazendo concessões como renunciar a seguir os passos de Cristo, com todas as provações que isso implica: "De fato, para isso vocês foram chamados, porque o próprio Cristo sofreu por vocês, deixando um modelo para seguirem fielmente os seus passos" (1 Pedro 2:21). Jesus Cristo também repete o ensinamento reconfortante de que a coragem dos seguidores de Cristo será recompensada com a vida eterna (João 17:3).
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Pagai de volta a César as coisas de César,
mas a Deus as coisas de Deus
“20 E, depois de o observarem de perto, enviaram homens secretamente contratados para pretenderem ser justos, a fim de que o pudessem apanhar na palavra, para o entregarem ao governo e à autoridade do governador. 21 E interrogaram-no, dizendo: “Instrutor, sabemos que falas e ensinas corretamente e não mostras parcialidade, mas que ensinas o caminho de Deus em harmonia com a verdade: 22 É lícito ou não que paguemos imposto a César?” 23 Mas ele percebia a sua astúcia, e disse-lhes: 24 “Mostrai-me um denário. A imagem e inscrição de quem está nele?” Disseram: “De César.” 25 Disse-lhes ele: “De todos os modos, pois, pagai de volta a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus.” 26 Bem, não foram capazes de apanhá-lo nesta declaração perante o povo, mas, pasmados com a resposta dele, não disseram nada” (Lucas 20:20-26).
Jesus Cristo disse de pagar de volta a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus (Lucas 20:25). O cristão que paga a César o que é de César, tem uma atitude respeitosa para com as autoridades estabelecidas de seu país. Em 1 Pedro 2:17, está escrito de temer a Deus e honrar o rei. Dependendo do contexto, o rei é o repositório da autoridade do país sobre o qual reina. O apóstolo Paulo, na carta aos Romanos (13:1-7), encoraja todos os cristãos a respeitarem os governos e seus representantes, sejam reis, príncipes, presidentes, ministros, deputados... Esta passagem mostra que devemos respeitar aqueles que são com poderes para fazer cumprir a lei, sejam a polícia, os militares em alguns países, juízes, procuradores e vários representantes das administrações, como, por exemplo, professores, catedráticos, diretores, inspetores fiscais… Dito isto, Jesus Cristo acrescentou que devemos devolver o que é de Deus para Deus. O que pertence a Deus é a vida que Ele nos deu. Portanto, se um governo ou um estado, se apropriar perversamente do nosso corpo e o corpo de nossos filhos, como disse o apóstolo Pedro no tribunal: “Temos de obedecer a Deus como governante em vez de a homens” (Atos 5:29).
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Deixem as criancinhas de vir a mim
“13 Então alguns trouxeram a ele criancinhas, para que pusesse as mãos sobre elas e proferisse uma oração, mas os discípulos os repreenderam. 14 Jesus, porém, disse: “Deixem as criancinhas e não tentem impedi-las de vir a mim, pois o Reino dos céus pertence aos que são como elas.” 15 Ele pôs as mãos sobre elas e partiu dali” (Mateus 19:13-15).
Por que os discípulos impediram que os pais com seus filhos se aproximassem de Jesus Cristo, para que os abençoassem? Provavelmente pensaram que Jesus Cristo, poucos dias antes de sua morte em Jerusalém, estava muito preocupado para provavelmente ter que "suportar" (segundo os apóstolos), a presença de crianças entusiasmadas, cheias de alegria e talvez barulhentas. Dois relatos paralelos indicam que Jesus Cristo ficou indignado da severidade dos apóstolos em impedir que as crianças se aproximassem dele (Marcos 10:13-15; Lucas 18:15-17). Como entender que o Reino dos céus pertence aos que são como elas? Deve-se esclarecer que Jesus Cristo não encorajava a infantilidade ou infantilização das congregações cristãs ou dos povos em geral. O apóstolo Paulo escreveu que os discípulos devem atingir a madureza espiritual (Hebreus 6:1).
Foi a uma pergunta que Jesus Cristo esclareceu o significado de seu ensino sobre as crianças e o Reino dos céus: "Naquela hora, os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram: “Quem é realmente o maior no Reino dos céus?” Então, ele chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: “Digo-lhes a verdade: A menos que vocês deem meia-volta e se tornem como criancinhas, de modo algum entrarão no Reino dos céus. Por isso, quem se humilha, como esta criancinha, é aquele que é o maior no Reino dos céus; e quem recebe em meu nome uma criancinha como esta, recebe também a mim. Mas quem fizer tropeçar um destes pequenos que têm fé em mim, seria melhor para ele que pendurassem no seu pescoço uma pedra de moinho daquelas que o jumento faz girar, e que fosse afundado no alto-mar" (Mateus 18:1-6).
Jesus Cristo muitas vezes associava a "criança" ao que é humilde, modesto e despreocupado em chamar a atenção dos outros para si. Jesus Cristo disse que seu Pai Celestial, Jeová Deus, revela o sentido de seu pensamento aos "pequeninos", isto é, aos humildes: "Eu te louvo publicamente, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas dos sábios e dos intelectuais, e as revelaste aos pequeninos” (Mateus 11:25). Jesus Cristo indica que para nos tornarmos como eles, devemos "dar meia-volta", ou seja, mudar gradualmente e completamente nossos padrões mentais que consistem em colocar nosso ego no primeiro lugar. Depois de perceber essa necessidade, Jesus Cristo indica que temos de nos tornar humildes como crianças, de maneira autêntica.
O relato indica que Jesus Cristo ficou profundamente indignado com o modo como seus apóstolos trataram com severidade, as crianças entusiasmadas que se aproximavam dele para serem abençoadas. Esta informação é uma mensagem simples para aqueles que atualmente estão prejudicando às crianças ao redor do mundo: "Mas quem fizer tropeçar um destes pequenos que têm fé em mim, seria melhor para ele que pendurassem no seu pescoço uma pedra de moinho daquelas que o jumento faz girar, e que fosse afundado no alto-mar" (Mateus 18:6). Como isso seria mais vantajoso para alguém que ser afogado no fundo do mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço, do que para alguém que perjudicar à criança ou às crianças? A resposta mais lógica parece ser esta: o primeiro seria ressuscitado na ressurreição geral dos justos e dos injustos (Atos 24:15). Enquanto o homicídio infantil, o pedófilo, o traficante de órgãos humanos, o comerciante assassino de produtos químicos*, que os experimenta, em orfanatos em países com pouca consideração pela proteção infantil, todos esses humanos animais que perjudicam às crianças, não serão ressuscitados quando eles sejam destruídos na grande tribulação (1 Coríntios 2:14 "homem físico (animalis)"; (Mateus 24:21 "grande tribulação").
* No texto de Isaías 5:20 está escrito: "Ai dos que dizem que o bom é mau e que o mau é bom, Os que põem a escuridão no lugar da luz e a luz no lugar da escuridão, Os que trocam o amargo pelo doce e o doce pelo amargo!". Este texto descreve com muita precisão as inversões de valores perversas e demoníacas desses engenheiros da mentira e da manipulação assassina (João 8:44). Esses pastores que que só cuidam de si mesmos, proibiram os médicos de tratar os idosos com moléculas baratas. Então esses mesmos pastores que só cuidam de si mesmos, depois disso, pedem aos filhos que arrisquem a própria saúde, até a vida deles, por esses mesmos idosos que eles colocaram em perigo de morte proibindo os médicos de tratá-los. Esses mesmos pastores que só cuidam de si mesmos, pedem às crianças que arrisquem sua própria saúde, até mesmo suas vidas, pelos adultos quando deveria ser o contrário, ou seja, que são os adultos que deveriam estar dispostos a arriscar suas vidas pelas crianças, representando o futuro da humanidade...
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Pois o meu jugo é benévolo e minha carga é leve
"25Naquela ocasião, Jesus disse, em resposta: “Eu te louvo publicamente, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e dos intelectuais, e as revelaste aos pequeninos. 26Sim, ó Pai, porque fazer assim veio a ser o modo aprovado por ti. 27Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece plenamente o Filho, exceto o Pai, tampouco há quem conheça plenamente o Pai, exceto o Filho e todo aquele a quem o Filho estiver disposto a revelá-lo. 28Vinde a mim, todos os que estais labutando e que estais sobrecarregados, e eu vos reanimarei. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, pois sou de temperamento brando e humilde de coração, e achareis revigoramento para as vossas almas. 30Pois o meu jugo é benévolo e minha carga é leve”" (Mateus 11:25-30).
Jesus Cristo ama profundamente os humanos, a humanidade, ele provou isso dando sua vida para poder redimi-la (João 3:16). Na terra, ele era o reflexo completo do amor de Deus (1 João 4:8). Ele amava as pessoas, era amado pelas pessoas e se misturava com elas. Pouco antes da cura duma mulher, é o que podemos ler: "Enquanto Jesus ia, as multidões se apertavam em volta dele. (...) Pedro disse: “Instrutor, as multidões rodeiam e apertam o senhor”" (Lucas 8:42,45). Ele lamentou o estado de abandono espiritual do povo por parte da classe dominante que deveria tê-lo dado orientação espiritual: "Vendo as multidões, sentia pena delas, porque eram esfoladas e jogadas de um lado para outro como ovelhas sem pastor" (Mateus 9:36). Ele não hesitou em se associar com pessoas consideradas párias, com o objetivo de trazê-las de volta ao caminho certo de Deus (Lucas 7:36-50; 15:1-10). Ao defender o povo, não hesitou em denunciar o comportamento hipócrita e impiedoso da classe dos escribas e fariseus (Mateus 23).
Jesus Cristo havia dito que segui-lo como discípulo causaria provações e uma necessidade de abnegação: "E quem não aceita a sua estaca de tortura e não me segue não é digno de mim" (Mateus 10:38). Então, quando ele disse que seu jugo é benévolo e sua carga é leve, é em relação a como Jesus Cristo exerce sua autoridade. Primeiro, Jesus Cristo ensina a verdade que liberta das mentiras humanas: "Vocês conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" (João 8:32). Essa liberdade está na capacidade de apreender ou perceber essa verdade bíblica, por si mesmo, meditando no que é aprendido. Jesus Cristo ensinou seus discípulos a ter essa capacidade de refletir, no espaço muito vasto do conhecimento de Deus, com base na verdade. A pergunta "O que acha?", é um convite para se fazer-se a própria opinião ou revisá-la com base na profundidade da sabedoria do pensamento de Deus (Mateus 16:13; 17:25; Romanos 11:33,34; 1 Coríntios 2 :16).
Jesus Cristo levou em conta os sentimentos de seus apóstolos e discípulos. Foi apenas pouco antes que ele teve que revelar a eles que ele deveria morrer em Jerusalém (Mateus 16:21). Ele suportou as falhas repetitivas de seus apóstolos que regularmente discutiam sobre quem era o maior entre eles (Marcos 9:33-37; Lucas 9:46-48; 22:24-27; João 13:14). Há um texto profético a respeito de Cristo que resume muito bem e vividamente a misericórdia e a compaixão que ele demonstrou durante seu ministério terrestre para com as pessoas de condição humilde: "Vejam o meu servo, aquem apoio! Meu escolhido, a quem aprovo! Pus nele o meu espírito; Ele trará justiça às nações. Não gritará nem levantará a voz, Não fará que a sua voz seja ouvida na rua. Não quebrará nenhuma cana esmagada, Nem apagará um pavio que ainda estiver fumegando. Com fidelidade ele trará a justiça. Sua luz não enfraquecerá e ele não será esmagado até estabelecer a justiça na terra; As ilhas esperam por sua lei" (Isaías 42:1-4). Assim, podemos entender melhor por que o jugo de Cristo é suave, leve e agradável de suportar.
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Meditação na carta de Tiago, levando à madureza cristã
O discípulo Tiago é o irmão menor de Jesus Cristo, mencionado no Evangelho de Mateus: "Onde este homem obteve essa sabedoria e essa habilidade de realizar obras poderosas? 55Não é este o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?" (Mateus 13:54,55). Consequentemente, não deve ser confundido com o apóstolo Tiago, sendo o irmão do apóstolo João (Mateus 10:2,3 (Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão). Em 1 Coríntios 15:7, está escrito que Jesus Cristo ressuscitado apareceu ao seu irmão mais novo Tiago. Provavelmente foi com essa aparência que ele começou a exercer fé nele, porque está escrito no evangelho de João, que durante o ministério de Jesus Cristo, seus irmãos não exerciam fé nele (João 7:5). Alguns anos depois, foi o discípulo Tiago quem presidiu o Concílio de Jerusalém que devia decidir acerca da circuncisão (Atos 15:12, não poderia ser o apóstolo Tiago, porque o rei Herodes o havia matado antes deste Concílio (Atos 12:2)).
Quando lemos a carta de Tiago, ficamos surpresos com a semelhança do seu modo de ensinar, com o do seu irmão maior, Jesus. Ele usa muitas ilustrações como Jesus. Para indicar, ao ler a meditação sobre a carta de Tiago, pode comparar com o Sermão do Monte pronunciado por seu irmão Jesus nos capítulos 5 a 7 de Mateus. A carta de Tiago é muito fácil de entender, é por isso que antes de cada passagem, haverá uma introdução simples, indicando o tema da sua exortação. Quando necessário, haverá um comentário para especificar o significado de certas expressões ou comparações.
Capítulo 1:
"Tiago, escravo de Deus e doSenhor Jesus Cristo, às 12 tribos que estão espalhadas: Saudações!" (versículo 1). As doze tribos parecem aludir ao Israel de Deus, o Israel espiritual que representa toda a congregação cristã (Gálatas 6:16).
Devemos considerar as provações que Deus permite, como um meio de melhorar a nossa capacidade de perseverar: "Meus irmãos, considerem como motivo de verdadeira alegria o fato de enfrentarem diversas provações, 3visto que vocês sabem que a qualidade provada da sua fé produz perseverança. 4Mas deixem que a perseverança complete a sua obra, para que vocês sejam completos e sãos em todos os sentidos, sem lhes faltar nada. (...) Feliz aquele que continua a perseverar em provação, porque ao ser aprovado receberá a coroa da vida, que Jeová prometeu aos que continuam a amá-lo. 13Quando estiver sob provação, que ninguém diga: “Estou sendo provado por Deus.” Pois, com coisas más, Deus não pode ser provado, nem prova a ninguém. 14Mas cada um é provado ao ser atraído e seduzido pelo seu próprio desejo. 15Então o desejo, quando se torna fértil, dá à luz o pecado; e o pecado, quando consumado, produz a morte" (versículos 2-4,12-15).
Tiago explica que Deus não é o iniciador das provações porque não é ele quem cria os problemas nos quais seus servos estão. Deus só permite a provação de que seu servo às vezes é responsável. Ele dá o exemplo das tentações que não são enviadas por Deus, mas que podem ser despertadas por maus pensamentos. Ele explica o simples processo que pode levar ao pecado. Jesus Cristo, no Sermão do Monte, mostra como um simples desejo no coração dá à luz ao pecado de adultério: "Mas eu lhes digo que todo aquele que persiste em olhar para uma mulher, a ponto de sentir paixão por ela, já cometeu no coração adultério com ela" (Mateus 5:28). Jesus Cristo dá um exemplo de desejo fertilizado no coração, que dá à luz o pecado sem necessariamente ser uma ação. Os dois ensinos são complementares porque Tiago escreve que é o ato cumprido dum pecado que leva à morte, enquanto Jesus Cristo diz que a má intenção no coração é um pecado em si. O apóstolo João também mostra que as más intenções nutridas no coração constituem um pecado sério, a respeito do ódio que poderia levar ao assassinato: "Todo aquele que odeia o seu irmão é assassino, e vocês sabem que a vida eterna não permanece em nenhum assassino" (1 João 3:15).
Devemos pedir, com perseverança e fé, a sabedoria de Deus: "Portanto, se falta sabedoria a algum de vocês, que ele persista em pedi-la a Deus —pois ele dá a todos generosamente, sem censurar—, e ela lhe será dada. 6Mas que ele persista em pedir com fé, sem duvidar de nada, pois quem duvida é semelhante a uma onda do mar, que o vento leva de um lado para o outro. 7De fato, essa pessoa não deve esperar receber algo de Jeová; 8ela é indecisa, instável em todos os seus caminhos. (...) Não se enganem, meus amados irmãos. 17Toda boa dádiva e todo presente perfeito vem de cima, desce do Pai das luzes celestes, o qual não muda como sombras inconstantes. 18Foi da sua vontade nos produzir por meio da palavra da verdade, para que fôssemos, de certa forma, primícias das suas criaturas" (versículos 5-8,16-18).
A dúvida é uma falta de fé, que é considerada, do ponto de vista de Deus, como um pecado: "Além disso, sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem se aproxima de Deus tem de crer que ele existe e que se torna o recompensador dos que o buscam seriamente" (Hebreus 11:6).
Jesus ilustra à insistência nos pedidos feitos a Deus, no Sermão do Monte: "Persistam em pedir, e lhes será dado; persistam em buscar, e acharão; persistam em bater, e lhes será aberto; pois todo aquele que pede, recebe; e todo aquele que busca, acha; e a todo aquele que bate, se abrirá. Realmente, quem de vocês, se o seu filho lhe pedir pão, lhe entregará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe entregará uma serpente? Portanto, se vocês, embora maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o seu Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem!" (Mateus 7:7-11).
Quando Tiago escreve que não muda como sombras inconstantes, significa que quando Deus dá aos seus servos, está constantemente no zênite, quer dizer que sempre dá o melhor.
As primícias das suas criaturas poderiam se referir aos cristãos que seriam co-herdeiros com Cristo nos céus, segundo oapóstolo Paulo. Em 1 Coríntios 15:20-23, ele aplica exclusivamente a expressão "as primícias" a Jesus Cristo ressuscitado e em Romanos 8:23, ele aplica aos co-herdeiros cristãos com Cristo.
Os pobres serão enaltecidos, enquanto aos ricos serão humilhados: "Que o irmão humilde, porém, se alegre por causa do seu enaltecimento, 10e o rico por causa da sua humilhação; porque o rico passará como a flor do campo. 11Pois o sol se levanta com o seu calor abrasador e faz a planta secar, então sua flor cai e sua beleza desaparece. Assim também o rico desaparecerá em meio aos seus empreendimentos" (versículos 9-11).
Devemos ter cuidado com o uso da língua: "Tenham isto em mente, meus amados irmãos: todos devem ser prontos para ouvir, mas devem demorar para falar e demorar para ficar irados; 20pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. 21Portanto, abandonem toda imundície e todo vestígio de maldade, e aceitem com brandura a implantação da palavra que é capaz de salvar vocês. (...) Se alguém acha que adora a Deus, mas não domina a língua, ele está enganando seu próprio coração, e a sua adoração é fútil. 27A forma de adoração que é pura e imaculada do ponto de vista de nosso Deus e Pai é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas nas suas dificuldades, e manter-se sem mancha do mundo" (versículos 19-21,26,27, ver também capítulo 3).
Temos de cumprir o ensino bíblico em nossa vida: "Contudo, tornem-se cumpridores da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se com raciocínios falsos. 23Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante a um homem que olha seu próprio rosto num espelho. 24Pois ele olha para si mesmo, vai embora e logo esquece como ele é. 25Mas aquele que examinacom cuidado a lei perfeitaque pertence à liberdade, e continua nela, tornou-se não um ouvinteque facilmente se esquece,mas umcumpridorda obra; e ele será feliz no que faz" (versículos 22-25).
Capítulo 2:
Não devemos ser parciais em nossas relações com os outros, sejam com os ricos como com os pobres: "Meus irmãos, será que vocês estão se apegando à fé no nosso glorioso Senhor Jesus Cristo e ao mesmo tempo usando de favoritismo? 2Pois, se um homem com anéis de ouro nos dedos e com roupa magnífica entra na sua reunião, mas entra também um pobre, com roupa imunda, 3será que vocês olham com favor para aquele que usa roupa magnífica e dizem: “Sente-se aqui, num lugar de honra”, mas dizem ao pobre: “Fique de pé”, ou: “Sente-se ali no chão, ao lado do apoio para os meus pés”? 4Se isso acontece, não é verdade que vocês fazem distinções de classe entre si e se tornaram juízes que tomam decisões perversas?5Escutem, meus amados irmãos. Não é verdade que Deus escolheu os que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que ele prometeu aos que o amam? 6Mas vocês desonram o pobre. Não são os ricos que oprimem vocês e os arrastam perante os tribunais? 7Não são eles que blasfemam o nome honroso que vocês levam? 8Se vocês cumprem a lei régia, segundo a passagem das Escrituras: “Ame o seu próximo como a si mesmo”, fazem muito bem. 9Mas, se vocês continuam mostrando favoritismo, estão cometendo um pecado e são condenados pela lei como transgressores" (versículos 1-9).
Devemos cumprir todos os aspectos da lei cristã, e não esquecer de praticar a misericórdia: "Pois se alguém obedece a toda a Lei, mas dá um passo em falso num só ponto, torna-se infrator da Lei inteira. 11Pois aquele que disse: “Não cometa adultério” disse também: “Não assassine.” Portanto, se você não comete adultério, mas assassina, torna-se transgressor da Lei. 12Falem e comportem-se como pessoas que serão julgadas pela lei de um povo livre. 13Pois quem não pratica a misericórdia será julgadosem misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento" (versículos 10-13).
Em relação à misericórdia, Jesus Cristo mostra que será feito à misericórdia aos misericordiosos e que Deus perdoará aqueles que perdoarão as falhas do seu próximo (Mateus 5:7 e 6:14,15).
A fé viva está autenticada por obras cristãs, mas uma fé sem obras está morta: "De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Será que essa fé pode salvá-lo? 15Se um irmão ou uma irmã não tem o que vestir nem alimento suficiente para o dia, 16e um de vocês lhe diz: “Vá em paz; mantenha-se aquecido e bem alimentado”, mas não lhe dá o que ele necessita para o corpo, de que adianta isso? 17Assim também a fé por si só, sem obras, está morta. 18Contudo, alguém dirá: “Você tem fé e eu tenho obras. Mostre-me a sua fé sem as obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” 19Você crê que há um só Deus? Faz muito bem. Contudo, os demônios creem e estremecem. 20Mas quer ver, ó homem vão, como a fé sem obras é inútil? 21Não foi Abraão, nosso pai, declarado justo por obras depois de ter oferecido Isaque, seu filho, no altar? 22Veja que a sua fé agiu junto com as suas obras e que a sua fé se tornou perfeita pelas suas obras, 23e cumpriu-se a passagem das Escrituras que diz: “Abraão depositou fé em Jeová, e isso lhe foi creditado como justiça”, e ele veio a ser chamado amigo de Jeová. 24Vejam que o homem será declarado justo por obras, e não apenas pela fé. 25Da mesma maneira, não foi também Raabe, a prostituta, declarada justa por obras, depois de receber os mensageiros hospitaleiramente e de mandá-los embora por outro caminho? 26Realmente, assim como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras está morta" (versículos 14-26).
As obras mencionadas por Tiago, de acordo com o contexto, são as obras de misericórdia e não as obras da Lei Mosaica (ver versículos 15,16,25).
Capítulo 3:
Os conselhos do discípulo Tiago sobre o uso da língua: "Não muitos de vocês deviam se tornar instrutores, meus irmãos, pois vocês sabem que nós receberemos um julgamento mais pesado. 2Pois todos nós tropeçamos muitas vezes. Se alguém não tropeça em palavra, é homem perfeito, capaz de refrear também todo o seu corpo. 3Se colocamos freios na boca dos cavalos para que nos obedeçam, guiamos também todo o seu corpo. 4Vejam também os navios: embora sejam grandes e impelidos por ventos fortes, são dirigidos por um leme muito pequeno, para onde o timoneiro deseja ir. 5Do mesmo modo, a língua é uma parte pequena do corpo, mas se gaba de grandes coisas. Vejam como basta uma chama muito pequena para incendiar uma grande floresta! 6A língua também é um fogo. A língua representa um mundo de injustiça entre os membros do nosso corpo, pois contamina todo o corpo e incendeia por inteiro o curso da vida; suas chamas vêm da Geena. 7Pois toda espécie de animais selvagens, de aves, de répteis e de animais marinhos pode ser domada e tem sido domada pelos humanos. 8Mas nenhum humano pode domar a língua. Ela é indisciplinada e prejudicial, cheia de veneno mortífero. 9Com ela louvamos a Jeová, o Pai, e com ela amaldiçoamos homens que vieram a existir “à semelhança de Deus”. 10Da mesma boca saem bênçãos e maldições. Meus irmãos, não é correto que as coisas sejam assim. 11Será que uma fonte faz brotar pela mesma abertura água doce e água amarga? 12Meus irmãos, será que a figueira pode produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim também a fonte de água salgada não pode produzir água doce" (versículos 1-12).
A geena mencionada por Tiago é o símbolo da morte sem ressurreição, a morte eterna. No versículo 6, mostra que é com a língua que se pode cometer pecados que podem levar à sentença divina da Geena. No Sermão do Monte, Jesus diz o mesmo: "No entanto, eu lhes digo que todo aquele que continuar irado com seu irmão terá de prestar contas ao tribunal de justiça; e quem sedirigir a seu irmão com uma palavra imprópria de desprezo terá de prestar contas ao Supremo Tribunal; ao passo que quem disser: ‘Tolo imprestável!’ estará sujeito à Geena ardente" (Mateus 5:22). Mais tarde, Jesus Cristo diz que um homem pode pecar contra o Espírito Santo com a sua boca. O pecado contra o Espírito Santo é imperdoável, é um pecado eterno: "Por essa razão, eu lhes digo: Todo tipo de pecados e blasfêmias será perdoado aos homens, mas a blasfêmia contra o espírito não será perdoada. Por exemplo, quem falar uma palavra contra o Filho do Homem será perdoado; mas quem falar contra o espírito santo não será perdoado, não, nem neste sistema de coisas, nem no que virá. (...) Eu lhes digo que os homens prestarão contas no Dia do Julgamento por toda declaração sem valor que fizerem; pois pelas suas palavras você será declarado justo e pelas suas palavras será condenado" (Mateus 12:31,32,36,37).
Temos de rejeitar a sabedoria terrena e animal, mas temos de praticar a sabedoria de cima: "Quem é sábio e entendido entre vocês? Que ele mostre, pela sua boa conduta, obras realizadas com a brandura que vem da sabedoria. 14Mas, se vocês têm no coração ciúme amargo erivalidade, não se gabem, não mintam contra a verdade. 15Essa não é a sabedoria que desce de cima; é terrena, animal, demoníaca. 16Porque onde houver ciúme e rivalidade, ali haverá também desordem e todo tipo de coisa ruim. Mas a sabedoria de cima é primeiramente pura, depois pacífica, razoável, pronta para obedecer, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia. 18Além disso, o fruto da justiça é semeado em condições pacíficas para os pacificadores" (versículos 13-18).
Encontramos o mesmo tipo de descrição contrastante entre, desta vez, as obras da carne e o fruto do espírito, escritos pelo apóstolo Paulo: "As obras da carne são claramente vistas. Elas são: imoralidade sexual, impureza, conduta insolente, idolatria, ocultismo, inimizades, brigas, ciúme, acessos de ira, discórdias, divisões, formação de seitas, inveja, embriaguez, festas descontroladas e coisas como essas. Eu estou advertindo vocês a respeito dessas coisas, do mesmo modo como já os adverti: os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Por outro lado, o fruto do espírito é: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fé, brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei" (Gálatas 5:19-23).
Capítulo 4:
Devemos evitar ter más intenções: "De onde vêm as guerras e as lutas entre vocês? Não vêm dos seus desejos carnais, que travam um combate dentro devocês? 2Vocês desejam,mas não têm. Continuam a assassinar e a cobiçar, mas não conseguem obter o que querem. Continuam a lutar e a guerrear. Vocês não têm porque não pedem. 3Quando pedem, não recebem, porque estão pedindo com o objetivo errado, paragastar nos seus desejos carnais" (versículos 1-3).
Devemos evitar o adultério espiritual, ou seja, a amizade com o mundo: "Adúlteras, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, quem quer ser amigo do mundo faz de si mesmo um inimigo de Deus. 5Ou vocês acham que é sem motivo que as Escrituras dizem: “O espírito que passou a morar em nós continua cheio de desejos invejosos”? 6No entanto, a bondade imerecida que Ele concede é maior. Por isso, as Escrituras dizem: “Deus se opõe aos arrogantes, mas concede bondade imerecida aos humildes" (versículos 4-6).
O adultério representa não respeitar a promessa de lealdade permanente entre um homem e uma mulher, sendo os dois casados. O adultério espiritual é não respeitar a promessa de lealdade permanente feita a Deus e a Cristo, durante o batismo cristão (Mateus 28:19). A amizade com o mundo é definida com mais precisão pelo apóstolo João: "Não amem nem o mundo, nem as coisas no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo —o desejo da carne, o desejo dos olhos e a ostentação de posses— não se origina do Pai, mas se origina do mundo. Além disso, o mundo está passando, e também o seu desejo, mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1 João 2:15-17).
Temos de nos sujeitar a Deus e se opor ao diabo: "Portanto, sujeitem-se a Deus; mas oponham-se ao Diabo, e ele fugirá de vocês. 8Acheguem-se a Deus, e ele se achegará a vocês. Limpem as mãos, ó pecadores, e purifiquem o coração, ó indecisos. 9Fiquem tristes, lamentem e chorem. Que o seu riso se transforme em choro, e a sua alegria em tristeza. 10Humilhem-se aos olhos de Jeová, e ele os enaltecerá" (versículos 7-10).
Quem é Satanás, o diabo?
Jesus Cristo descreveu o diabo de forma muito concisa: “Ele foi um assassino quando começou, e não permaneceu na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele fala a mentira, está fazendo o que lhe é próprio, porque é um mentiroso e o pai da mentira” (João 8:44). Satanás, o diabo, não é a abstração do mal, mas uma pessoa espiritual real (Mateus 4:1-11). Da mesma forma, os demônios são também anjos que se tornaram rebeldes que seguiram o exemplo do diabo (Gênesis 6:1-3; Judas versículo 6: “E os anjos que não mantiveram sua posição original, mas abandonaram sua própria morada correta, ele reservou, em correntes eternas e em densa escuridão, para o julgamento do grande dia").
Quando está escrito ele "não permaneceu na verdade", isso mostra que Deus criou aquele anjo sem pecado e sem qualquer traço de maldade em seu coração e no início de sua vida, tinha um “bom nome” (Eclesiastes 7:1a). Porém, ele não perseverou em sua integridade, ele cultivou o orgulho em seu coração, e com o tempo ele se tornou “diabo”, que significa caluniador, e Satanás, oponente. Seu antigo e "bom nome" e sua antiga boa reputação, foram substituídos por um nome vergonhoso: Satanás o diabo. Na profecia de Ezequiel (capítulo 28), contra o orgulhoso rei de Tiro, é claramente aludido ao orgulho do anjo que se tornou "diabo" e "Satanás": "Você era o modelo da perfeição, Cheio de sabedoria e perfeito em beleza. Você estava no Éden, jardim de Deus. Estava adornado com todo tipo de pedras preciosas: Rubi, topázio, jaspe, crisólito, ônix, jade, safira, turquesa e esmeralda; E os engastes e suportes delas eram feitos de ouro. Tudo isso foi preparado no dia em que você foi criado. Eu o designei como o querubim protetor, o ungido. Você estava no monte santo de Deus e andava por entre pedras de fogo. Você era íntegro nos seus caminhos desde o dia em que foi criado Até que se achou injustiça em você" (Ezequiel 28:12-15). Por seu ato de injustiça no Éden, ele se tornou um "mentiroso" que causou a morte de todos os descendentes de Adão (Gênesis 3; Romanos 5:12). Atualmente, é Satanás, o diabo, que governa o mundo: “Agora este mundo está sendo julgado; agora será expulso o governante deste mundo” (João 12:31; Efésios 2:2; 1 João 5:19).
Satanás, o diabo, será destruído para sempre: "O Deus que dá paz esmagará em breve a Satanás debaixo dos pés de vocês" (Gênesis 3:15; Romanos 16:20).
Não temos de julgar o próximo: "Parem de falar uns contra os outros, irmãos. Quem fala contra um irmão ou julga seu irmão fala contra a lei e julga a lei. Ora, se você julga a lei, não é cumpridor da lei, mas juiz. 12Há somente um que é Legislador e Juiz, aquele que é capaz de salvar e de destruir. Mas você, quem é você para julgar o seu próximo?" (Versículos 11,12).
Encontramos a mesma exortação no Sermão do Monte: "Parem de julgar, para que não sejam julgados; pois, com o julgamento com que julgam, vocês serão julgados, e com a medida com que medem, medirão a vocês. Então, por que você olha para o cisco no olho do seu irmão, mas não percebe que há uma trave no seu próprio olho? Ou, como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho e depois verá claramente como tirar o cisco do olho do seu irmão" (Mateus 7:1-5).
Esta exortação a não julgar deve ser colocada no contexto da relação humana em geral e não no quadro normal de um tribunal que requer a intervenção de um juiz para decidir sobre a culpa ou não de uma pessoa.
Jesus Cristo diz que o homem que tende a julgar sistematicamente o próximo, muitas vezes esquece que está exatamente na mesma situação que a pessoa que está julgando: ele é um pecador como todos os outros descendentes de Adão: "Pois todos pecaram e não atingem a glória de Deus” (Romanos 3:23). Jesus Cristo acrescenta um segundo ponto mostrando que aquele que julga se coloca numa situação muito delicada do ponto de vista daquele que exercerá o julgamento, o Rei Jesus Cristo, especialmente pouco antes da grande tribulação: ele será julgado da mesma maneira como ele julga os outros. Portanto, o não julgamento, visto dessa perspectiva, é uma forma de ser prudente. No entanto, Jesus Cristo disse antes, em seu sermão, que devemos ser misericordiosos e assim seremos tratados com misericórdia. Devemos perdoar, para que Deus nos perdoe nossas faltas (Mateus 5:7; 6:14,15).
No entanto, Jesus Cristo vai muito mais longe em relação à pessoa que tende a julgar o próximo, diz sem hesitar, que é um hipócrita. De fato, ela julga seu próximo ignorando que ela tem faltas, ainda mais graves; Jesus Cristo diz que a pessoa julgada tem um argueiro no olho enquanto, por efeito ótico, tem uma trave no olho. A expressão usada por Cristo está totalmente de acordo com a pessoa que julga regularmente o seu próximo: "Médico, cura-te a ti mesmo" (Lucas 4:23).
Devemos evitar a presunção e a arrogância: "Agora escutem, vocês que dizem: “Hoje ou amanhã viajaremos para aquela cidade, ali passaremos um ano, negociaremos e ganharemos dinheiro”, 14embora nem saibam como será a sua vida amanhã. Porque vocês são uma neblina que aparece por um instante e depois desaparece. 15Em vez disso, vocês deviam dizer: “Se Jeová quiser, viveremos e faremos isso ou aquilo.” 16Mas o que acontece é que vocês se orgulham das suas arrogantes pretensões. Todo esse orgulho é mau. 17Portanto, se alguém sabe fazer o que é certo e ainda assim não o faz, está pecando" (versículos 13-17).
O comentário do discípulo Tiago sobre a fragilidade da vida humana nos leva a fazer perguntas existenciais sobre seu significado. O livro bíblico de Eclesiastes está exatamente no tema da reflexão existencial, do senso da vida e as perguntas, ligadas à morte e à esperança. A sua meditação se coloca em duas perspectivas importantes: a descrição da vida que estaria numa perspectiva completamente despojada de toda espiritualidade e a outra que consistiria em considerar sua dimensão espiritual e divina.
Começa com o que constitui seu tema central: "A maior das vaidades”, disse o congregante, “a maior das vaidades! Tudo é vaidade!" (Eclesiastes 1:2). O tema do absurdo da condição humana atual é ilustrado por muitos exemplos ; uma condição humana que o leva inexoravelmente à morte, seja o que vai fazer, no final, isso será inútil.
Obviamente, este livro bíblico não se contenta em tornar essa observação realista e sombria, apresenta a solução, em todo o livro de Eclesiastes e nas últimas palavras do capítulo 12: "A conclusão do assunto, tudo tendo sido ouvido, é: Teme o verdadeiro Deus e guarda os seus mandamentos. Pois esta é toda a obrigação do homem. 14Pois o próprio verdadeiro Deus levará toda sorte de trabalho a julgamento com relação a toda coisa oculta, quanto a se é bom ou mau" (Eclesiastes 12:13,14 ). Se este livro começa com um aspecto muito sombrio da existência, o contraponto é a solução a ser ligado a Deus, com o divino, porque Ele pode nos tirar desse ciclo absurdo, dessa existência, concedendo-nos a vida eterna (João 3:16,36; 17:3). Ao longo desta observação do absurdo da vida, há uma alternância entre as trevas, nossa condição humana atual e a luz, que Deus pode nos libertar deste beco sem saída.
Capítulo 5:
Haverá um julgamento contra os ricos que oprimem os pobres e que extorquiram os obreiros: "Agora, ricos, escutem! Chorem e lamentem por causa das desgraças que virão sobre vocês. 2Suas riquezas apodreceram e suas roupas foram roídas pelas traças. 3Seu ouro e sua prata foram consumidos pela ferrugem, e a ferrugem deles servirá de testemunho contra vocês e consumirá a sua carne. O que vocês acumularam será como um fogo nos últimos dias. 4Vejam! O salário que vocês deixaram de pagar aos trabalhadores que colheram os seus campos está clamando, e os clamores por ajuda da parte dos ceifeiros chegaram aos ouvidos de Jeová dos exércitos. 5Vocês tiveram na terra uma vida de luxo, entregue aos prazeres. Engordaram o coração no dia da matança. 6Vocês condenaram, assassinaram o justo. Será que ele não se opõe a vocês?" (Versículos 1-6).
Jesus Cristo fala da riqueza que tem um valor temporário: "Parem de acumular para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem consomem, e onde ladrões arrombam e furtam. Em vez disso, acumulem para vocês tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, ali estará também o seu coração" (Mateus 6:19-21).
O apóstolo Paulo mostra que não é o dinheiro, o problema, mas o amor ao dinheiro: "Mas os que estão decididos a ficar ricos caem em tentação, em laço e em muitos desejos insensatos e prejudiciais, que afundam os homens na destruição e na ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todo tipo de coisas prejudiciais, e alguns, empenhando-se por esse amor, foram desviados da fé e causaram a si mesmos muitos sofrimentos" (1 Timóteo 6:9,10).
Temos de ser pacientes na esperança: "Portanto, sejam pacientes, irmãos, até a presença do Senhor. Vejam como o lavrador fica esperando o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência até chegarem as primeiras e as últimas chuvas. 8Vocês também, exerçam paciência; fortaleçam o coração, porque a presença do Senhor se aproxima" (versículos 7,8).
Este texto mostra que a presença de Jesus Cristo glorificado está ligada ao cumprimento da esperança cristã. Nesse caso, exatamente quando Jesus Cristo vier para julgar a humanidade, pouco antes da grande tribulação: "Quando o Filho do Homem vier na sua glória, e com ele todos os anjos, então se sentará no seu trono glorioso. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará as pessoas umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à sua esquerda" (Mateus 25:31-33).
Após descrever acontecimentos dramáticos antes do fim deste sistema de coisas, num momento que deveria ser muito angustioso e estamos vivendo agora, Jesus Cristo disse a seus discípulos para "levantarem a cabeça" porque o cumprimento da sua esperança "está-se aproximando": "Mas, quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando" (Lucas 21:28).
Como encontrar alegria, estando nas provações pessoais? O apóstolo Paulo escreveu que devemos seguir o padrão de Jesus Cristo: "Portanto, visto que estamos rodeados de uma nuvem tão grande de testemunhas, livremo-nos também de todo peso e do pecado que facilmente nos envolve, e corramos com perseverança a corrida apresentada a nós, olhando atentamente para o Agente Principal e Aperfeiçoador da nossa fé, Jesus. Pela alegria que lhe foi apresentada, ele suportou a morte numa estaca de tortura, desprezando a vergonha, e se sentou à direita do trono de Deus. De fato, considerem atentamente aquele que suportou tantas palavras hostis da parte de pecadores, que agiam contra os seus próprios interesses, para que vocês não se cansem nem desistam" (Hebreus 12:1-3).
Jesus Cristo tinha a energia de sua perseverança frente as suas provações pela alegria da esperança apresentada diante dele. É importante ter energia para alimentar nossa perseverança, por meio da "alegria" de nossa esperança de vida eterna colocada diante de nós. Quanto às nossas provações, Jesus Cristo disse que temos de as resolver no dia a dia: "Por essa razão, eu lhes digo: Parem de se preocupar tanto com a sua vida, quanto ao que comer ou quanto ao que beber, e com o seu corpo, quanto ao que vestir. Não significa a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Observem atentamente as aves do céu; elas não semeiam nem colhem, nem ajuntam em celeiros, contudo o Pai de vocês, que está nos céus, as alimenta. Será que vocês não valem mais do que elas? Quem de vocês, por estar ansioso, pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? Também, com respeito à roupa, por que estão ansiosos? Aprendam uma lição dos lírios do campo, de como eles crescem; não trabalham nem fiam. Mas eu lhes digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestia como um deles. Então, se Deus veste assim a vegetação do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vestirá ele ainda mais a vocês, homens de pouca fé? Portanto, nunca fiquem ansiosos, dizendo: ‘O que vamos comer?’ ou: ‘O que vamos beber?’ ou: ‘O que vamos vestir?’ Pois todas essas são as coisas pelas quais as nações se empenham ansiosamente. O seu Pai celestial sabe que vocês necessitam de todas essas coisas" (Mateus 6:25-32). O princípio é simples, devemos usar o presente para resolver nossos problemas que à medida vão surgindo, confiando em Deus, para nos ajudar a encontrar uma solução: “Persistam, então, em buscar primeiro o Reino e a justiça de Deus, e todas essas outras coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, nunca fiquem ansiosos por causa do amanhã, pois o amanhã terá suas próprias ansiedades. Bastam a cada dia suas próprias dificuldades” (Mateus 6:33,34). A aplicação desse princípio nos ajudará a administrar melhor a energia mental ou emocional, para lidar com nossos problemas diários. Jesus Cristo aconselha contra a antecipação excessiva, até mesmo mórbida, dos problemas ou provações que podem confundir nossas mentes e tirar de nós toda a energia espiritual (compare com Marcos 4:18,19).
Voltando ao encorajamento escrito em Hebreus 12:1-3, precisamos usar nossa capacidade mental para nos projetar no futuro por meio da alegria na esperança, parte do fruto do espírito santo: "Por outro lado, o fruto do espírito é: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fé, brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei" (Gálatas 5:22,23). Está escrito na Bíblia que Jeová é um Deus feliz e que o cristão prega as "boas novas do Deus feliz" (1 Timóteo 1:11). Embora este sistema de coisas nunca tenha estado tanto em trevas espirituais, devemos ser focos de luz pelas boas novas que compartilhamos, mas também pela alegria de nossa esperança que queremos irradiar para os outros: "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. As pessoas acendem uma lâmpada e a colocam, não debaixo de um cesto, mas em cima de um suporte, e ela brilha sobre todos na casa. Do mesmo modo, deixem brilhar sua luz perante os homens, para que vejam suas boas obras+ e deem glória ao seu Pai, que está nos céus" (Mateus 5:14-16). Façamos da alegria de Jeová o nosso baluarte: “Não fiquem tristes, pois a alegria que vem de Jeová é a fortaleza de vocês” (Neemias 8:10).
Temos de suportar os sofrimentos e exercer paciência, como Jó: "Não resmunguem uns contra os outros, irmãos, para que não sejam julgados. Vejam! OJuiz está às portas. 10Irmãos, no que se refere a suportar sofrimentos e a exercer paciência, tomem como modelo os profetas, que falaram em nome de Jeová. 11Vejam, consideramos felizes os que perseveraram. Vocês ouviram falar da perseverança de Jó e viram o resultado que Jeová proporcionou; viram que Jeová tem grande compaixão e é misericordioso" (versículos 9-11).
Depois de repreender muito severamente os três acusadores de Jó, Jeová Deus libertou Jó da sua condição cativa, criada por Satanás, o diabo:
“Depois de Jeová ter falado essas palavras a Jó, Jeová disse a Elifaz, o temanita:
“Minha ira está acesa contra você e contra seus dois amigos, pois vocês não falaram a verdade a meu respeito, assim como fez o meu servo Jó. 8Agora peguem sete novilhos e sete carneiros, vão ao meu servo Jó e ofereçam um sacrifício queimado a favor de si mesmos. E o meu servo Jó orará por vocês. Eu certamente atenderei ao pedido dele, de não lidar com vocês de acordo com a sua tolice, pois não falaram a verdade a meu respeito, assim como fez o meu servo Jó.”
9Então Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita, foram e fizeram o que Jeová lhes tinha ordenado. E Jeová ouviu a oração de Jó.
10Depois de Jó ter orado pelos seus amigos, Jeová acabou com a tribulação de Jó e restaurou a sua prosperidade. Jeová lhe deu o dobro de tudo o que ele tinha antes. 11Todos os seus irmãos e suas irmãs, e todos os seus antigos amigos foram visitá-lo e tomaram uma refeição com ele na sua casa. Eles se compadeceram dele e o consolaram por causa de toda a calamidade que Jeová tinha deixado vir sobre ele. Cada um lhe deu uma peça de dinheiro e uma argola de ouro.
12Assim, Jeová abençoou a última parte da vida de Jó mais do que a primeira, e Jó veio a ter 14.000 ovelhas, 6.000 camelos, 1.000 juntas de bois e 1.000 jumentas. 13Ele também teve mais sete filhos e mais três filhas. 14Ele chamou a primeira filha de Jemima, a segunda de Quezia, e a terceira de Querém-Hapuque. 15Em todo o país não havia mulheres tão lindas como as filhas de Jó; e o pai delas lhes deu uma herança junto com os seus irmãos.
16Depois disso, Jó viveu 140 anos, e viu seus filhos e seus netos, até a quarta geração. 17Por fim, Jó morreu, depois de uma vida longa e satisfatória” (Jó 42:7-17).
Devemos respeitar a nossa palavra: "Acima de tudo, meus irmãos, parem de jurar, quer pelo céu, quer pela terra, e parem de fazer qualquer outro juramento. Mas que o seu “sim” signifique sim, e o seu “não”, não, para que vocês não fiquem sujeitos a julgamento" (versículo 12).
Jesus Cristo diz o mesmo no Sermão do Monte: "Também, vocês ouviram que se disse aos dos tempos antigos: ‘Não jure sem cumprir, mas cumpra seus votos feitos a Jeová.’ No entanto, eu lhes digo: Não jurem de modo algum, nem pelo céu, pois é o trono de Deus; nem pela terra, pois é o apoio para os pés dele; nem por Jerusalém, pois é a cidade do grande Rei. Não jure pela sua própria cabeça, porque você não pode tornar branco ou preto um só fio de cabelo. Deixem simplesmente que a sua palavra “sim” signifique sim, e o seu “não”, não; pois tudo o que for além disso é do Maligno" (Mateus 5:33-37).
Os benefícios da oração dos justos e de seus ensinamentos para trazer o pecador de volta do seu caminho mau: "Há alguém sofrendo entre vocês? Que ele persista em orar. Há alguém animado? Que ele cante salmos. 14Há alguém doente entre vocês? Que ele chame os anciãos da congregação, e que eles orem por ele, colocando óleo nele em nome de Jeová. 15E a oração de fé fará que o doente fique bom, e Jeová o levantará. Também, se ele tiver cometido pecados, será perdoado. 16Portanto, confessem abertamente os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros, para que sejam curados. Asúplica do justo tem um efeito poderoso. 17Elias era um homem com sentimentos iguais aos nossos; contudo, quando ele orou com fervor para que não chovesse, não choveu naquela terra por três anos e seis meses. 18Então ele orou novamente, e o céu deu chuva, e a terra produziu frutos. 19Meus irmãos, se alguém entre vocês for desencaminhado da verdade e outro o fizer voltar, 20saibam que quem faz um pecador voltar do seu caminho errado o salvará da morte e cobrirá uma multidão de pecados" (versos 13-20).
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Meditação na carta de Judas, levando à madureza cristã
Na introdução de sua carta, Judas menciona que ele é o irmão de Tiago, o que significa que ele também é um irmão mais novo de Jesus: "Judas, escravo de Jesus Cristo, mas irmão de Tiago, aos chamados que são amados por Deus, o Pai, e guardados para Jesus Cristo: 2Que vocês tenham cada vez mais misericórdia, paz e amor" (versículos 1 e 2 ; Mateus 13:55 "Sua mãe não se chama Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?").
O objetivo da sua carta é denunciar a infiltração na congregação cristã, de indivíduos maliciosos, com comportamentos duvidosos que pervertem a pureza espiritual exigida por Deus e seu Filho Jesus Cristo: "Amados, embora eu estivesse fazendo todo o possível para lhes escrever a respeito da salvação que temos em comum, achei necessário escrever para exortá-los a travar uma luta árdua pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos. 4A razão é que se infiltraram entre vocês certos homens que há muito tempo foram designados pelas Escrituras para este julgamento; eles são homens ímpios, que transformam a bondade imerecida de nosso Deus numa desculpa para conduta insolente e que se mostram falsos para com o nosso único dono e Senhor, Jesus Cristo" (versículos 3,4).
A infiltração dessas pessoas fingindo ser cristãs foi anunciada por Jesus Cristo em sua ilustração sobre do trigo semeado por ele, e o joio semeado por Satanás, o diabo (Mateus 13:24-30,36-43). Essa infiltração de indivíduos ruins começou pouco depois a fundação da congregação cristã. Por exemplo, o apóstolo Paulo já havia mencionado a presença de indivíduos que começaram a maltratar o rebanho, posando como "superfinos apóstolos" (2 Coríntios Capítulo 11). Os apóstolos impediam a grande infiltração daqueles homens maliciosos. Mas como Jesus Cristo o anunciou na sua ilustração profética, após a morte deles, a infiltração desses indivíduos se intensificaria, pelo fato de Satanás, o diabo, durante vários séculos: "Sei que, depois que eu for embora, entrarão no meio de vocês lobos ferozes, que não tratarão o rebanho com ternura, e dentre vocês mesmos surgirão homens que falarão coisas deturpadas para arrastar os discípulos atrás de si" (Atos 20:29.30).
Atualmente, nas congregações cristãs no mundo há trigo semeado por Jesus Cristo, cristãos que se esforçam sinceramente para fazer a vontade de Deus, com amor fraterno: "Eu lhes dou um novo mandamento: Amem uns aos outros; assim como eu amei vocês, amem também uns aos outros. Por meio disto todos saberão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor entresi" (João 13:34,35). Obviamente, há também, em algumas congregações cristãs, maus escravos mencionados por Jesus Cristo que espancam com sua língua, seus coesravos cristãos, que se comportam em tiranos ou ditadores: "Mas, se aquele escravo mau disser no coração: ‘Meu senhor está demorando’, e começar a espancar seus coescravos, e a comer e beber com os beberrões, o senhor daquele escravo virá num dia emque ele não espera e numa hora que ele não sabe; ele o punirá com a maior severidade e lhe designará um lugar entre os hipócritas. Ali é que haverá o seu choro e o ranger dos seus dentes" (Mateus 24:48-51).
Algumas dessas pessoas maliciosas "transformam a bondade imerecida de nosso Deus numa desculpa para conduta insolente", dizendo que Deus é tão bom que, embora o que fizermos, Deus sempre perdoará porque Ele é amor. A conduta insolente alude as obras da carne mencionadas pelo apóstolo Paulo: "As obras da carne são claramente vistas. Elas são: imoralidade sexual, impureza, conduta insolente, idolatria, ocultismo, inimizades, brigas, ciúme, acessos de ira, discórdias, divisões, formação de seitas, inveja, embriaguez, festas descontroladas e coisas como essas. Eu estou advertindo vocês a respeito dessas coisas, do mesmo modo como já os adverti: os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus"(Gálatas 5:19-21). Aqueles que praticam as obras da carne não terão vida eterna (1 Coríntios 6:9,10).
O apóstolo Paulo mostrou como esses pecadores voluntários agem traiçoeiramente contra Jesus Cristo, que sacrificou sua vida na terra pela salvação eterna dos seres humanos: "Pois, no que se refere àqueles que já foram esclarecidos, provaram a dádiva celestial, tornaram-se participantes do espírito santo e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do futuro sistema de coisas, mas se desviaram, é impossível que sejam levados novamente ao arrependimento; porque eles pregam de novo para si mesmos o Filho de Deus na estaca e o expõem à desonra pública" (Hebreus 6:4-6).
"Embora vocês estejam plenamente cientes de tudo isso, quero lembrar-lhes que Jeová salvou um povo da terra do Egito, mas depois destruiu os que não mostraram fé. 6E os anjos que não mantiveram sua posição original, mas abandonaram sua própria morada correta, ele reservou, em correntes eternas e em densa escuridão, para o julgamento do grande dia. 7Da mesma maneira, Sodoma e Gomorra e as cidades em volta delas também se entregaram a crassa imoralidade sexual e foram atrás de desejos carnais desnaturais; elas estão diante de nós como exemplo de aviso por terem sofrido a punição judicial do fogo eterno" (versículos 5-7).
Judas escreve que não é porque Jeová Deus libertou seu povo do Egito que o isentou de responder dos seus pecados. Por exemplo, pouco depois que o povo de Deus saiu do Egito quando estava ao pé do Monte Sinai, fizeram um bezerro de ouro. Deus castigou severamente os responsáveis desse grave pecado da idolatria (Êxodo capítulo 32). Judas desta vez alude ao comportamento rebelde, das criaturas espirituais. Os anjos nos céus que tomaram a forma humana, sem autorização divina. Desceram à Terra para ter relações sexuais com as filhas dos homens, o que constituía uma conduta imoral e contrária à natureza (Gênesis 6:1-8). Em relação ao relato do julgamento e à destruição de Sodoma e Gomorra, Judas lembra que isso aconteceu devido a uma conduta vergonhosa e revoltante dos habitantes daquelas cidades (Gênesis, capítulo 19:1-29). O fogo eterno alude à destruição pelo fogo e enxofre de Sodoma e Gomorra, que ilustra algo definitivo para os habitantes devido ao seu mau comportamento.
"Apesar disso, esses homens também estão se entregando a sonhos, aviltando a carne, desprezando a autoridade e falando mal dos gloriosos. 9Mas, quando Miguel, o arcanjo, teve um desacordo com o Diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir um julgamento contra ele com insultos, mas disse: “Jeová o censure.” 10No entanto, esses homens falam mal de tudo que na verdade não entendem. E, em todas as coisas que eles entendem por instinto como animais irracionais, eles continuam se corrompendo" (versículos 8-10).
O arcanjo Miguel é obviamente o anjo que iria vir à Terra como Jesus Cristo. Arcanjo significa chefe dos anjos. Em Apocalipse 19:11-21, na descrição do Rei Jesus Cristo, no versículo 14, está escrito: “Seguiam-no também os exércitos que havia no céu, montados em cavalos brancos, e eles se trajavam de linho fino, branco e puro”. Este texto demonstra que é o Rei Jesus Cristo que é o chefe dos exércitos celestiais, o arcanjo. Em Mateus 25:31, Jesus Cristo anuncia que pouco antes da grande tribulação, ele virá para julgar as nações: "Quando o Filho do homem chegar na sua glória, e com ele todos os anjos, então se assentará no seu trono glorioso". A expressão "com ele todos os anjos", mostra que ele tem toda autoridade, como chefe dos anjos ou arcanjo Miguel. Em 1 Tessalonicenses 4:15-17, está escrito que Jesus Cristo usará a voz de um arcanjo para ressuscitar os mortos: "Porque o próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, e os que estão mortos em união com Cristo se levantarão primeiro" (1 Tessalonicenses 4:16). Portanto, não há dúvida de que o líder dos anjos, Miguel, é o Rei Jesus Cristo.
A informação dada por Judas sobre o desacordo entre o arcanjo Miguel e Satanás, o diabo é estranha porque não há nada nas Sagradas Escrituras de tal evento relacionado ao enterro do corpo de Moisés. É provável ter sido Jesus Cristo ressuscitado que lhe deu essa informação, quando ele ainda estava na terra. Em 1 Coríntios 15:7, está escrito que Jesus Cristo ressuscitado apareceu ao seu irmão mais novo Tiago. Não há razão para pensar que ele não fosse também com Judas e seus outros irmãos e irmãs. O fato do que Paulo apenas mencionar Tiago provavelmente se deve ao fato de ser mais conhecido entre todas as congregações cristãs (em Atos 15, é o discípulo Tiago (irmão de Jesus) que presidiu o Concílio de Jerusalém). Provavelmente foi durante essa aparição, conversando com Judas e Tiago (e talvez com seus outros irmãos e irmãs), que Jesus Cristo poderia ter dado essas informações.
A substância do ensino deste exemplo dado por Judas, é que, se o arcanjo Miguel não se atreveu a proferir um julgamento contra Satanás, o diabo, da mesma forma, é aconselhável não murmurar contra os membros da congregação cristã, particularmente contra os administradores (desprezando a autoridade e falando mal dos gloriosos), mesmo que pudesse ser justificado (como foi o caso contra Satanás, o diabo). Se um cristão tivesse que ser vítima duma injustiça (segundo ele (comprovado ou não)) e que isso não pôde ser resolvido com uma comunicação saudável, é aconselhável confiar na justiça de Deus e seu Filho Jesus Cristo, que será exercido com certeza, mas mais tarde. Enquanto isso, o mais sábio é suportar o mal, ficar calado, esperando por Jeová Deus: "É bom que se espere em silêncio a salvação da parte de Jeová" (Lamentações 3:26). "Mas, quanto a mim, ficarei à espreita de Jeová. Mostrarei uma atitude de espera pelo Deus da minha salvação. Meu Deus me ouvirá" (Miquéias 7:7; Isaías 66:5).
Aqueles que persistiriam nesses murmúrios contínuos dentro da congregação manifestariam uma sabedoria terrena, animal e demoníaca: "No entanto, esses homens falam mal de tudo que na verdade não entendem. E, em todas as coisas que eles entendem por instinto como animais irracionais, eles continuam se corrompendo" (versículo 10). Discípulo Tiago, seu irmão, ensinou uma idéia semelhante para exortar para haver um espírito de paz dentro da congregação: "Mas, se vocês têm no coração ciúme amargo erivalidade, não se gabem, não mintam contra a verdade. Essa não é a sabedoria que desce de cima; é terrena, animal, demoníaca. Porque onde houver ciúme e rivalidade, ali haverá também desordem e todo tipo de coisa ruim. Mas a sabedoria de cima é primeiramente pura, depois pacífica, razoável, pronta para obedecer, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia. Além disso, o fruto da justiça é semeado em condições pacíficas para os pacificadores" (Tiago 3:14-18).
O discípulo Judas continua a denunciar o mau comportamento das pessoas infiltradas na congregação cristã e que constantemente se queixam, dando outros exemplos na história bíblica: "Ai deles, porque seguiram o caminho de Caim e se lançaram no proceder errado de Balaão por uma recompensa, e foram destruídos na conversa rebelde de Corá! 12 Esses homens são rochedos escondidos sob a água nas festas de confraternização de vocês, enquanto se banqueteiam com vocês; pastores que alimentam a si mesmos sem temor; nuvens sem água, levadas para lá e para cá pelos ventos; árvores do fim do outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz; 13 ondas furiosas do mar, que lançam a espuma da sua própria vergonha; estrelas sem rumo fixo, para as quais está reservada para sempre a mais profunda escuridão. 14 O sétimo homem na linhagem de Adão, Enoque, também profetizou a respeito deles quando disse: “Vejam! Jeová veio com as suas santas miríades 15 para executar julgamento contra todos, e para condenar todos os ímpios por todas as ações ímpias que fizeram de modo ímpio e por todas as coisas chocantes que os pecadores ímpios falaram contra ele.” 16 Esses homens são queixosos, reclamam de sua sorte na vida, seguem seus próprios desejos; sua boca se gaba de coisas grandiosas, ao passo que bajulam outros para tirar vantagem" (versículos 11-16).
O primeiro exemplo de mau comportamento é o de Caim. Está escrito no relato de Gênesis de que Caim ficou com ciúmes de seu irmão. Nas circunstâncias, Jeová Deus o avisou para não persistir nesse ciúme assassino: "Com isso Jeová disse a Caim: “Por que você ficou tão irado e por que está abatido? Se você passar a fazer o bem, não voltará a ter o meu favor? Mas, se não passar a fazer o bem, o pecado está à espreita na porta e tem desejo ardente de dominar você; será que você conseguirá vencê-lo?" (Gênesis 4:6,7). No entanto, Caim não levou em consideração o aviso divino e assassinou seu irmão Abel (Gênesis 4:8).
O segundo exemplo de mau comportamento é o de Balaão. O rei de Moab, Balaque, contratou o profeta Balaão, para um salário, para amaldiçoar o povo de Deus. Enquanto Balaão foi ao rei de Moabe, Jeová Deus o avisou para não persistir nesta missão. No entanto, as palavras de Balaão foram desviadas por Deus e tornaram-se em bênçãos para o povo de Israel. No entanto, Balaão deu a um conselho traiçoeiro para levar o povo de Israel a cometer um grave pecado, de modo que pudessem ser punidos por Deus: enviando jovens e bonitas mulheres de Madiã, para que os jovens israelitas tiveram relações sexuais imorais. Foi o que aconteceu, com a consequência divina duma severa punição contra o povo de Israel (Capítulos 22 a 25; 31:15; Apocalipse 2:14). Finalmente, Balaão foi punido por Deus por destruição (Números 31:8).
O terceiro exemplo é o da rebelião fomentada por Corá. Era um levita que fazia parte da prestigiada linha dos coatitas. De fato, Moisés e Aarão eram os netos de Coate, assim como Corá, que era, portanto, primo em primeiro grau deles. Corá era, portanto, um homem que tinha um grande prestígio no povo de Israel (ver Êxodo 6:18-24). Jeová concedeu o sacerdócio aos coatitas, mas apenas na casa de Aarão (e não a de Corá). Começou a resmungar sugerindo que essa designação divina do sacerdócio dado a Aarão era de fato uma decisão pessoal e tendenciosa de Moisés de colocar seu irmão nessa prestigiada posição. Essa rebelião tomou proporções extremamente sérias, porque 250 maiorais do povo de Israel, se juntaram a Corá, contra Moisés e Aarão. No entanto, Deus acabou destruindo os rebeldes e confirmando Aarão e sua casa, como a linhagem sacerdotal permanente da nação de Israel (capítulos de números 16 e 17).
O discípulo Judas deu a esses três exemplos da história bíblica para ilustrar o fato de se queixar continuamente na congregação, é um ato extremamente sério do ponto de vista de Deus e de seu Filho Jesus Cristo. Judas compara esses indivíduos infiltrados na congregação cristã com "rochedos escondidos sob a água nas festas de confraternização de vocês" (versículo 12). Essas pessoas, que resmungam continuamente, aparentam ser pessoas atraentes, até o ponto de que alguns cristãos as convidarem para compartilhar uma refeição. No entanto, o que os caracteriza é que eles não amam seus irmãos e irmãs da congregação, porque se alimentam somente a si mesmos (ver Ezequiel, capítulo 34).
O profeta Enoque, mencionado por Judas, foi um bom exemplo de coragem. Era o bisavô de Noé (Gênesis 5:21-28). Este profeta anunciou os julgamentos de Jeová contra a geração iníqua da época. Ele teve o testemunho de Deus da sua aprovação (Gênesis 5:24; Hebreus 11:5). O cumprimento do julgamento de Deus, anunciado por Enoque e Noé, ocorreu durante o dilúvio (capítulos 6 e 7). Judas cita seu exemplo para ilustrar que os julgamentos de Deus se cumprirão inevitavelmente contra as pessoas maliciosas, infiltradas na congregação cristã.
Na conclusão de sua carta, Judas escreve que essa situação de infiltração de indivíduos maus nas congregações cristãs foi anunciada pelos apóstolos: “Quanto a vocês, amados, lembrem-se das declarações feitas anteriormente pelos apóstolos do nosso Senhor Jesus Cristo, 18 que lhes diziam: “Nos últimos tempos, haverá zombadores, que agirão segundo seus próprios desejos de coisas ímpias.” 19 Esses são os que causam divisões, homens que agem como animais, sem espiritualidade. 20 Mas vocês, amados, edifiquem-se na sua santíssima fé e orem com espírito santo, 21 a fim de se manterem no amor de Deus, ao passo que aguardam a misericórdia do nosso Senhor Jesus Cristo, visando a vida eterna. 22 Também, continuem a mostrar misericórdia a alguns que têm dúvidas; 23 salvem a eles, arrancando-os do fogo. A outros, continuem a mostrar misericórdia, mas com temor, odiando até mesmo a roupa que tiver sido manchada pela carne. 24 Àquele que é capaz de proteger vocês para que não tropecem e de fazê-los ficar de pé, sem defeito, à vista da sua glória, com grande alegria, 25 ao único Deus, nosso Salvador, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor, seja a glória, a majestade, o poder e a autoridade desde toda a eternidade, agora e por toda a eternidade. Amém" (versículos 17-25).
Há o aviso do apóstolo Pedro, em sua segunda carta: "No entanto, houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá falsos instrutores entre vocês. Esses introduzirão sutilmente seitas destrutivas e negarão até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si mesmos uma destruição rápida. Além disso, muitos seguirão sua conduta insolente, e, por causa deles, as pessoas falarão mal do caminho da verdade. Também, movidos por ganância, eles explorarão vocês com palavras enganosas. Mas a condenação deles, decretada há muito tempo, não tardará, e a destruição deles não está dormindo. (...) Antes de mais nada, saibam que nos últimos dias surgirão zombadores com as suas zombarias, agindo segundo os seus próprios desejos; 4eles dirão: “Onde está essa prometida presença dele? Ora, desde o tempo em que os nossos antepassados adormeceram na morte, todas as coisas continuam exatamente como eram desde o princípio da criação"" (2 Pedro Capítulo 2; 3:3.4).
Essa separação entre os homens que agem como animais, desprovidos de toda espiritualidade, e os homens espirituais (versículo 19) foi descrito pelo apóstolo Paulo: "Mas o homem físico não aceita as coisas do espírito de Deus, pois para ele são tolice; e ele não pode conhecê-las, porque elas são examinadas espiritualmente. No entanto, o homem espiritual examina todas as coisas, mas ele mesmo não é examinado por nenhum homem. Pois “quem chegou a conhecer a mente de Jeová, para poder instruí-lo”? Mas nós temos a mente de Cristo" (1 Coríntios 2:14-16).
Judas mostra que a boa coesão da congregação cristã requer encorajamento, um espírito de amor fraterno e paciência àqueles que têm fraquezas na sua fé. Esse incentivo, que fortalece a congregação cristão, baseia-se na oração, um ensino bíblico de qualidade e o fato de ter amor fraterno um pelo outro com atos de misericórdia (versículos 20-25; João 13:34,35).
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Meditação nas três cartas de João, levando à madureza cristã
O escritor dessas três cartas é João, um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Ele também é o escritor do Evangelho, que leva seu nome e do livro de Apocalipse ou Revelação. Ler essas cartas é agradável porque não representa nenhumas dificuldades na compreensão, e também é muito instrutivo, fortalecedor para a nossa fé na esperança da vida eterna, por meio do sacrifício de Jesus Cristo (João 3:16,36). Cada ideia importante escrita pelo apóstolo João será introduzida por um comentário simples. Depois, pode haver um comentário que permitirá ao leitor ver como podemos expandir a reflexão e o entendimento, em relação ao ensino apresentado pelo apóstolo João.
A primeira carta do apóstolo João
Capítulo 1:
A introdução da carta simplesmente explica que seu objetivo principal é dar testemunho da participação com Deus e seu filho Jesus Cristo, na esperança da vida eterna por meio do sacrifício de Cristo: "O que era desde o princípio, que ouvimos, que vimos com os nossos olhos, que observamos e que nossas mãos apalparam, com respeito à palavra da vida 2 (sim, a vida foi revelada, e nós vimos, e estamos dando testemunho e relatando a vocês a vida eterna que estava com o Pai e nos foi revelada), 3 o que vimos e ouvimos também estamos relatando a vocês, para que também possam estar unidos conosco. E nós estamos unidos com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo. 4 Escrevemos estas coisas para que a nossa alegria seja completa. 5 Esta é a mensagem que ouvimos dele e que estamos anunciando a vocês: Deus é luz, e não há nenhuma escuridão nele. 6 Se fazemos a declaração: “Estamos unidos com ele”, mas continuamos andando na escuridão, estamos mentindo e não estamos praticando a verdade. 7 No entanto, se estamos andando na luz assim como ele mesmo está na luz, estamos unidos uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (versículos 1-7).
O apóstolo João fala sobre as pessoas que afirmam não ter pecado e, portanto, não precisariam do valor expiatório do sangue de Cristo para obter o perdão dos pecados: "Se fazemos a declaração: “Não temos pecado”, estamos enganando a nós mesmos e a verdade não está em nós. 9 Se confessamos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. 10 Se fazemos a declaração: “Nós não pecamos”, fazemos dele um mentiroso, e a sua palavra não está em nós" (versículos 8-10).
Jesus Cristo, durante sua conversa com Nicodemos, disse que aqueles que se recusam a exercer fé em seu sacrifício incorreriam a ira de Deus e, portanto, não teriam a vida eterna: "Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele exercer fé não seja destruído, mas tenha vida eterna. (...) Quem exerce fé no Filho tem vida eterna; quem desobedece ao Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele" (João 3:16,36).
É possível que as pessoas, mencionadas por João, que diziam não ter pecado, pensavam que alguém pode ser justo (ou sem pecado) aos olhos de Deus, com uma conduta humanamente impecável e, assim, obter uma salvação merecida e sem necessariamente exercer fé no sacrifício de Cristo. Talvez tenha sido o caso dos judeus da época que não exerciam fé em Jesus e que pensavam que a salvação simplesmente podia se obter com uma boa aplicação da Lei Mosaica. Aqui está o que o apóstolo Paulo escreveu sobre esse assunto: "Nós, os que somos judeus de nascimento, e não pecadores das nações, reconhecemos que o homem é declarado justo, não por obras exigidas por lei, mas apenas por meio da fé em Jesus Cristo. Portanto, depositamos a nossa fé em Cristo Jesus, para sermos declarados justos pela fé em Cristo, e não por obras exigidas por lei, pois ninguém será declarado justo por obras exigidas por lei" (Gálatas 2:15,16).
Além disso, a condição de pecador do homem não depende apenas de seu bom ou mau comportamento aos olhos de Deus, mas também que o pecado está dentro do homem, na sua carne, nos seus genes herdados de nosso antepassado comum, Adão. Mesmo que essa pessoa que afirme não ter pecado porque teria um bom comportamento diante de Deus, isso não o impediria de passar pela lei física do pecado nele, o que o leva irremediavelmente à morte: "É por isso que, assim como por meio de um só homem o pecado entrou no mundo, e a morte por meio do pecado, e desse modo a morte se espalhou por toda a humanidade, porque todos haviam pecado. (...) Pois o salário pago pelo pecado é a morte, mas a dádiva que Deus dá é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 5:12; 6:23). Portanto, para sair desse túnel escuro do pecado que leva ao túmulo, não há outra solução do que reconhecer nossa condição pecaminosa e exercer fé no sacrifício de Cristo, para obter a vida eterna (usando somente a sabedoria prática).
Capítulo 2:
Devemos ter fé no valor expiatório do sacrifício de Cristo, para obter o perdão dos pecados, também temos de observar os mandamentos de Deus: "Meus filhinhos, eu lhes escrevo estas coisas para que vocês não cometam pecado. Contudo, se alguém cometer um pecado, temos um ajudador junto ao Pai: Jesus Cristo, um justo. 2 E ele é um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados; contudo, não apenas pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro. 3 E por meio disto sabemos que o conhecemos: se continuamos a obedecer aos seus mandamentos. 4 Quem diz: “Eu o conheço”, e ainda assim não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. 5 Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele o amor de Deus foi verdadeiramente aperfeiçoado. Por meio disso sabemos que estamos em união com ele. 6 Quem diz que permanece em união com ele está ele mesmo sob a obrigação de continuar andando assim como ele andou. (...) Eu lhes escrevo, filhinhos, porque os seus pecados foram perdoados por causa do nome dele. 13 Eu lhes escrevo, pais, porque vocês conhecem aquele que existe desde o princípio. Eu lhes escrevo, jovens, porque vocês venceram o Maligno. Eu lhes escrevo, filhinhos, porque vocês conhecem o Pai. 14 Eu lhes escrevo, pais, porque vocês conhecem aquele que existe desde o princípio. Eu lhes escrevo, jovens, porque vocês são fortes, e a palavra de Deus permanece em vocês, e vocês venceram o Maligno" (versículos 1-6,12-14).
Tiago escreveu a mesma ideia simples exposta pelo apóstolo João, que com a fé em Jesus Cristo, devemos ter um comportamento conforme a vontade de Deus. Uma fé sem obras ou sem esse bom comportamento, está morta: "Vejam que o homem será declarado justo por obras, e não apenas pela fé. Da mesma maneira, não foi também Raabe, a prostituta, declarada justa por obras, depois de receber os mensageiros hospitaleiramente e de mandá-los embora por outro caminho? Realmente, assim como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras está morta" (Tiago 2:24-26).
O amor cristão é incompatível com o ódio: "Amados, eu não lhes escrevo um novo mandamento, mas um mandamento antigo, que vocês têm desde o princípio. Esse mandamento antigo é a palavra que vocês ouviram. 8 Contudo, eu lhes escrevo um novo mandamento, algo que é verdadeiro no caso dele e no seu, porque a escuridão está passando e a verdadeira luz já está brilhando. 9 Quem diz que está na luz, mas odeia seu irmão, ainda está na escuridão. 10 Quem ama seu irmão permanece na luz, e nele não há motivo para tropeço. 11 Mas quem odeia seu irmão está na escuridão e está andando na escuridão, e não sabe para onde vai, porque a escuridão lhe cegou os olhos" (versículos 7-11).
O cristão não deve amar o mundo: "Não amem nem o mundo, nem as coisas no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele; 16 porque tudo o que há no mundo — o desejo da carne, o desejo dos olhos e a ostentação de posses — não se origina do Pai, mas se origina do mundo. 17 Além disso, o mundo está passando, e também o seu desejo, mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre" (versículos 15-17).
O discípulo Tiago também fez a mesma recomendação com o fato de não amar o mundo: "Adúlteras, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, quem quer ser amigo do mundo faz de si mesmo um inimigo de Deus" (Tiago 4:4). O amor pelo mundo é um adultério espiritual que é não respeitar a promessa de lealdade permanente feita a Deus e a Cristo, durante o batismo cristão (Mateus 28:19).
O apóstolo João anuncia a presença do anticristo e fornece a definição. Ele incentiva a permanecer em união com Jesus Cristo: "Filhinhos, esta é a última hora e, assim como vocês ouviram que o anticristo virá, já surgiram agora muitos anticristos. Por causa disso sabemos que esta é a última hora. 19 Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas saíram para que se mostrasse que nem todos são dos nossos. 20 E vocês têm uma unção que receberam daquele que é santo, e todos vocês têm conhecimento. 21 Eu lhes escrevo não porque vocês não conhecem a verdade, mas porque a conhecem, e porque nenhuma mentira se origina da verdade. 22 Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o anticristo, aquele que nega o Pai e o Filho. 23 Todo aquele que nega o Filho não tem também o Pai. Mas quem reconhece o Filho tem também o Pai. 24 Quanto a vocês, aquilo que ouviram desde o princípio deve permanecer em vocês. Se aquilo que ouviram desde o princípio permanecer em vocês, também permanecerão em união com o Filho e em união com o Pai. 25 Também, foi isto que ele mesmo nos prometeu: a vida eterna. 26 Eu lhes escrevo estas coisas a respeito dos que estão tentando desencaminhá-los. 27 E, quanto a vocês, a unção que receberam dele permanece em vocês, e não precisam que alguém os ensine. Mas a unção da parte dele, que é verdadeira e não é mentira, lhes ensina todas as coisas. Assim como ela os ensinou, permaneçam em união com ele. 28 Assim, filhinhos, permaneçam em união com ele, para que, quando ele for manifestado, possamos falar com confiança e não nos afastemos dele envergonhados, durante a sua presença. 29 Se vocês sabem que ele é justo, também sabem que todo aquele que pratica a justiça nasceu dele. (..)" (versículos 18-29; capítulo 3:1-3).
Lembramos a definição muito precisa do anticristo, segundo o que está escrito em 1 João 2:22,23: "Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o anticristo, aquele que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho não tem também o Pai. Mas quem reconhece o Filho tem também o Pai".
Capítulo 3:
"Vejam com que amor o Pai nos amou, a ponto de sermos chamados filhos de Deus! E é isso que nós somos. É por isso que o mundo não nos conhece, porque não chegou a conhecê-lo. 2Amados, agora somos filhos de Deus, mas ainda não foi revelado o que seremos. Sabemos que, quando ele for manifestado, seremos semelhantes a ele, porque o veremos assim como ele é. 3E todo aquele que nele tem essa esperança sepurifica, assim como ele é puro" (versículos 1-3).
Você é filho de Deus? "Porque todos os que são guiados pelo espírito de Deus são realmente filhos de Deus” (Romanos 8:14). Esta pergunta é apenas no contexto bíblico, e particularmente da carta aos Romanos, capítulo 8. A resposta será baseada no contexto do capítulo 8, a fim de saber se o status de "Filho de Deus" é reservado apenas para uma categoria de cristãos, por exemplo, aqueles que têm a esperança celestial de serem um dos 144000, ou a todos os cristãos, incluindo aqueles que têm a esperança terrestre (Apocalipse 7:1-8 (144000); 7:9-17 (A grande multidão que sobreviverá à grande tribulação). Para que o leitor verifique por si só, o contexto revela dois pontos importantes:
1 - O apóstolo Paulo não fala, a qualquer momento diretamente, de duas categorias de cristãos, mas de duas categorias de seres humanos, aqueles que vivem de acordo com desejos carnais e aqueles (os cristãos leais) que vivem sendo guiados pelo Espírito Santo.
2 - O apóstolo Paulo não evoca a esperança da vida eterna, fazendo diretamente a diferença entre a vida eterna no céu e a vida eterna no futuro paraíso terrestre.
Deve-se lembrar que em Romanos 8, o apóstolo Paulo escreveu que os "Filhos de Deus" vivem de acordo com o espírito santo, e este é o caso dos cristãos fiéis que têm a esperança terrestre. Além disso, se é óbvio que a expressão de "co-herdeiros com Cristo" tem um significado restritivo em romanos (8:12-17), aplicando apenas aos 144000, essa expressão pode ser aplicada atualmente aos cristãos fiéis que têm a esperança terrestre, no senso amplo de Lucas 23:43: "Você estará comigo no paraíso". Os cristãos fiéis que têm esperança terrestre serão, num sentido amplo, "co-herdeiros com Cristo", porque estarão com ele no paraíso...
Finalmente, também é bom lembrar como começa a Oração-modelo: "Pai nosso, que estás nos céus" (Mateus 6: 9)... Se Jesus Cristo permite aos seus discípulos de orar a Deus, dizendo "Pai nosso", é prova de que Deus não vai esperar mil anos para considerar agora mesmo, que os cristãos fiéis que têm a esperança terrestre, são seus filhos, os filhos de Deus... "Porque todos os que são guiados pelo espírito de Deus são realmente filhos de Deus" (Romanos 8:14)…
Quem pratica o pecado, se origina do diabo: "Todo aquele que pratica o pecado está praticando também o que é contra a lei, e o pecado é aquilo que é contra a lei. 5 Vocês sabem também que ele foi manifestado para tirar os nossos pecados, e não há pecado nele. 6 Todo aquele que permanece em união com ele não pratica o pecado; ninguém que pratica o pecado o viu, nem chegou a conhecê-lo. 7 Filhinhos, que ninguém os desencaminhe. Quem pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8 Quem pratica o pecado se origina do Diabo, porque o Diabo está pecando desde o princípio. Com este objetivo o Filho de Deus foi manifestado: para desfazer as obras do Diabo. 9 Todo aquele que nasceu de Deus não pratica o pecado, pois a Sua semente permanece nele, e ele não pode praticar o pecado, pois nasceu de Deus. 10 Desta forma sabemos quem são os filhos de Deus e quem são os filhos do Diabo: aquele que não pratica a justiça não se origina de Deus, nem aquele que não ama o seu irmão. 11 Porque esta é a mensagem que vocês ouviram desde o princípio: devemos amar uns aos outros; 12 não como Caim, que se originou do Maligno e matou o seu irmão. E por que motivo o matou? Porque as suas próprias obras eram más, mas as do seu irmão eram justas" (versículos 4-12).
O apóstolo João menciona a prática do pecado, ou seja, ter uma conduta contínua e voluntária no pecado. Nos versículos 7 e 8, faz a comparação com o homem que pratica a justiça sendo seu modo de vida e o homem que pratica o pecado e que também é um modo de vida diferente do justo. Assim, a prática do pecado é diferente do fato de cometer um pecado, sendo um ato isolado, que pode ser o resultado duma fraqueza humana. O apóstolo Paulo mostrou, como o apóstolo João, que esse tipo de pecado isolado, feito por fraqueza, pode ser perdoado com base no valor expiatório do sacrifício de Cristo (Romanos 7:21-25). João dá um exemplo de prática do pecado, um sentimento contínuo de ódio contra seu próximo: "Não se admirem, irmãos, de que o mundo os odeia. 14 Nós sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte. 15 Todo aquele que odeia o seu irmão é assassino, e vocês sabem que a vida eterna não permanece em nenhum assassino. 16 Por meio disto chegamos a conhecer o amor: ele entregou a vida por nós, e nós temos a obrigação de entregar a vida pelos nossos irmãos. 17 Mas se alguém tem os bens deste mundo e vê o seu irmão passando necessidade, e ainda assim se recusa a lhe mostrar compaixão, de que modo o amor de Deus permanece nele? 18 Filhinhos, devemos amar não em palavras nem com a língua, mas em ações e em verdade" (versículos 13-18).
Como Jesus Cristo ensinou, o pecado por intenção no coração, ou pela expressão de maus sentimentos de ódio no coração, é um pecado sério, mesmo que não seja materializado em ações (como um homicídio ou um assassinato) (Mateus 5:28). João escreve que alguém que tem ódio por seu irmão já é um homicídio e, portanto, ele não cumpre as condições exigidas por Deus, para obter a vida eterna.
Jesus Cristo proibiu formalmente o ódio, o insulto e o homicídio: “Ouvistes que se disse aos dos tempos antigos: ‘Não deves assassinar; mas quem cometer um assassínio terá de prestar contas ao tribunal de justiça.’ No entanto, digo-vos que todo aquele que continuar furioso com seu irmão terá de prestar contas ao tribunal de justiça; mas, quem se dirigir a seu irmão com uma palavra imprópria de desprezo terá de prestar contas ao Supremo Tribunal; ao passo que quem disser: ‘Tolo desprezível!’, estará sujeito à Geena ardente" (Mateus 5: 21-22).
Jesus Cristo mostrou como evitar esse extremo, tentando ao máximo resolver os conflitos de personalidade: "Se tu, pois, trouxeres a tua dádiva ao altar e ali te lembrares de que o teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua dádiva ali na frente do altar e vai; faze primeiro as pazes com o teu irmão, e então, tendo voltado, oferece a tua dádiva" (Mateus 5:23,24).
Também neste mesmo capítulo, Jesus Cristo disse de amar nossos inimigos (Mateus 5:38-48). O verbo "amar", neste contexto, deve ser entendido no sentido de amor atencioso, sem necessariamente ser marcado pelo afeto para com o nosso inimigo. Por exemplo, quando alguém nos insulta ou se comporta mal conosco, o amor baseado nos princípios bíblicos nos impedirá de responder ao insulto com insulto ou ódio com ódio. Desse modo, o círculo vicioso do ódio pelo ódio será quebrado, pelo círculo virtuoso solicitado por Jesus Cristo: quer dizer responder ao ódio do nosso inimigo, pelo autocontrole, pelo amor baseado no decoro, nos bons modos, na boa educação e bom senso (Gálatas 5:22,23 "o fruto do espírito santo"). Talvez essa forma de agir o incentive a mudar de atitude conosco.
Durante sua prisão, que o levaria à morte, Jesus Cristo proibiu o uso de armas, nem mesmo para defendê-lo ou defender sua causa: “Jesus disse-lhe então: “Devolve a espada ao seu lugar, pois todos os que tomarem a espada perecerão pela espada"" (Mateus 26:52). O assassinato e o homicídio são proibidos, tanto por motivos pessoais, quanto por patriotismo religioso ou estatal. Esta declaração de Cristo é um lembrete do que está escrito na profecia de Isaías: "E ele certamente fará julgamento entre as nações e resolverá as questões com respeito a muitos povos. E terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Isaías 2:4).
Deixar de aprender a guerra pressupõe obviamente não praticar esportes de combate nem as artes marciais, mesmo aquelas marcadas pela propaganda religiosa, que consistiria em dizer ser para fins "defensivos". Transformar um corpo humano numa "arma defensiva" pode rapidamente se tornar "numa arma ofensiva" que pode ferir e até matar... Os cristãos não devem se divertir assistindo ou olhando esportes violentos e filmes que exaltam a violência gratuita. Isso é completamente detestável aos olhos de Jeová Deus: "O próprio Jeová examina tanto o justo como o iníquo, E Sua alma certamente odeia a quem ama a violência" (Salmos 11:5).
Deus é maior do que o nosso coração e sabe todas as coisas: "Por meio disso saberemos que nos originamos da verdade e tranquilizaremos o nosso coração diante dele 20 sempre que o nosso coração nos condenar, porque Deus é maior do que o nosso coração e sabe todas as coisas. 21 Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança ao falar com Deus, 22 e tudo o que pedimos recebemos dele, porque estamos obedecendo aos seus mandamentos e fazendo o que é agradável aos seus olhos. 23 Realmente, este é o seu mandamento: que tenhamos fé no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e que amemos uns aos outros, assim como ele nos deu um mandamento. 24 Além disso, quem obedece aos seus mandamentos permanece em união com ele, e ele em união com esse. E, pelo espírito que ele nos deu, sabemos que ele permanece em união conosco" (versículos 19-24).
Às vezes, nosso coração simbólico, que representa a fonte de nossas intuições, pode se enganar. Ele poderia nos condenar com um sentimento excessivo de culpa, pensando, por exemplo, que Deus não nos perdoou ou que nosso pecado é sério demais para ser perdoado (Isaías 1:18). No entanto, como o apóstolo João lembra, Deus é maior que o nosso coração. Portanto, não é porque temos a má intuição de não ser perdoados, que Deus não nos perdoou nosso pecado, ou que é impossível que Ele nos perdoe. De certa forma, neste caso específico, pode-se dizer que Deus é muito mais misericordioso do que um coração com sentimentos constantes de culpa (leia os Salmos 51).
A história do rei Manassés, que derramou muito sangue, é uma demonstração de até que ponto a misericórdia de Jeová pode ser aplicada ao arrependimento sincero. Na narrativa bíblica, está escrito sobre as más ações do rei Manassés: "Manassés também derramou muito sangue inocente, até encher Jerusalém de uma extremidade à outra. Além disso, ele cometeu o pecado de levar Judá a pecar e fazer o que era mau aos olhos de Jeová" (2 Reis 21:16). Por causa de suas más ações, Deus o puniu: "Jeová falava a Manassés e ao seu povo, mas eles não prestavam atenção. Assim, Jeová fez vir contra eles os chefes do exército do rei da Assíria; eles capturaram Manassés com ganchos, prenderam-no com duas correntes de cobre e o levaram a Babilônia" (2Crônicas 33:10,11). No entanto, por mais incrível que seja, esse rei acabou se arrependendo sinceramente de suas más ações e obtendo a misericórdia de Jeová: "Na sua aflição, ele implorou o favor de Jeová, seu Deus, e se humilhou profundamente diante do Deus dos seus antepassados. Manassés orava a Ele, e Ele se comoveu com as suas súplicas e o seu pedido de favor, e o trouxe de volta para Jerusalém, para o seu reinado. Então Manassés reconheceu que Jeová é o verdadeiro Deus" (2 Crônicas 33:12,13). Qual é a razão para este exemplo bíblico?
Muitos homens e mulheres cometeram erros irreversíveis, como matar muitos humanos (no contexto de conflito) ou participar de abortos, às vezes até tarde. Muitos deles pensam que é impossível que Deus os perdoe. Acrescente a isso um profundo sentimento de remorso e indignidade. A Bíblia descreve à imensa misericórdia de Jeová: "Venham, pois, e resolvamos as questões entre nós”, dizJeová. “Embora os seus pecados sejam como escarlate, Serão tornados brancos como a neve; Embora sejam vermelhos como pano carmesim, Se tornarão como a lã" (Isaías 1:18). Este versículo é especialmente dirigido àqueles homens e mulheres que se arrependem sinceramente diante de Deus, pedindo perdão: Deus perdoa o arrependimento sincero com base no precioso sangue de Jesus Cristo: "Meus filhinhos, eu lhes escrevo estas coisas para que vocês não cometam pecado. Contudo, se alguém cometer um pecado, temos um ajudador junto ao Pai: Jesus Cristo, um justo. E ele é um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados; contudo, não apenas pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro" (1 João 2: 1,2). Além disso, Jeová Deus ressuscitará os milhões de mortos vítimas de muitos genocídios (João 5:28,29). O que é irreversível para o homem não é para Deus (Mateus 19:26 "para Deus todas as coisas são possíveis").
É possível que, mesmo que a misericórdia de Deus se aplique ao arrependimento sincero, um sentimento de remorso e indignidade continue a assediá-los. No entanto, eles devem saber que Deus é maior que corações (1 João 3:19-22).
Capítulo 4:
É muito importante verificar se o ensino que recebemos, como "declaração inspirada", é realmente baseado na Bíblia: "Amados, não acreditem em toda declaração inspirada, mas ponham à prova as declarações inspiradas para ver se elas se originam de Deus, pois muitos falsos profetas saíram pelo mundo afora. 2 É desta forma que vocês podem saber se a declaração inspirada vem de Deus: toda declaração inspirada que reconhece que Jesus Cristo veio na carne se origina de Deus. 3 Mas toda declaração inspirada que não reconhece Jesus não se origina de Deus. Além disso, essa é a declaração inspirada do anticristo, a qual vocês ouviram que viria e agora já está no mundo. 4 Filhinhos, vocês se originam de Deus e venceram a eles, porque aquele que está em união com vocês é maior do que aquele que está em união com o mundo. 5 Eles se originam do mundo; é por isso que falam o que se origina do mundo e o mundo os escuta. 6 Nós nos originamos de Deus. Quem conhece a Deus nos escuta; quem não se origina de Deus não nos escuta. É assim que fazemos distinção entre a declaração inspirada da verdade e a declaração inspirada do erro" (versículos 1-6).
Como verificar as palavras inspiradas para ver se elas vêm de Deus? Temos um exemplo concreto no relato do livro dos Atos: "Estes tinham mentalidade mais nobre do que os de Tessalônica, pois aceitaram a palavra com vivo interesse, e examinavam cuidadosamente as Escrituras, todo dia, para ver se tudo era assim mesmo" (Atos 17:11). Foram os bereanos que, enquanto ouviam o ensino do apóstolo Paulo, verificavam se era bem baseado na Bíblia.
Nos versículos 2 e 3, João especifica seu pensamento: "toda declaração inspirada que reconhece que Jesus Cristo veio na carne se origina de Deus. Mas toda declaração inspirada que não reconhece Jesus não se origina de Deus. Além disso, essa é a declaração inspirada do anticristo, a qual vocês ouviram que viria e agora já está no mundo". Por que o apóstolo João insiste tanto na fé em Jesus Cristo? Porque esse é o ponto central do ensino do cristianismo. Desde o momento em que alguém ataca certos aspectos desse ensino simples e muito importantes, faz correr um perigo para o futuro eterno daqueles que recebem esse ensino errado ou que nega francamente que Jesus é Cristo.
No entanto, às vezes pode ser muito mais difícil de detectar esse erro. Vamos dar um exemplo concreto em conexão direta com a fé no sacrifício de Jesus Cristo que leva à vida eterna. Vamos falar sobre a celebração do memorial do sacrifício de Cristo. Jesus disse para celebrá-lo uma vez por ano, na data da celebração da antiga Páscoa judaica, no 14 de Nisã do calendário judaico: "Persistam em fazer isso em memória de mim" (Lucas 22:19). Essa cerimônia cristã deve ser comemorada da mesma maneira que a Páscoa, apenas entre cristãos fiéis, na congregação ou com a família (Hebreus 10:1; Colossenses 2:17; 1 Coríntios 11:33). Após a celebração da Páscoa, Jesus Cristo estabeleceu o modelo da celebração futura do memorial da sua morte (Lucas 22:12-18). Está nessas passagens bíblicas dos diferentes evangelhos: Mateus 26:17-35, Marcos 14:12-31, Lucas 22:7-38, João Capítulo 13 a 17.
O apóstolo Paulo também escreveu o seguinte: "Cristo, o nosso cordeiro pascoal, já foi sacrificado" (1 Coríntios 5:7). As modalidades da celebração cristã que substituem a Páscoa judaica são muito simples. O cordeiro pascoal é substituído pelo que simbolicamente representa o corpo de Cristo: sua carne é representada por um pão sem fermento, seu sangue é representado pelo copo. Assim como os judeus circuncidados comeram o cordeiro da Páscoa, assim o cristão é convidado, por Jesus Cristo, a participar do pão sem fermento e do copo: "Assim, Jesus lhes disse: “Digo-lhes com toda a certeza: A menos que comam a carne do Filho do Homem e bebam o seu sangue, vocês não têm vida em si mesmos. Quem se alimenta da minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia, pois a minha carne é verdadeiro alimento, e o meu sangue é verdadeira bebida"" (João 6:53-55).
Atualmente e na escala mundial, certas declarações humanas "inspiradas" afirmam que os cristãos fiéis que têm a esperança de viver para sempre na terra, não têm o direito de participar de pão sem fermento e do copo, contradizendo diretamente as declarações claras e precisas de Cristo (Apocalipse 21:3,4 (esperança terrestre da vida eterna); João 6:48-58 (o mandamento de Cristo em comer pão sem fermento e beber o copo simbolizando sua carne e seu sangue)). Este dogma da proibição de tomar os emblemas não tem absolutamente nenhuma base bíblica e está a contradizer diretamente o ensino e o mandamento de Cristo para participar do pão sem fermento e do copo. Agora, participar do pão sem fermento e do copo é a única maneira visível do cristão de mostrar sua fé no sacrifício de Cristo e na esperança da vida eterna (João 3:16,36). Portanto, vocês, cristãos fieis, que verificam as declarações inspiradas, como o incentiva o apóstolo João, durante a próxima celebração do memorial do sacrifício de Cristo, o que você vai fazer?
Se amamos a Deus, também devemos amar nosso próximo: "Amados, continuemos a amar uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. 8 Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. 9 Por meio disto se revelou o amor de Deus em nosso caso: Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo para que ganhássemos a vida por meio dele. 10 O amor consiste no seguinte: não que nós tenhamos amado a Deus, mas que ele nos amou e enviou seu Filho como sacrifício propiciatório pelos nossos pecados. 11 Amados, se foi assim que Deus nos amou, então nós também temos a obrigação de amar uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus. Se continuamos a amar uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor é aperfeiçoado em nós. 13 Por meio disto sabemos que permanecemos em união com ele e ele em união conosco: porque ele nos deu o seu espírito. 14 Além disso, nós mesmos vimos e agora damos testemunho de que o Pai enviou seu Filho como salvador do mundo. 15 Quem reconhece que Jesus é Filho de Deus, com ele Deus permanece em união, e ele em união com Deus. 16 E nós conhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nesse amor. (...) Se alguém diz: “Eu amo a Deus”, e ainda assim odeia o seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. 21 E recebemos dele este mandamento: aquele que ama a Deus deve amar também o seu irmão" (versículos 7-16a, 20,21).
João nos encoraja a amar nosso próximo na maneira de Deus, ou seja, dando o primeiro passo: "O amor consiste no seguinte: não que nós tenhamos amado a Deus, mas que ele nos amou e enviou seu Filho como sacrifício propiciatório pelos nossos pecados. Amados, se foi assim que Deus nos amou, então nós também temos a obrigação de amar uns aos outros"(versículos 10 e 11). Foi Deus quem nos amou primeiro. Jesus Cristo expressou a mesma idéia, a saber, para dar o primeiro passo, para amar alguém que não nos ama, como Deus o fez conosco, mas duma maneira diferente: "Pois, se vocês amarem aos que os amam, que recompensa terão? Não fazem a mesma coisa os cobradores de impostos? E, se cumprimentarem somente os seus irmãos, o que fazem de extraordinário? Não fazem a mesma coisa as pessoas das nações? Portanto, sejam perfeitos, assim como o seu Pai celestial é perfeito" (Mateus 5:46-48). Assim, a manifestação do amor, na maneira de Deus, é sublimada, quando amarmos particularmente aqueles que não nos amam. Talvez em seus corações, em troca, nasça amor por nós, como foi o caso de nosso amor por Deus e seu Filho Jesus Cristo (João 3:16).
O amor por Deus é desprovido do medo: "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em união com Deus, e Deus permanece em união com ele. Dessa forma o amor foi aperfeiçoado em nós, para que possamos falar com confiança no dia do julgamento, porque, assim como ele é, assim também nós somos neste mundo. No amor não há medo, mas o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo nos restringe. Realmente, quem tem medo não foi aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (versículos 16b-19).
Como o apóstolo João escreve para amar a Deus sem medo, enquanto nas outras partes da Bíblia está escrito de temer a Deus (Provérbios 2:5 "Temer a Jeová")? O temor de Jeová Deus mencionado em Provérbios 2:5 é um sentimento de profundo respeito e deferência, um temor reverencial. Enquanto o medo mencionado pelo apóstolo João é incompatível com o amor por Deus porque é de outra natureza. É um medo mórbido, um medo da punição que é completamente incompatível com o amor que poderíamos ter naturalmente por uma pessoa que não nos assusta e que nos tranquiliza.
Capítulo 5:
A vitória que venceu o mundo: nossa fé: "Quem crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus. E quem ama aquele que causou o nascimento ama também aquele que nasceu dele. 2 Por meio disto sabemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos. 3 Pois o amor de Deus significa o seguinte: que obedeçamos aos seus mandamentos; contudo, os seus mandamentos não são pesados, 4 porque todo aquele que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé. 5 Quem pode vencer o mundo? Não é aquele que tem fé em que Jesus é o Filho de Deus? 6 Este é aquele que veio por meio de água e de sangue: Jesus Cristo; não apenas com a água, mas com a água e com o sangue. E o espírito dá testemunho, porque o espírito é a verdade. 7 Pois são três os que dão testemunho: 8 o espírito, a água e o sangue; e os três estão de acordo" (versículos 1-8).
O testemunho dado por Deus a respeito do seu Filho é maior: "Se aceitamos o testemunho de homens, maior é o testemunho de Deus. Porque este é o testemunho de Deus: o testemunho que ele deu a respeito do seu Filho. 10 Quem deposita fé no Filho de Deus tem o testemunho dentro de si. Quem não tem fé em Deus faz dele um mentiroso, porque não deposita fé no testemunho dado por Deus a respeito do seu Filho. 11 E este é o testemunho: Deus nos deu vida eterna, e essa vida está em seu Filho. 12 Quem tem o Filho tem essa vida; quem não tem o Filho de Deus não tem essa vida. 13 Eu lhes escrevo estas coisas para que vocês, que depositaram fé no nome do Filho de Deus, saibam que têm vida eterna. 14 E esta é a confiança que temos nele: não importa o que peçamos segundo a sua vontade, ele nos ouve. 15 E, se sabemos que ele nos ouve com respeito àquilo que pedimos, sabemos que teremos as coisas pedidas, visto que as pedimos a ele" (versículos 9-15).
Toda injustiça é pecado; no entanto, há um pecado que não incorre em morte: "Se alguém vir seu irmão cometendo um pecado que não incorre em morte, ele pedirá, e Deus lhe dará vida, sim, aos que não cometerem um pecado que incorre em morte. Há um pecado que incorre em morte. Não é a respeito desse pecado que eu digo que ele deve orar. 17 Toda injustiça é pecado; contudo, há um pecado que não incorre em morte. 18 Sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não pratica o pecado, mas aquele que nasceu de Deus vigia sobre ele, e o Maligno não pode pôr as mãos nele. 19 Sabemos que nos originamos de Deus, mas o mundo inteiro está no poder do Maligno. 20 E sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para podermos obter conhecimento daquele que é verdadeiro. E nós estamos em união com aquele que é verdadeiro, por meio do seu Filho, Jesus Cristo. Esse é o verdadeiro Deus e a vida eterna. 21 Filhinhos, guardem-se dos ídolos" (versículos 16-21).
Como escreveu o apóstolo Paulo, o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23). Assim, segundo o apóstolo João, o pecado que não incorre em morte, é aquele que permite o perdão de Deus, com base no sacrifício de Cristo. O pecado que incorre em morte, segundo o versículo 18, é o que é praticado de forma contínua e voluntariamente, neste caso, o sacrifício de Cristo não se aplica. Nem é útil orar a favor duma pessoa que pratica constantemente o pecado. O apóstolo Paulo escreveu uma ideia semelhante sobre a prática do pecado voluntário, que não pode ser perdoado e que, portanto, incorre em morte: "Pois, no que se refere àqueles que já foram esclarecidos, provaram a dádiva celestial, tornaram-se participantes do espírito santo e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do futuro sistema de coisas, mas se desviaram, é impossível que sejam levados novamente ao arrependimento; porque eles pregam de novo para si mesmos o Filho de Deus na estaca e o expõem à desonra pública" (Hebreus 6:4-6).
O atual sistema de coisas está sob o domínio de Satanás, o diabo: "Sabemos que nos originamos de Deus, mas o mundo inteiro está no poder do Maligno" (versículo 19).
O cristão não deve praticar a idolatria: "Filhinhos, guardem-se dos ídolos" (versículo 21).
A segunda carta do apóstolo João
Esta carta é endereçada a uma senhora e seus filhos (a menos que seja a metáfora duma congregação cristã (a senhora) com seus filhos, os cristãos que a compõem):
"O homem idoso, à senhora escolhida e aos filhos dela, a quem eu amo verdadeiramente —e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade— 2por causa da verdade que permanece em nós e estará conosco para sempre. 3A bondade imerecida, a misericórdia e a paz da parte de Deus, o Pai, e da parte de Jesus Cristo, o Filho do Pai, com a verdade e o amor, estarão conosco.
4Fiquei muito feliz de saber que alguns dos seus filhos estão andando na verdade, assim como recebemos o mandamento da parte do Pai. 5E agora, senhora, eu lhe peço que nos amemos uns aos outros. (Não estou lhe escrevendo um novo mandamento, mas um que temos desde o princípio.) 6Eoamor significa o seguinte: que continuemos andando segundo os mandamentos dele. Este é o mandamento, assim como vocês ouviram desde o princípio: vocês devem continuar andando no amor. 7Pois muitos enganadores saíram pelo mundo afora, aqueles que não reconhecem que Jesus Cristo veio na carne. Eles são o enganador e o anticristo.
8Tenham cuidado para que vocês não percam as coisas que trabalhamos para produzir; em vez disso, que possam obter uma plena recompensa. 9Todo aquele que vai além dos ensinamentos do Cristo e não permanece neles não tem Deus. Quem permanece nesses ensinamentos é quem tem tanto o Pai como o Filho. 10Se alguém vier a vocês e não trouxer esses ensinamentos, não o recebam na sua casa, nem ocumprimentem. 11Pois quem o cumprimenta participa das suas obras más.
12Embora eu tenha muitas coisas para lhes escrever, não quero fazer isso com papel e tinta, mas espero visitá-los e falar com vocês pessoalmente, para que a sua alegria seja plena.
13Os filhos da sua irmã, a escolhida, mandam-lhe saudações" (Versículos 1-13).
A segunda carta de João é um resumo do tema principal da primeira: "Pois muitos enganadores saíram pelo mundo afora, aqueles que não reconhecem que Jesus Cristo veio na carne. Eles são o enganador e o anticristo. Tenham cuidado para que vocês não percam as coisas que trabalhamos para produzir; em vez disso, que possam obter uma plena recompensa. Todo aquele que vai além dos ensinamentos do Cristo e não permanece neles não tem Deus. Quem permanece nesses ensinamentos é quem tem tanto o Pai como o Filho" (versículos 7-9).
A terceira carta do apóstolo João
Esta carta é endereçada ao discípulo Gaio:
"O homem idoso, a Gaio, o amado, a quem eu amo verdadeiramente.
2Amado, oro para que tudo continue correndo bem com você e que tenha boa saúde, assim como você está bem agora. 3Pois eu me alegrei muito quando os irmãos vieram e deram testemunho de que você se apega à verdade, de que continua andando na verdade. 4Não tenho alegria maior do que esta: ouvir que os meus filhos continuam andando na verdade.
5Amado, você mostra sua fidelidade naquilo que faz pelos irmãos, mesmo que não os conheça. 6Eles deram testemunho do seu amor perante a congregação. Por favor, encaminhe-os na viagem deles de uma maneira digna de Deus. 7Porque foi a favor do nome dele que saíram, sem receber nada das pessoas das nações. 8Portanto, nós temos a obrigação de mostrar hospitalidade a irmãos como esses, para que nos tornemos colaboradores na verdade.
9Escrevi algo à congregação, mas Diótrefes, que gosta de ocupar o primeiro lugar entre eles, não aceita nada de nós com respeito. 10É por isso que, se eu for aí, trarei à atenção as coisas que ele tem feito, as calúnias que tem espalhado sobre nós.Não satisfeito com isso, ele se recusa a receber os irmãos com respeito e tenta impedir e expulsar da congregação aqueles que querem recebê-los.
11Amado, não imite o que é mau, mas imite o que é bom. Quem faz o bem se origina de Deus. Quem faz o mal não viu a Deus. 12Todos eles falam bem de Demétrio, inclusive a própria verdade. De fato, nós também testemunhamos a favor dele, e você sabe que o testemunho que damos é verdadeiro.
13Eu tinha muitas coisas para lhe escrever, mas não quero continuar escrevendo com pena e tinta. 14Porém, espero vê-lo logo, e falaremos pessoalmente.
Que a paz esteja com você.
Os amigos mandam-lhe saudações. Dê minhas saudações aos amigos, um por um" (Versículos 1-14).
O apóstolo João menciona a presença na congregação cristã, duma pessoa iníqua. É Diótrefes, que se comporta como um lobo tirânico, maltratando os irmãos e irmãs da congregação cristã. Na carta do discípulo Judas, é explicado como ocorre a infiltração dessas pessoas maliciosas e como identificá-las (carta de Judas).
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Meditação nas duas cartas de Pedro, levando à madureza cristã
A primeira carta do apóstolo Pedro
O redator desta carta é um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Nos Evangelhos, também tem o nome de Simão Pedro (Mateus 4:18) e Jesus Cristo lhe deu outro nome, Cefas (João 1:42). Dos doze, ele foi um dos três apóstolos mais achegados de Jesus Cristo: Pedro, Tiago e João, seu irmão. Esses três homens assistiram à transfiguração de Cristo (Marcos 9:1-10). Ler as duas cartas de Pedro não apresenta nenhum problema de compreensão. No entanto, às vezes Pedro usa expressões ou imagens que estão ligadas à Lei Mosaica e, particularmente, ao antigo sistema sacerdotal, que será explicado sem necessariamente entrar em detalhes. O objetivo desta meditação é entender como os conselhos dessas cartas podem nos guiar em direção à madureza cristã e poder expandir a reflexão e a compreensão, em relação ao ensino apresentado pelo apóstolo Pedro.
Capítulo 1:
"Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos residentes temporários espalhados por Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, aos escolhidos 2 segundo a presciência de Deus, o Pai, santificados pelo espírito, com o objetivo de serem obedientes e receberem a aspersão do sangue de Jesus Cristo. Que vocês tenham cada vez mais bondade imerecida e paz" (versículos 1 e 2).
A expressão "dos residentes temporários espalhados", é uma metáfora para designar os cristãos com a esperança celestial da vida eterna. Os vários lugares geográficos indicados são os territórios onde o apóstolo Pedro exerceu seu ministério da palavra. São lugares perto do Mar Negro, na Ásia Menor, na atual Turquia. Além disso, na conclusão da sua carta, há as saudações da congregação que está na Babilônia, o atual Iraque (1 Pedro 5:13). Na carta endereçada à congregação da Galácia, pelo apóstolo Paulo, ele menciona ter visto o apóstolo Pedro em Antioquia, ao sul da atual Turquia (Gálatas 2:11). Todas essas informações, para observar que é muito improvável que Pedro tenha ido a Roma, conforme o relato da Bíblia (Novo Testamento) porque desenvolveu seu ministério da palavra, na Ásia Menor (a atual Turquia), até a Babilônia, o Iraque atual. Foi o apóstolo Paulo (e não o apóstolo Pedro) que pregou muito ao oeste, para Roma, segundo o relato dos Atos dos apóstolos.
A menção da aspersão do sangue de Jesus Cristo sobre esses cristãos, residentes temporários, é outra metáfora relacionada à instalação do sacerdócio, neste caso celestial, no contexto desta carta. A mesma imagem simbólica duma roupa manchada de sangue é a de Jesus Cristo no livro do Apocalipse, descrito na sua função de Sumo Sacerdote, durante a Grande Tribulação: "Está vestido com uma roupa manchada de sangue; ele é chamado de A Palavra de Deus" (Apocalipse 19:13; Êxodo 29:21). De fato, esses cristãos, que têm a esperança celestial da vida eterna, constituirão um reino de sacerdotes nos céus ao lado do Sumo Sacerdote, Jesus Cristo (Apocalipse 1:5.6; 5:9,10). Nesta carta, o apóstolo Pedro menciona esse sacerdócio celestial.
O apóstolo Pedro mostra que a esperança (celestial ou terrestre) tem um preço, o da provação que refina a fé: "Louvado seja o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, pois, segundo a sua grande misericórdia, ele nos deu um novo nascimento para uma esperança viva por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4 para uma herança imperecível, sem mancha e que não se apaga. Ela está reservada nos céus para vocês, 5 que estão sendo resguardados pelo poder de Deus, por meio da fé, para uma salvação pronta para ser revelada no tempo do fim. 6 Por causa disso vocês se alegram muito, embora seja necessário, por algum tempo, que fiquem aflitos por causa de várias provações, 7 a fim de que a qualidade provada da sua fé, que tem muito mais valor do que o ouro que perece, apesar de ter sido provado por fogo, seja considerada razão para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. 8 Embora nunca o tenham visto, vocês o amam. Embora não o vejam agora, exercem fé nele e se alegram muito com uma alegria indescritível e gloriosa, 9 à medida que alcançam o alvo da sua fé: a sua salvação" (versículos 3-9).
Em relação ao "novo nascimento", Jesus Cristo, durante sua conversa com Nicodemos, falou sobre isso: "Em resposta, Jesus lhe disse:"Em resposta, Jesus lhe disse: “Digo-lhe com toda a certeza: A menos que alguém nasça de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Nicodemos lhe perguntou: “Como um homem pode nascer quando já é velho? Será que pode entrar no ventre da sua mãe e nascer outra vez?” Jesus respondeu: “Digo-lhe com toda a certeza: A menos que alguém nasça da água e do espírito, não pode entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do espírito é espírito. Não se espante porque eu lhe disse: Vocês têm de nascer de novo. O vento sopra para onde quer, e ouve-se o som dele, mas não se sabe de onde ele vem nem para onde vai. Assim é com todo aquele que nasce do espírito”" (João 3:3-8).
Concretamente, é durante o batismo do cristão que tem esperança celestial, que esse simbolismo da morte ocorre, levando a um novo nascimento (sua futura ressurreição celestial) (Mateus 28:19). Durante o batismo, quando o corpo humano do cristão está completamente imerso na água, simboliza a morte de sua antiga condição, até a morte futura de seu corpo físico. Quando emerge da água, que nas circunstâncias atua como uma matriz simbólica, há um novo nascimento da água e também do espírito, antes ou depois do batismo. Jesus Cristo diz que devemos nascer da água e do Espírito (João 3:5). O nascimento do espírito é um fenômeno divino que escapa à compreensão humana, pois é Deus quem designa aquele que nascerá do espírito para a vida celestial (João 3:8). O apóstolo Paulo descreveu este novo nascimento que será feito de maneira tangível, durante a morte efetiva do cristão fiel e, em seguida, de sua ressurreição celestial: "Semeado corpo físico, é levantado corpo espiritual" (1 Coríntios 15:44a).
Esse processo de novo nascimento que se aplica aos cristãos que vivem no céu, pode ser aplicado a todos os seres humanos que viverão para sempre na terra? Sim, mas duma maneira diferente. Em vez da expressão de novo nascimento, Jesus Cristo usou a expressão "recriação", que é como um novo nascimento, com um novo corpo físico sem pecado: "Jesus lhes disse: “Eu lhes garanto: Na recriação, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono glorioso, vocês que me seguiram se sentarão em 12 tronos e julgarão as 12 tribos de Israel"" (Mateus 19:28). Ainda na mesma carta do apóstolo Paulo, sobre as diferentes formas de ressurreições, na segunda parte do versículo 44, está escrito: "Se há corpo físico, há também um espiritual" (1 Coríntios 15:44b). Isso é verdade em ambas as direções: se houver uma ressurreição com um corpo espiritual, também haverá uma ressurreição com um corpo físico. O primeiro nascerá novamente de água e do espírito, e o segundo nascerá novamente da água (simbolizando a imersão na morte) e a ascensão da água pela ressurreição com a recriação de um novo corpo humano. Podemos até dizer que o futuro ressuscito terrestre nascerá pelo efeito do Espírito Santo de Deus que lhe vai dar a vida (Atos 24:15).
Até os anjos nos céus procuraram entender o processo que leva à salvação eterna, por meio do sacrifício de Cristo: "Sobre essa salvação, os profetas que profetizaram a respeito da bondade imerecida destinada a vocês fizeram diligente investigação e cuidadosa pesquisa. 11 Eles procuravam saber o tempo específico e as circunstâncias que o espírito neles indicava a respeito de Cristo, quando o espírito dava testemunho antecipado sobre os sofrimentos que Cristo teria de suportar e sobre a glória que se seguiria. 12 Foi-lhes revelado que estavam servindo não a si mesmos, mas a vocês, no que diz respeito às coisas que agora foram anunciadas a vocês por aqueles que lhes declararam as boas novas com espírito santo enviado do céu. São essas coisas que os anjos têm grande desejo de entender" (versículos 10-12).
Cada cristão deve melhorar seu comportamento diante de Deus e seu filho Jesus Cristo, a fim de ter o cumprimento da esperança da vida eterna (celestial ou terrestre): "Por isso, preparem a mente para atividade; mantenham inteiramente os sentidos; fixem a esperança na bondade imerecida que lhes será trazida na revelação de Jesus Cristo. 14 Como filhos obedientes, parem de se amoldar aos desejos que tinham antes na sua ignorância, 15 mas, assim como o Santo que os chamou, tornem-se santos em toda a sua conduta, 16 pois está escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo.”
17 E se vocês invocam o Pai, que julga imparcialmente segundo a obra de cada um, comportem-se com temor durante o tempo em que são residentes temporários. 18 Pois vocês sabem que não foi com coisas perecíveis, com prata ou ouro, que foram libertados do seu modo de vida fútil, transmitido a vocês pelos seus antepassados. 19 Mas foi com sangue precioso, como o de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o de Cristo. 20 É verdade que ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado no fim dos tempos por causa de vocês. 21 Por meio dele vocês creem em Deus, aquele que o levantou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus.
22 Agora que vocês se purificaram pela sua obediência à verdade, tendo como resultado o amor fraternal sem hipocrisia, amem uns aos outros intensamente, de coração. 23 Pois foi dado a vocês um novo nascimento, não por semente perecível, mas por semente imperecível, por meio da palavra do Deus vivente, o qual permanece para sempre. 24 Pois “todos os homens são como a relva, e toda a sua glória é como a flor do campo; a relva seca e a flor cai, 25 mas a declaração de Jeová permanece para sempre”. E essa “declaração” são as boas novas que foram anunciadas a vocês" (versículos 13-25).
Capítulo 2:
Pedro refere-se novamente ao reino celestial dos sacerdotes, desta vez na forma dum edifício feito de pedras vivas (os cristãos com a esperança celestial), com a pedra escolhida quem é Jesus Cristo, rejeitada pelos construtores: "Assim, livrem-se de toda maldade, do engano, da hipocrisia, da inveja e de toda calúnia. 2 Como bebês recém-nascidos, desenvolvam forte desejo pelo leite não adulterado da palavra, para que, por meio dele, cresçam para a salvação, 3 já que tiveram provas de que o Senhor é bondoso.
4 À medida que se aproximam dele, uma pedra vivente rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa para Deus, 5 vocês mesmos, como pedras viventes, estão sendo edificados como casa espiritual para ser um sacerdócio santo, a fim de oferecer sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo. 6 Pois certa passagem das Escrituras diz: “Vejam! Eu ponho em Sião uma pedra escolhida, uma preciosa pedra angular de alicerce, e ninguém que nela exercer fé ficará decepcionado, jamais.”
7 Portanto, é para vocês que ele é precioso, porque vocês são crentes; mas, para os que não creem, “a pedra que os construtores rejeitaram, essa se tornou a principal pedra angular”, 8 e “uma pedra de tropeço e uma rocha que faz cair”. Eles tropeçam porque são desobedientes à palavra. Foram designados para esse fim. 9 Mas vocês são “raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial, para que divulguem as qualidades excelentes” Daquele que os chamou da escuridão para a Sua maravilhosa luz. 10 Porque antes vocês não eram povo, mas agora são povo de Deus; antes vocês não haviam sido tratados com misericórdia, mas agora receberam misericórdia" (Versículos 1-10).
O apóstolo Pedro não se designa como a pedra angular na qual a Igreja Cristã é construída (num nível espiritual), mas mostra claramente que é de fato Jesus Cristo: "Vocês mesmos, como pedras viventes, estão sendo edificados como casa espiritual para ser um sacerdócio santo, a fim de oferecer sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo. Pois certa passagem das Escrituras diz: “Vejam! Eu ponho em Sião uma pedra escolhida, uma preciosa pedra angular de alicerce, e ninguém que nela exercer fé ficará decepcionado, jamais”" (1 Pedro 2:5,6; Isaías 28:16; Salmos 118:22: a pedra angular da profecia de Isaías e dos Salmos, mencionada pelo apóstolo Pedro, é Jesus Cristo).
Há uma série de recomendações para ter um bom comportamento nas situações da vida cristã: "Amados, eu os exorto como a estrangeiros e residentes temporários que continuem se abstendo dos desejos carnais, que guerreiam contra vocês. 12 Mantenham uma boa conduta entre as pessoas das nações, para que, quando os acusarem de ser malfeitores, elas sejam testemunhas oculares das boas obras de vocês e, em resultado disso, glorifiquem a Deus no dia da Sua inspeção.
13 Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda criação humana, quer a um rei, como superior, 14 quer a governadores, como enviados por ele para punir malfeitores e louvar os que fazem o bem. 15 Pois é da vontade de Deus que, por fazer o bem, vocês silenciem a conversa ignorante de homens insensatos. 16 Sejam como pessoas livres, usando a sua liberdade não como disfarce para fazer o que é errado, mas para serem escravos de Deus. 17 Honrem a homens de todo tipo, tenham amor pela inteira fraternidade, tenham temor de Deus, honrem o rei.
18 Que os servos estejam sujeitos aos seus senhores com todo o temor que lhes é devido, não somente aos bons e razoáveis, mas também aos que são difíceis de agradar. 19 Pois, quando alguém suporta dificuldades e sofre injustamente por causa da sua consciência diante de Deus, isso é agradável. 20 Pois que mérito vocês têm se são espancados por pecarem e suportam isso? Mas, se vocês suportam sofrimento porque estão fazendo o bem, isso é agradável a Deus.
21 De fato, para isso vocês foram chamados, porque o próprio Cristo sofreu por vocês, deixando um modelo para seguirem fielmente os seus passos. 22 Ele não cometeu pecado, nem se achou falsidade na sua boca. 23 Quando estava sendo insultado, não respondia com insultos. Quando estava sofrendo, não ameaçava, mas confiava-se Àquele que julga com justiça. 24 Ele mesmo levou os nossos pecados no seu próprio corpo, no madeiro, para que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça. E “pelos ferimentos dele vocês foram curados”. 25 Porque vocês eram como ovelhas desgarradas, mas agora voltaram para o pastor e superintendente das suas almas" (versículos 11-25).
Esses conselhos são particularmente endereçados àqueles que sofrem por causa duma situação injusta. Esse tipo de sofrimento e a perseverança que produz, é agradável aos olhos de Deus, porque faz com que a pessoa que o suporta, alguém melhor, como um ouro refinado pelo fogo da provação: "Pois, quando alguém suporta dificuldades e sofre injustamente por causa da sua consciência diante de Deus, isso é agradável. Pois que mérito vocês têm se são espancados por pecarem e suportam isso? Mas, se vocês suportam sofrimento porque estão fazendo o bem, isso é agradável a Deus" (versículos 19,20).
Esses sofrimentos devido à injustiça foram suportados por Cristo, que é um modelo de perseverança para aqueles que sofrem por causa da sua consciência diante de Deus: "De fato, para isso vocês foram chamados, porque o próprio Cristo sofreu por vocês, deixando um modelo para seguirem fielmente os seus passos. Ele não cometeu pecado, nem se achou falsidade na sua boca. Quando estava sendo insultado, não respondia com insultos. Quando estava sofrendo, não ameaçava, mas confiava-se Àquele que julga com justiça" (versículos 21-23).
Capítulo 3:
As mulheres casadas da congregação, devem continuar a garantir sua beleza interior, feita de qualidades cristãs que podem permitir, para ganhar um marido incrédulo: "Da mesma maneira, você, esposa, esteja sujeita ao seu marido, de modo que, se ele não for obediente à palavra, seja ganho sem palavras, por meio da conduta de sua esposa, 2 por ter sido testemunha ocular de sua conduta casta junto com profundo respeito. 3 Que o seu adorno não sejam as coisas externas — cabelos trançados, o uso de enfeites de ouro ou de roupas finas — 4 mas seja a pessoa secreta do coração com o adorno imperecível do espírito calmo e brando, que é de grande valor aos olhos de Deus. 5 Pois era assim que as santas mulheres do passado que esperavam em Deus se adornavam, sujeitando-se ao marido, 6 como Sara, que obedecia a Abraão, chamando-o de senhor. Você será filha dela, desde que continue a fazer o bem e não se deixe dominar pelo medo" (versículos 1-6).
Pedro dá conselhos aos maridos: "Da mesma maneira, você, marido, continue a morar com a sua esposa segundo o conhecimento. Dê-lhe honra como a um vaso mais frágil, o feminino, visto que ela também é herdeira com você do favor imerecido da vida, a fim de que as suas orações não sejam impedidas" (versículo 7). Encontramos os mesmos conselhos nas cartas do apóstolo Paulo, para os maridos, as esposas e seus filhos (Efésios 5:21-33; 6:1-4). O marido deve morar com a sua esposa "segundo o conhecimento". Dependendo do contexto, esse "conhecimento", não parece ser um conhecimento bíblico ou que se possa ler num livro, mas um discernimento do que é a feminilidade no casal. O que permite que os maridos levem em consideração o seu limite físico e emocionai e, portanto, lhe "dar honra como a um vaso mais frágil". Obviamente, esse "conhecimento" é igualmente importante na outra direção, a respeito das mulheres relativamente aos maridos. É assim que haverá um entendimento mútuo no casal (e não somente num sentido).
Os discípulos de Cristo devem manifestar um amor fraterno com o carinho: "Por fim, sejam todos unidos na mente, tenham empatia, amor fraternal, terna compaixão e humildade. 9 Não paguem mal com mal, nem insulto com insulto. Em vez disso, retribuam com uma bênção, pois vocês foram chamados para esse proceder, a fim de herdar uma bênção. 10 Pois “aquele que ama a vida e quer ver dias felizes deve resguardar a sua língua do mal e os seus lábios de falar mentiras. 11 Que ele se desvie do mal e faça o bem; que ele busque a paz e se empenhe por ela. 12 Porque os olhos de Jeová estão sobre os justos, e os seus ouvidos escutam as súplicas deles, mas a face de Jeová se volta contra os que fazem coisas más”" (versículos 8-12).
Temos que lembrar o que Jesus Cristo disse sobre o que identificaria os verdadeiros discípulos: "Eu lhes dou um novo mandamento: Amem uns aos outros; assim como eu amei vocês, amem também uns aos outros. Por meio disto todos saberão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor entre si" (João 13:34,35). Em algumas congregações, os ouvintes se sentam e recebem o ensino, depois saem para vir a casa, distribuindo saudações superficiais. Nessa situação, as congregações são simples campi universitários ou salas de aula onde o professor presenta seu ensino e, em seguida, cada um sai para vir a casa. Nesse caso, onde está a manifestação de simpatia e afeto fraterno? Esses dois textos bíblicos mostram claramente que deve haver uma vida social dentro duma congregação cristã. Uma vida social composta de amizades, convites para compartilhar uma refeição, com momentos simples de felicidade passados juntos numa caminhada ou num piquenique. O convívio cristão não esquece as viúvas e os órfãos, os divorciados, os separados e outras pessoas em solidão prolongada.
Também é importante lembrar a declaração da lista das boas ações cristãs de misericórdia, segundo o rei Jesus Cristo, durante o futuro julgamento mundial: "O Rei dirá então aos à sua direita: ‘Venham vocês, abençoados por meu Pai, herdem o Reino preparado para vocês desde a fundação do mundo. 35 Pois fiquei com fome, e vocês me deram algo para comer; fiquei com sede, e vocês me deram algo para beber. Eu era um estranho, e vocês me receberam hospitaleiramente; 36 estava nu, e vocês me vestiram. Fiquei doente, e vocês cuidaram de mim. Eu estava na prisão, e vocês me visitaram’" (Mateus 25:31-46). Podemos ver que, na lista dessas boas ações cristãs, não há nenhuma boa ação "religiosa", como ouvir os sermões bíblicos ou pregar e ensinar as boas novas. Obviamente, também devemos fazer essas coisas, sem perder o essencial, de acordo com Jesus Cristo: tendo empatia, amor fraternal, terna compaixão e humildade. Durante essa vida social entre os irmãos e irmãs cristãos, é importante "resguardar a sua língua do mal e os seus lábios de falar mentiras" (versículos 10 a 12; ler também a carta de Tiago 3:1-12 (Conselhos para domar a língua)).
Devemos santificar o Cristo como Senhor no nosso coração, sempre prontos para fazer uma defesa perante qualquer homem: "Realmente, quem prejudicará vocês, se forem zelosos do que é bom? 14 Porém, mesmo que sofram por causa da justiça, vocês serão felizes. No entanto, não temam o que eles temem nem fiquem perturbados. 15 Mas santifiquem o Cristo como Senhor no seu coração, sempre prontos para fazer uma defesa perante todo aquele que lhes exigir uma razão para a esperança que vocês têm, fazendo isso, porém, com brandura e profundo respeito. 16 Mantenham uma boa consciência, de modo que, sempre que falarem contra vocês, aqueles que falam contra vocês fiquem envergonhados por causa da sua boa conduta como seguidores de Cristo. 17 Pois é melhor vocês sofrerem por fazer o bem, se for da vontade de Deus permitir isso, do que por fazer o mal. 18 Pois Cristo morreu de uma vez para sempre pelos pecados, um justo pelos injustos, a fim de conduzir vocês a Deus. Ele foi morto na carne, mas recebeu vida no espírito. 19 E assim ele foi e pregou aos espíritos em prisão, 20 que tinham sido desobedientes quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto se construía a arca, na qual poucas pessoas, isto é, oito, foram levadas a salvo através da água" (versículos 13-20).
Quando Pedro escreve "mesmo que sofram por causa da justiça, vocês serão felizes", como podemos ser felizes quando sofremos? Jesus Cristo mostrou no Sermão do Monte, que podemos ser felizes na perspetiva duma esperança: "Felizes são vocês quando as pessoas os insultam e perseguem, e, mentindo, dizem todo tipo de coisas más contra vocês, por minha causa. Alegrem-se e fiquem cheios de alegria, porque a sua recompensa é grande nos céus; pois assim perseguiram os profetas antes de vocês" (Mateus 5:3-12). O cristão pode ser objeto de falsas acusações e, portanto, às vezes, deve comparecer perante as autoridades judiciais ou falar perante um representante da polícia, um juiz... Como escrito, o cristão deve domar seus sentimentos e garantir se expressar com profundo respeito. Ao fazer isso, se ele mostrar paciência, é muito provável que a situação se volte contra os falsos acusadores, que terão vergonha do seu mau comportamento relativamente aos cristãos perseguidos. Obviamente, quando um cristão sofre por causa duma injustiça, ele deve se lembrar do seu modelo Jesus Cristo, quem também sofreu devido à injustiça, até a morte (versículos 18-20).
Se o sangue de Cristo salva, o batismo cristão também: "O batismo, que corresponde a isso, também salva vocês agora (não pela remoção da sujeira da carne, mas pela solicitação de uma boa consciência a Deus), por meio da ressurreição de Jesus Cristo. 22 Ele está à direita de Deus, pois foi para o céu; e anjos, autoridades e poderes foram sujeitos a ele" (versículos 21,22). Desde o momento em que uma pessoa exerce fé em Jeová Deus o Pai, em seu Filho, Jesus Cristo, e também no efeito benéfico do Espírito Santo, pode ser batizado conformando-se nos princípios bíblicos cristãos: "Portanto, vão e façam discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando-as a obedecer a todas as coisas que lhes ordenei. E saibam que eu estou com vocês todos os dias, até o final do sistema de coisas" (Mateus 28:19,20). Deve-se notar no mandamento de Cristo, a respeito do batismo, que um ensino mais aprofundado do cristianismo vem depois. O treinamento particularmente do novo discípulo cristão levará algum tempo após seu batismo.
Capítulo 4:
O discípulo de Cristo deveria viver não mais para os desejos dos homens, mas para a vontade de Deus: "Visto que Cristo sofreu na carne, armem-se também da mesma disposição; porque a pessoa que sofre na carne abandonou os pecados, 2 a fim de viver o resto do seu tempo na carne não mais para os desejos dos homens, mas para a vontade de Deus. 3 Pois no passado vocês gastaram tempo suficiente fazendo a vontade das nações, quando vocês viviam em conduta insolente, em paixões desenfreadas, em embriaguez, em festas descontroladas, em bebedeiras e em idolatrias ilícitas. 4 Eles ficam intrigados porque vocês não continuam a correr com eles no mesmo proceder decadente de devassidão, e por isso falam mal de vocês. 5 Mas essas pessoas prestarão contas àquele que está pronto para julgar os vivos e os mortos. 6 De fato, é por isso que as boas novas foram declaradas também aos mortos, para que, embora sejam julgados na carne do ponto de vista dos homens, eles vivam em harmonia com o espírito do ponto de vista de Deus" (versículos 4-6).
Os desejos dos homens representam, dependendo do contexto, as paixões desenfreadas, a embriaguez, as festas descontroladas, as bebedeiras e as idolatrias ilícitas. No entanto, também podem representar nossas más tendências de fazer o que é má devido a nosso estado pecaminoso. O apóstolo Paulo aludiu a essa luta interna contra as tendências más: "Percebo assim a seguinte lei no meu caso: quando quero fazer o que é certo, está presente em mim o que é mau. Eu realmente tenho prazer na lei de Deus segundo o homem que sou no íntimo, mas vejo em meu corpo outra lei guerreando contra a lei da minha mente e me levando cativo à lei do pecado que está no meu corpo. Homem miserável que eu sou! Quem me livrará do corpo que é submetido a essa morte? Dou graças a Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor! Assim, com a minha mente, eu mesmo sou escravo da lei de Deus, mas, com a minha carne, escravo da lei do pecado" (Romanos 7:21-25).
Essa mudança de comportamento atrairá inevitavelmente a atenção da comitiva do cristão. É possível que ele esteja a passar por uma pressão muito forte do grupo na forma de maledicências e mofas: "Eles ficam intrigados porque vocês não continuam a correr com eles no mesmo proceder decadente de devassidão, e por isso falam mal de vocês" (versículo 4). A pregação aos mortos significa uma proclamação das boas novas a toda a humanidade condenada pela morte herdada de Adão (Mateus 8:22; Efésios 2:1; Romanos 5:12). Essa proclamação das boas novas significa que os cristãos são criticados ou "julgados na carne do ponto de vista dos homens, eles vivam em harmonia com o espírito do ponto de vista de Deus" (versículo 6).
O discípulo de Cristo deve ter um comportamento virtuoso e colocar seus dons espirituais ao serviço dos seus irmãos e irmãs na fé: "Mas está próximo o fim de todas as coisas. Portanto, sejam sensatos e sejam vigilantes no que se refere às orações. 8 Acima de tudo, tenham intenso amor uns pelos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados. 9 Sejam hospitaleiros uns com os outros, sem resmungar. 10 Conforme cada um recebeu um dom, use-o ao servir os outros como bom administrador da bondade imerecida de Deus, que é expressa de vários modos. 11 Se alguém fala, faça isso como quem fala as proclamações de Deus; se alguém serve, faça isso na força que Deus fornece; para que, em todas as coisas, Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo. A glória e o poder são dele para todo o sempre. Amém" (versículos 7-11).
Os cristãos que têm vários dons concedidos por Deus são administradores deles. Esses dons espirituais são manifestos de vários modos (versículo 10). O apóstolo Paulo os descreve com mais precisão: "Há diferentes dons, mas há o mesmo espírito; e há diferentes maneiras de servir, contudo há o mesmo Senhor; e há diferentes atividades, contudo é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Mas a manifestação do espírito é dada a cada um com um objetivo benéfico. Pois a um é dada a palavra de sabedoria por meio do espírito; a outro, a palavra de conhecimento, segundo o mesmo espírito; a outro, a fé, pelo mesmo espírito; a outro, dons de curar, por esse único espírito; a ainda outro, a realização de obras poderosas; a outro, o profetizar; a outro, o discernimento de expressões inspiradas; a outro, diversas línguas; e a outro, a interpretação de línguas. Mas todas essas coisas são realizadas pelo mesmo e único espírito, que distribui a cada um, individualmente, assim como quer" (1 Coríntios 12:4-11). Aqueles que têm um dom espiritual na congregação devem ser modestos usando-os "na força que Deus fornece".
Às vezes, o discípulo de Cristo pode estar numa situação que parece "estranha" para ele, num fogo da provação que ele não esperava: "Amados, não se surpreendam com as duras provações que vocês estão passando, como se algo estranho estivesse lhes acontecendo. 13 Ao contrário, continuem a se alegrar na medida em que participam dos sofrimentos do Cristo, para que vocês também se alegrem e fiquem cheios de alegria durante a revelação da glória dele. 14 Se estão sendo desonrados por causa do nome de Cristo, vocês são felizes, porque o espírito de glória, sim, o espírito de Deus, está repousando sobre vocês" (versículos 12-14). Essas situações estranhas podem ser provações dentro da congregação pela infiltração de lobos espirituais que maltratam os discípulos fiéis de Cristo (Mateus 7:15,16).
Os sofrimentos do discípulo de Cristo não devem ser as consequências de más ações. O discípulo de Cristo deve sofrer como cristão e não como criminoso: "No entanto, que nenhum de vocês sofra como assassino, ladrão, malfeitor ou intrometido nos assuntos dos outros. 16 Mas, se alguém sofre como cristão, não se envergonhe, mas continue glorificando a Deus ao levar esse nome. 17 Pois este é o tempo determinado para o julgamento começar com a casa de Deus. Ora, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não são obedientes às boas novas de Deus? 18 “E, se o justo está sendo salvo com dificuldade, o que acontecerá com o ímpio e com o pecador?” 19 Assim, que aqueles que estão sofrendo em harmonia com a vontade de Deus se entreguem aos cuidados de um Criador fiel, ao passo que praticam o bem" (versículos 15-19).
Capítulo 5:
Os ançiões ou os superintendentes das congregações cristãs devem pastorear o rebanho de Deus: "Portanto eu, que também sou ancião, testemunha dos sofrimentos do Cristo e participante na glória que será revelada, faço este apelo aos anciãos entre vocês: 2 pastoreiem o rebanho de Deus, que está aos seus cuidados, servindo como superintendentes não por obrigação, mas de boa vontade perante Deus; não por amor ao ganho desonesto, mas com entusiasmo; 3 não dominando sobre os que são a herança de Deus, mas tornando-se exemplos para o rebanho. 4 E, quando o pastor principal tiver sido manifestado, vocês receberão a imperecível coroa de glória" (versículos 1-4).
Os anciões da congregação cristã são pastores espirituais ao serviço das ovelhas que pertencem a Deus e a Cristo. O apóstolo Pedro escreve que é um ancião. Antes de subir para aos céus, Jesus Cristo ressuscitado pediu que ele pastoreasse o rebanho de Deus, a congregação cristã (João 21:15-17). O trabalho pastoral espiritual deles é ensinar, como feito pelo Pedro, pelo discípulo Tiago e Juda, e pelos apóstolos João e Paulo. Suas cartas são exemplos do tipo de ensino bíblico de alta qualidade que cada ancião deve fornecer à congregação. A obra pastoral dos anciões também é criar vínculos fraternos com os irmãos e irmãs da congregação, fazendo visitas para incentivar as ovelhas de Deus, sob seus cuidados.
O apóstolo Paulo escreveu, sob inspiração, as qualificações bíblicas necessárias dos anciões ou os superintendentes das congregações cristãs: "Esta declaração é digna de confiança: Se um homem está se esforçando para ser superintendente, deseja uma obra excelente. O superintendente, portanto, deve ser irrepreensível, marido de uma só esposa, moderado nos hábitos, sensato, ordeiro, hospitaleiro, qualificado para ensinar. Não deve ser beberrão nem violento, mas deve ser razoável, não briguento. Não deve amar o dinheiro. Deve presidir bem à sua própria família, tendo os filhos em sujeição com toda a seriedade. (Pois, se um homem não souber presidir à sua própria família, como cuidará da congregação de Deus?) Não deve ser recém-convertido, para que não se encha de orgulho e caia no julgamento aplicado ao Diabo. Além disso, deve ter também um bom testemunho de pessoas de fora, a fim de que não caia em desonra e num laço do Diabo" (1 Timóteo 3:1-7).
"Eu deixei você em Creta para que corrigisse as coisas que precisavam ser endireitadas e fizesse designações de anciãos em cada cidade, conforme as instruções que lhe dei: o ancião deve estar livre de acusação, ser marido de uma só esposa e ter filhos crentes que não sejam acusados de devassidão nem de rebeldia. Porque, como administrador designado por Deus, o superintendente tem de estar livre de acusação, não deve ser obstinado, nem alguém que se ire com facilidade, nem beberrão, nem violento, nem ávido de ganho desonesto, mas deve ser hospitaleiro, amar o que é bom, ser sensato, justo, leal, ter autodomínio, apegar-se firmemente à palavra fiel com respeito à sua arte de ensino, para que possa tanto encorajar por meio do ensinamento sadio como repreender os que o contradizem" (Tito 1:5-9).
Aqui estão também as qualificações bíblicas necessárias dos servos ministeriais, escritos pelo apóstolo Paulo, sob inspiração: "Os servos ministeriais devem igualmente ser sérios e homens de uma só palavra; não devem beber muito vinho, nem ser ávidos de ganho desonesto. Devem se apegar ao segredo sagrado da fé com a consciência limpa. Também, que esses sejam primeiro examinados quanto à aptidão; depois sirvam como ministros, se estiverem livres de acusação" (1 Timóteo 3:8-10). Os servos ministeriais ajudam os anciões no trabalho pastoral na congregação cristã.
Há um exemplo concreto, mostrando como os servos ministeriais podem ajudar os anciões, no relato do livro de Atos: "Naqueles dias, ao aumentar o número de discípulos, os judeus que falavam grego começaram a reclamar dos judeus que falavam hebraico, porque as suas viúvas estavam sendo deixadas de lado na distribuição diária. De modo que os Doze reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não é correto que deixemos a palavra de Deus para servir alimento às mesas. Portanto, irmãos, escolham entre vocês sete homens de boa reputação, cheios de espírito e de sabedoria, e nós os designaremos para essa tarefa necessária. Mas nós mesmos nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra.” O que eles disseram agradou a toda a multidão, e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e de espírito santo, e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Eles os levaram aos apóstolos, que, depois de orar, lhes impuseram as mãos" (Atos 6:1-6). Nessa situação, os servos ministeriais ajudaram os apóstolos, que também eram anciões, para poderem estar mais disponíveis para a oração e o ministério da palavra.
Entre esses sete homens que tinham a função de servos ministeriais, há dois muito conhecidos, segundo o relato dos Atos: Estêvão e Filipe (Atos Capítulos 6 e 7 (Estêvão); Atos Capítulo 8 (Filipe conhecido como evangelizador, como o 'apóstolo Paulo)). Dada a sua sabedoria, é provável que eles fossem anciões, no momento da sua nomeação para a distribuição de alimentos. Isso significa que um ancião pode ocasionalmente ter a função do servo ministerial.
Temos que nos humilhar sob a mão poderosa de Deus: "Da mesma maneira, vocês, homens mais jovens, sujeitem-se aos homens mais velhos. Todos vocês, porém, revistam-se de humildade uns para com os outros, porque Deus se opõe aos arrogantes, mas concede bondade imerecida aos humildes.
6 Portanto, humilhem-se sob a mão poderosa de Deus, para que ele os enalteça no tempo devido, 7 ao passo que lançam sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele cuida de vocês. 8 Mantenham os sentidos, sejam vigilantes! Seu adversário, o Diabo, anda em volta como um leão que ruge, procurando a quem devorar. 9 Mas tomem posição contra ele, firmes na fé, sabendo que a inteira fraternidade dos seus irmãos no mundo está passando pelos mesmos sofrimentos. 10 Porém, depois de vocês terem sofrido por um pouco, o próprio Deus de toda a bondade imerecida, que os chamou à Sua eterna glória em união com Cristo, completará o treinamento de vocês. Ele os fará firmes, ele os fará fortes, ele os porá sobre firmes alicerces. 11 Dele seja o poder para sempre. Amém.
12 Por meio de Silvano, que considero um irmão fiel, eu lhes escrevi em poucas palavras para os encorajar e lhes assegurar de que essa é a verdadeira bondade imerecida de Deus. Mantenham-se firmes nela. 13 Aquela que está em Babilônia, e que foi escolhida como vocês, lhes manda saudações, e também Marcos, meu filho. 14 Cumprimentem uns aos outros com beijo fraterno. Que todos vocês, que estão em união com Cristo, tenham paz" (versículos 5-14).
A segunda carta do apóstolo Pedro
Capítulo 1:
A primeira parte deste capítulo é um incentivo a cultivar as qualidades cristãs que evitarão ser inativos quer infrutíferos no que se refere ao conhecimento exato do nosso Senhor Jesus Cristo: "Simão Pedro, escravo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que adquiriram uma fé tão preciosa como a nossa por meio da justiça do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo:
2 Que vocês tenham cada vez mais bondade imerecida e paz por meio do conhecimento exato de Deus e de Jesus, nosso Senhor, 3 pois o seu poder divino nos concedeu tudo que contribui para a vida e a devoção a Deus por meio do conhecimento exato Daquele que nos chamou pela sua própria glória e virtude. 4 Por meio dessas coisas ele nos concedeu as promessas preciosas e muito grandiosas, para que, por meio delas, vocês participassem da natureza divina, tendo escapado da corrupção do mundo causada pelos desejos errados.
5 Por essa razão, façam todo o esforço possível para acrescentar à sua fé a virtude; à sua virtude, o conhecimento; 6 ao seu conhecimento, o autodomínio; ao seu autodomínio, a perseverança; à sua perseverança, a devoção a Deus; 7 à sua devoção a Deus, o amor fraternal; ao seu amor fraternal, o amor a todos. 8 Pois, se essas coisas existirem em vocês e transbordarem, impedirão que sejam quer inativos quer infrutíferos no que se refere ao conhecimento exato do nosso Senhor Jesus Cristo.
9 Pois quem não tem essas coisas é cego, fecha os olhos à luz, e se esqueceu da purificação dos seus pecados antigos. 10 Portanto, irmãos, sejam ainda mais diligentes em se assegurar da sua chamada e escolha, pois, se vocês persistirem em fazer essas coisas, não falharão jamais. 11 De fato, dessa forma lhes será concedida uma entrada gloriosa no Reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (versículos 1-11).
Devemos estar bem estabelecidos na verdade: "Por essa razão, pretendo sempre lembrar-lhes essas coisas, embora vocês as saibam e estejam bem estabelecidos na verdade que está presente em vocês. 13 Mas, enquanto estou nesta tenda, acho certo despertá-los por meio de lembretes, 14 sabendo que em breve minha tenda será removida, como o nosso Senhor Jesus Cristo deixou claro para mim. 15 Sempre farei o máximo para que, depois da minha partida, vocês possam por si mesmos relembrar essas coisas.
16 Não, não foi por seguirmos histórias falsas, engenhosamente inventadas, que nós lhes demos a conhecer o poder e a presença do nosso Senhor Jesus Cristo; em vez disso, nós nos tornamos testemunhas oculares do seu esplendor. 17 Pois ele recebeu honra e glória da parte de Deus, o Pai, quando estas palavras lhe foram transmitidas pela glória magnífica: “Este é meu Filho, meu amado, a quem eu aprovo.” 18 Sim, nós ouvimos essas palavras vindas do céu enquanto estávamos com ele no monte santo.
19 Assim, temos a palavra profética ainda mais confirmada, e vocês fazem bem em prestar atenção a ela, como a uma lâmpada que brilha em lugar escuro (até que amanheça o dia e se levante a estrela da alva), no coração de vocês. 20 Pois, acima de tudo, vocês sabem que nenhuma profecia das Escrituras se origina de interpretação pessoal. 21 Porque a profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo" (versículos 12-21).
Nos versículos 13 e 14, está escrito: "Mas, enquanto estou nesta tenda, acho certo despertá-los por meio de lembretes, sabendo que em breve minha tenda será removida, como o nosso Senhor Jesus Cristo deixou claro para mim". A "tenda" refere-se ao "Tabernáculo", mencionado pelo apóstolo Pedro, sendo a metáfora aludindo ao seu corpo humano. Estar na tenda ou no tabernáculo, significa viver com o corpo humano. A tenda removida significa morrer deixando de viver neste corpo. Isso também pode significar, uma morte, seguida, mais tarde, da ressurreição celestial com um corpo espiritual, não exigindo mais um corpo humano, deixando a “tenda” na terra.
No contexto bíblico, essa tenda (ou Tabernáculo) representa um templo (Êxodo 39:32,40). O templo é construído para adorar a Deus. Isso significa que o corpo humano tem o valor sagrado dum templo, originalmente feito para adorar a Deus, em reconhecimento ao fato de que Ele nos deu a vida (Apocalipse 4:11). O templo feito de pedras não pode ser movido como uma tenda ou um Tabernáculo. No entanto, o corpo humano é um templo que pode se mover, daí a expressão de tenda ou tabernáculo. Mostra o quão sagrados são o corpo humano e a vida, aos olhos de Deus.
No versículo 15, está escrito: "Sempre farei o máximo para que, depois da minha partida, vocês possam por si mesmos relembrar essas coisas". O apóstolo Pedro queria dar um bom treinamento aos anciões para que eles pudessem agir da mesma maneira que ele, pastoreando o rebanho de Deus. Especialmente porque ele sabia que sua morte estava se aproximando (versículo 14). Ele estava ansioso para torná-los autónomos no nível espiritual, sem que os anciões tiveram que depender do apóstolo Pedro que iria morrer.
Os versículos 17 e 18, mencionam o relato da transfiguração de Jesus Cristo, da qual presenciaram os apóstolos Pedro, João e Tiago "Pois ele recebeu honra e glória da parte de Deus, o Pai, quando estas palavras lhe foram transmitidas pela glória magnífica: “Este é meu Filho, meu amado, a quem eu aprovo.” Sim, nós ouvimos essas palavras vindas do céu enquanto estávamos com ele no monte santo".
Aqui está o relato da transfiguração de Cristo: "Seis dias depois, Jesus chamou Pedro e os irmãos Tiago e João, e os levou a sós a um alto monte. E ele foi transfigurado diante deles; seu rosto brilhava como o sol, e suas roupas se tornaram brilhantes como a luz. Nisto, apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com ele. Então Pedro disse a Jesus: “Senhor, é bom que estejamos aqui. Se desejar, armarei aqui três tendas: uma para o senhor, uma para Moisés e uma para Elias.” Ele ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os encobriu, e de repente uma voz vinda da nuvem disse: “Este é meu Filho, o amado, a quem eu aprovo. Escutem-no.” Ao ouvirem isso, os discípulos se prostraram com o rosto por terra e ficaram com muito medo. Jesus se aproximou, então, tocou neles e disse: “Levantem-se. Não tenham medo.” Ao levantarem os olhos, não viram mais ninguém, mas apenas Jesus. Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou: “Não contem essa visão a ninguém, até que o Filho do Homem seja levantado dentre os mortos.”" (Mateus 17:1-9). No versículo 19, o apóstolo Pedro explica que o objetivo da transfiguração era dar uma garantia por parte de Jeová Deus, o Pai Celestial, do cumprimento das profecias bíblicas sobre a pessoa de Jesus Cristo, seu Filho.
Os versículos 20 e 21 mostram que as palavras proféticas da Bíblia são inspiradas por Deus. Eles são uma garantia de verdade: "Pois, acima de tudo, vocês sabem que nenhuma profecia das Escrituras se origina de interpretação pessoal. Porque a profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo". A Bíblia é um depósito escritural do Espírito Santo, a força ativa de Deus.
Capítulo 2:
O apóstolo Pedro menciona a infiltração na congregação cristã, de indivíduos maliciosos proferindo palavras difamatórias e com um comportamento iníquo. Para indicação, este capítulo, que será citado abaixo, é muito semelhante à carta de Judas, com o mesmo tema e certos exemplos que são semelhantes:
"No entanto, houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá falsos instrutores entre vocês. Esses introduzirão sutilmente seitas destrutivas e negarão até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si mesmos uma destruição rápida. 2 Além disso, muitos seguirão sua conduta insolente, e, por causa deles, as pessoas falarão mal do caminho da verdade. 3 Também, movidos por ganância, eles explorarão vocês com palavras enganosas. Mas a condenação deles, decretada há muito tempo, não tardará, e a destruição deles não está dormindo.
4 De fato, Deus não se refreou de punir os anjos que pecaram, mas ele os lançou no Tártaro, acorrentando-os em densa escuridão e reservando-os para o julgamento. 5 Ele também não se refreou de punir um mundo antigo, mas preservou Noé, pregador da justiça, junto com mais sete, quando trouxe um dilúvio sobre um mundo de pessoas ímpias. 6 E ele condenou as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinzas, estabelecendo para as pessoas ímpias um modelo das coisas que virão. 7 Mas ele livrou o justo Ló, que ficava muito aflito por causa da conduta insolente dos transgressores. 8 (Porque, enquanto morava entre eles, dia após dia esse homem justo sentia sua alma justa atormentada por ver e ouvir aquelas ações contra a lei.) 9 Portanto, Jeová sabe livrar da provação os que têm devoção a ele, mas reservar os injustos para serem destruídos no dia do julgamento, 10 especialmente os que procuram aviltar a carne de outros e desprezam a autoridade.
Atrevidos e obstinados, não têm medo de falar mal dos gloriosos, 11 ao passo que os anjos, embora sejam maiores em força e poder, não os acusam com insultos, por respeito a Jeová. 12 Mas esses homens, como animais irracionais que agem por instinto e nascem para ser apanhados e destruídos, falam mal das coisas que desconhecem. Eles sofrerão a destruição trazida pelo seu próprio proceder destrutivo, 13 sofrendo o mal como retribuição pelo mal que fizeram.
Sentem prazer em se entregar a uma vida de excessos, em pleno dia. Eles são manchas e defeitos, e se deleitam em seus ensinamentos enganosos enquanto se banqueteiam com vocês. 14 Os olhos deles estão cheios de adultério e são incapazes de parar de pecar, e eles seduzem os que são instáveis. Seu coração foi treinado na ganância. São filhos amaldiçoados. 15 Abandonaram o caminho reto e se desviaram. Seguiram o caminho do filho de Beor, Balaão, que amou a recompensa de fazer injustiça, 16 mas foi repreendido por violar aquilo que era certo. Um animal de carga, mudo, falando com voz humana, refreou o proceder louco do profeta.
17 Esses homens são fontes sem água e neblinas impelidas por uma violenta tempestade, e a mais profunda escuridão foi reservada para eles. 18 Eles fazem declarações pomposas e vazias. Apelando aos desejos da carne e com conduta insolente, seduzem os que acabaram de escapar dos que vivem no erro. 19 Embora prometam liberdade a essas pessoas, eles mesmos são escravos da corrupção; pois todo aquele que é vencido por alguém se torna seu escravo. 20 Certamente, se eles, depois de escapar das contaminações do mundo pelo conhecimento exato do Senhor e Salvador Jesus Cristo, ficam novamente envolvidos nessas mesmas coisas e são vencidos, seu estado no final é pior do que no início. 21 Teria sido melhor para eles que não tivessem conhecido de modo exato o caminho da justiça, do que, depois de o terem conhecido, se desviarem do mandamento santo que receberam. 22 Com eles aconteceu o que diz o provérbio verdadeiro: “O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca, depois de lavada, voltou a rolar na lama”" (Versículos 1-22).
Há um ponto de ensino mencionado tanto pelo apóstolo Pedro como pelo discípulo Judas, que está escrito nos versículos 10b e 11: "Atrevidos e obstinados, não têm medo de falar mal dos gloriosos, ao passo que os anjos, embora sejam maiores em força e poder, não os acusam com insultos, por respeito a Jeová". Aqui está a idéia semelhante ensinada pelo discípulo Judas: "Apesar disso, esses homens também estão se entregando a sonhos, aviltando a carne, desprezando a autoridade e falando mal dos gloriosos. Mas, quando Miguel, o arcanjo, teve um desacordo com o Diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir um julgamento contra ele com insultos, mas disse: “Jeová o censure.” No entanto, esses homens falam mal de tudo que na verdade não entendem. E, em todas as coisas que eles entendem por instinto como animais irracionais, eles continuam se corrompendo" (versículos 8-10).
A substância do ensino deste exemplo dado pelo apóstolo Pedro e pelo discípulo Judas, é que, se o arcanjo Miguel e os anjos não se atreveram a proferir palavras de julgamento, da mesma forma, é aconselhável não murmurar contra os membros da congregação cristã, particularmente contra os administradores, os anciões ou os superintendentes das congregações, mesmo que pudesse ser justificado (como foi o caso contra Satanás, o diabo). Se um cristão tivesse que ser vítima duma injustiça (segundo ele (comprovado ou não)) e que isso não pôde ser resolvido com uma comunicação saudável, é aconselhável confiar na justiça de Deus e seu Filho Jesus Cristo, que será exercido com certeza, mas mais tarde. Enquanto isso, o mais sábio é suportar o mal, ficar calado, esperando por Jeová Deus: "É bom que se espere em silêncio a salvação da parte de Jeová" (Lamentações 3:26). "Mas, quanto a mim, ficarei à espreita de Jeová. Mostrarei uma atitude de espera pelo Deus da minha salvação. Meu Deus me ouvirá" (Miquéias 7:7; Isaías 66:5). Aqueles que persistiriam nesses murmúrios contínuos dentro da congregação manifestariam uma sabedoria terrena, animal e demoníaca (Tiago 3:14-18). O apóstolo Pedro descreve esses murmuradores duma maneira muito severa, nos versículos 12-22.
Capítulo 3:
O apóstolo Pedro escreve sobre a presença de zombadores que insistiriam que as coisas não mudaram e que nada indica que as profecias bíblicas serão realizadas. Todo o capítulo 3 é uma resposta detalhada a esses zombadores com exemplos específicos, da história bíblica, sobre o cumprimento das profecias bíblicas:
"Amados, esta é agora a segunda carta que lhes escrevo, e nela, como na minha primeira, estou despertando, por meio de um lembrete, a sua habilidade de pensar de modo claro, 2 para que vocês se lembrem das declarações feitas anteriormente pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, transmitido por meio dos apóstolos de vocês. 3 Antes de mais nada, saibam que nos últimos dias surgirão zombadores com as suas zombarias, agindo segundo os seus próprios desejos; 4 eles dirão: “Onde está essa prometida presença dele? Ora, desde o tempo em que os nossos antepassados adormeceram na morte, todas as coisas continuam exatamente como eram desde o princípio da criação.”
5 Pois eles propositalmente ignoram este fato: há muito tempo havia céus e uma terra situada firmemente fora da água e no meio da água pela palavra de Deus; 6 e, por meio dessas coisas, o mundo daquele tempo sofreu destruição ao ser inundado pela água. 7 Mas, pela mesma palavra, os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo e estão sendo guardados até o dia do julgamento e da destruição das pessoas ímpias.
8 No entanto, não despercebam o seguinte, amados: para Jeová um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. 9 Jeová não é vagaroso com relação a sua promessa, como alguns pensam, mas ele é paciente com vocês, porque não deseja que ninguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento. 10 Mas o dia de Jeová virá como ladrão, e nesse dia os céus passarão com um estrondo, e os elementos, estando intensamente quentes, serão dissolvidos, e a terra e as obras nela serão expostas.
11 Visto que todas essas coisas serão dissolvidas dessa forma, pensem em que tipo de pessoas vocês devem ser. Devem ser pessoas de conduta santa e praticar atos de devoção a Deus, 12 ao passo que aguardam e têm bem em mente a presença do dia de Jeová, pelo qual os céus serão destruídos em chamas, e os elementos se derreterão com o calor intenso. 13 Mas há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a promessa dele, e nesses morará a justiça.
14 Portanto, amados, visto que vocês aguardam essas coisas, façam o máximo para que ele finalmente os encontre sem mancha e sem defeito, e em paz. 15 Além disso, considerem a paciência do nosso Senhor como salvação, como também o nosso amado irmão Paulo lhes escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, 16 falando dessas coisas como faz em todas as suas cartas. No entanto, algumas coisas nelas são difíceis de entender, e essas coisas os ignorantes e instáveis estão distorcendo, assim como fazem também com o restante das Escrituras, para a sua própria destruição.
17 Portanto, amados, sabendo disso com antecedência, tomem cuidado para não ser desviados pelo erro dos transgressores e para não cair de sua posição firme. 18 Pelo contrário, continuem crescendo na bondade imerecida e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória tanto agora como até o dia da eternidade. Amém" (versículos 1-18).
É interessante notar que a presença de zombadores, segundo o apóstolo Pedro, está dentro da congregação cristã. Dependendo do contexto deste capítulo 3, esses zombadores conhecem a Bíblia, segundo a observação do versículo 4. e Pedro os responde com exemplos bíblicos.
Relativamente à esperança cristã, está escrito: "Mas há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a promessa dele, e nesses morará a justiça" (versículo 13). Os novos céus representam o reino de Deus, representado pelo Rei Jesus Cristo e os 144000, a Nova Jerusalém que descerá dos céus, na terra. A nova terra será a humanidade que sobreviverá à grande tribulação e todas as pessoas ressuscitadas na terra: "Vi um novo céu e uma nova terra, pois o céu anterior e a terra anterior tinham passado, e o mar já não existia. Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém, descendo do céu, da parte de Deus, e preparada como noiva adornada para o seu marido. Então ouvi uma voz alta do trono dizer: “Veja! A tenda de Deus está com a humanidade; ele residirá com eles, e eles serão o seu povo. O próprio Deus estará com eles. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais tristeza, nem choro, nem dor. As coisas anteriores já passaram”" (Apocalipse 7:9-17 (a grande multidão); 21:1-4 (o Reino de Deus e o conjunto da humanidade no paraíso terrestre)).
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A madureza e a perfeição
“Portanto, sejam perfeitos, assim como o seu Pai celestial é perfeito”
(Mateus 5:48)
O que é a madureza, na espiritualidade bíblica? A palavra grega para este texto bíblico, é "Teleiotes". De acordo com a Concordância de Strong (G5047), é o estado de integridade mental ou moral, a perfeição. Em algumas traduções da Bíblia, esta palavra é traduzida como: "perfeição" ; "madureza" ; "ser adulto". Na versão King james, está escrito, sobre este mesmo versículo: “Avancemos à perfeição" (Teleiotes). No texto grego do Evangelho de Mateus, que relata as palavras de Cristo em seu Sermão do Monte (Jesus não falava grego, ele falava hebraico), encontramos a mesma raiz desta palavra "Teleiotes": "Concordemente, tendes de ser perfeitos, assim como o vosso Pai celestial é perfeito" (Mateus 5:48). O adjetivo "perfeito" vem da palavra grega "Téleios" (Concordância de Strong (G5046)). Então, o homem maduro é alguém que atingiu a perfeição na expressão de sua espiritualidade (a expressão "homem", neste estudo, se aplica tanto ao homem quanto à mulher).
Segundo Jesus Cristo, esse estado espiritual de "perfeição" ou completude, expresso pelo amor ao próximo, é bastante acessível aos humanos, mesmo aos pecadores (Mateus 5:43-48). Também podemos ver que Jesus Cristo acrescentou a esta "perfeição" exigida, a pureza do coração que é desprovido de todas as más intenções (João 13:10 "Vós estais limpos" (puro)). E quanto ao apóstolo Paulo, este estado espiritual de "perfeição" ou madureza, permite-lhe ser mestre da Palavra de Deus, mas também ter discernimento sobre o que é bom ou mau. "O alimento sólido, porém, é para as pessoas maduras, para aqueles que pelo uso têm as suas faculdades perceptivas treinadas para distinguir tanto o certo como o errado” (Hebreus 5:14).
Na parte do texto hebraico da Bíblia, o Antigo Testamento, a palavra que mais se aproximaria da palavra grega para "maturidade" ou perfeição, é a palavra "integridade", traduzida do hebraico "tummâh" (Concordância de Strong ( H8538)), que também significa "inocência" no sentido de ausência de culpa. Esta palavra hebraica vem de outra raiz "tôm" (Strong's Concordance (H8537)), que pode significar: completo, integridade, perfeito, perfeição, reto, retidão: "Até eu expirar não removerei de mim a minha integridade!" (Jó 27:5). Assim, seguindo o exemplo do fiel servo de Deus, Jó, um ser humano, homem ou mulher, pode alcançar a perfeição e a integridade, aos olhos de Deus e de Cristo, e isso, apesar de nosso estado genético e espiritualmente pecaminoso herdado de Adão (Romanos 5:12).
O homem maduro
Vejamos algumas características do homem maduro. Ele tem discernimento, perspicâcia, vê o que está por trás das aparências, tem uma grande capacidade de antecipação. Ele não é facilmente influenciado pelas opiniões dos outros. Ele tem um senso crítico (analítico) treinado, o que não o impede de perceber o insight dos outros e aceitar humildemente seu ponto de vista. Este "homem maduro" é um "homem espiritual": "No entanto, o homem espiritual examina deveras todas as coisas, mas ele mesmo não é examinado por homem algum" (1 Coríntios 2:15). A profundidade da sua personalidade e a riqueza da sua interioridade, moldada ao longo dos anos, não permitem que seja rapidamente identificado ou facilmente compreendido. Ele é inerentemente humilde e modesto, consciente de suas próprias limitações como mero ser humano. A espiritualidade bíblica, composta de orações, meditações e leituras regulares da Bíblia, o ajudam nessa direção (Miquéias 6:8).
No campo da espiritualidade bíblica, ele não precisa constantemente de leis escritas na forma de proibições ou injunções, porque estão escritas no seu coração e guiam sua consciência. Ele conhece a substância, as razões subjacentes, o que lhe permite discernir o que fazer em situações intermediárias, ambíguas e até inesperadas. Além disso, em uma das profecias sobre o Novo Pacto, isto é o que Jeová Deus havia registrado na sua Palavra: “Pois este é o pacto que concluirei com a casa de Israel depois daqueles dias”, é a pronunciação de Jeová. “Vou pôr a minha lei no seu íntimo e a escreverei no seu coração. E vou tornar-me seu Deus e eles mesmos se tornarão meu povo" (Jeremias 31:33). A partir de agora, o cristão não está mais sob a autoridade de um código de várias centenas de leis porque Cristo é o fim da Lei; o cristão está agora sob a Lei Régia de Cristo (Romanos 10:4; Tiago 2:8). O que isso significa concretamente?
Ao ler o Sermão do Monte, em Mateus capítulos 5 a 7, Jesus Cristo dá a seus ouvintes uma lição de como passar da aplicação da Lei dada a Israel por Moisés, para aquela de Cristo, por esta altura, a aplicação da substância da lei divina ou do princípio eterno que a sustenta, como o amor, por exemplo. O leitor atento notará repetidamente a expressão “No entanto, digo-vos”. É uma forma de explicar o que a torna sua razão profunda e uma forma de dizer: "acabou-se de praticar a lei de Deus de maneira formalista e hipócrita", agora é por seus motivos e seus pensamentos se você vai aplicá-la ou não: "No entanto, digo-vos que todo aquele que continuar furioso com seu irmão terá de prestar contas ao tribunal de justiça; mas, quem se dirigir a seu irmão com uma palavra imprópria de desprezo terá de prestar contas ao Supremo Tribunal; ao passo que quem disser: ‘Tolo desprezível!’, estará sujeito à Geena ardente. (...) Mas eu vos digo que todo aquele que persiste em olhar para uma mulher, a ponto de ter paixão por ela, já cometeu no coração adultério com ela. (…) No entanto, eu vos digo: Não resistais àquele que é iníquo; mas, a quem te esbofetear a face direita, oferece-lhe também a outra” (Mateus 5:22,28,39).
Portanto, se o cristão ganou uma liberdade, herdou um dever de responsabilidade, que o obriga em virtude de sua consciência, depositária deste novo código de leis cristão, escrito de maneira invisível, no coração, sede dos mais profundo motivos: "Pois o amor de Cristo nos compele, porque foi isso o que julgamos, que um só homem morreu por todos; de modo que, então, todos tinham morrido; e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivessem mais para si mesmos, mas para aquele que morreu por eles e foi levantado” (2 Coríntios 5:14,15).
Madureza não é uma finalidade, mas um estado que abre novas perspectivas espirituais para o cristão que a alcança, como o apóstolo Paulo escreveu: "vocês devessem ser instrutores" ( Hebreus 5:12). Mas como alcançar a madureza cristã? Para isso, nos basearemos num texto do livro bíblico de Provérbios:
"Filho meu, se aceitares as minhas declarações e entesourares contigo os meus próprios mandamentos, de modo a prestares atenção à sabedoria, com o teu ouvido, para inclinares teu coração ao discernimento; se, além disso, clamares pela própria compreensão e emitires a tua voz pelo próprio discernimento, se persistires em procurar isso como a prata e continuares a buscar isso como a tesouros escondidos, neste caso entenderás o temor a Jeová e acharás o próprio conhecimento de Deus. Pois o próprio Jeová dá sabedoria; da sua boca procedem conhecimento e discernimento. E para os retos ele entesourará a sabedoria prática; para os que andam em integridade ele é escudo, observando as veredas do juízo, e ele guardará o próprio caminho dos que lhe são leais. Neste caso entenderás a justiça, e o juízo, e a retidão, o curso inteiro do que é bom" (Provérbios 2:1-9). A maturidarez espiritual tem dois objetivos principais, o temor a Jeová e o conhecimento de Deus.
O temor a Deus
Como amar alguém que oa mesmo tempo tememos?
Aquele que atingiu a madureza cristã tem sabedoria, discernimento, compreensão, conhecimento de Deus. Este texto explica a principal razão que deve nos encorajar a alcançá-la: "neste caso entenderás o temor a Jeová". De fato, a busca por essas qualidades espirituais muito desejáveis deve estar centrada em nosso relacionamento exclusivo com Jeová Deus.
É claro que o "temor" a Jeová mencionado neste texto não tem nada a ver com um temor mórbido, o medo constante da punição divina. Tal medo é incompatível com o amor a Deus: "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em união com Deus, e Deus permanece em união com ele. É assim que o amor tem sido aperfeiçoado para conosco, para que tivéssemos franqueza no falar no dia do julgamento, porque, assim como esse é, assim também nós somos neste mundo. No amor não há temor, mas o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor exerce uma restrição. Deveras, quem está em temor não tem sido aperfeiçoado no amor. Quanto a nós, amamos porque ele nos amou primeiro" (1 João 4:16-19).
Portanto, como amar alguém que oa mesmo tempo tememos? Tomemos os exemplos de um alpinista e de um marinheiro. Essas duas pessoas estão em contato próximo com a natureza e conhecem suas leis. Eles levam isso em consideração. O montanhista sabe que quando a tempestade se forma repentinamente, é essencial que encontre um abrigo para evitar o risco de ser atingido por um raio. O medo que ele tem desses fenômenos atmosféricos, como trovoadas ou neblina espessa, que podem fazê-lo perder a orientação, ou o risco de avalanches, provavelmente o levará a cancelar uma caminhada que havia planejado. Da mesma forma para o marinheiro, há certas estações em que as tempestades são mais frequentes e, portanto, tanto quanto possível, ele evitará estar numa situação que possa levá-lo a perder a vida.
Nestes dois casos, ainda que não se trate de uma relação com uma pessoa, mas de lugares ou fenómenos naturais, podemos falar de um "temor" do montanhista ou do marinheiro, de estar em situações que podem custar-lhes a vida: "O argucioso que viu a calamidade foi esconder-se; os inexperientes que passaram adiante sofreram a penalidade" (Provérbios 27:12). Como mostra este provérbio, este temor que resulta em prudência, é fruto de uma longa experiência porque se trata de um homem "argucioso" ou experiente. Se você pedir respectivamente, a esse montanhês e a esse marinheiro que falem sobre a serra e o mar, entenderá rapidamente que, em geral, eles "amam" esses lugares naturais, sentem um fascínio, uma atração, e isso, apesar do salutar temor de fenômenos climáticos perigosos, específicos das montanhas e do mar.
Pode-se dizer que o temor saudável de Deus é da mesma natureza ou similar. Amamos a Deus, mas sabemos ao mesmo tempo que não devemos ultrapassar certos limites ou fazer qualquer coisa que possa custar nossas vidas. Em Malaquias há uma bela descrição duma relação pacífica entre Deus e um servo fiel, eis o que podemos ler: "Quanto ao meu pacto, mostrou ser com ele, [um] de vida e de paz, e continuei a dá-las a ele, junto com medo. E ele continuou a temer-me; sim, porque ele mesmo ficou aterrorizado por causa do meu nome. A própria lei da verdade mostrou estar na sua boca e não se achou injustiça nos seus lábios. Andava comigo em paz e em retidão, e muitos foram os que ele fez recuar do erro" (Malaquias 2:5,6). Está escrito que aquel homem está "aterrorizado" ou temeroso do Nome de Jeová porque percebe sua majestade e o poder formidável que ele induz. No entanto, esse "temor" não impede esse homem de estar em paz com Deus e trabalhar com Ele em harmonia.
A palavra hebraica "yirah", traduzida como "temor" a Jeová, no texto dos Provérbios pode ter o significado de "reverência", isto é, um temor reverencial (Concordância de Strong (H3374)). Isso significa que a pessoa que atingiu a madureza cristã entenderá que sea relação com Jeová é um grande privilégio que Deus nos dá. Além disso, quando nos aproximamos de Deus com a oração, podemos fazê-lo com franqueza, mas também com um temor reverencial devido à Pessoa mais importante de toda a criação visível e invisível (Apocalipse 4:11).
Achando o Conhecimento de Deus
Compreensão intelectual e compreensão espiritual
Quando o humano começa a encontrar o conhecimento de Deus, significa que ele está em condições de compreender espiritualmente o que Deus está lhe ensinando. Esse conhecimento mencionado no texto de Provérbios que estamos examinando, é tanto inerente à pessoa de Jeová Deus (Yehowah Elohim), mas também no que Ele quer nos ensinar. Jesus Cristo (Yehoshuah Mashiah), evocou este conhecimento: "Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo" (João 17:3). Este conhecimento de Deus, o Pai e de Seu Filho Jesus, é uma promessa de vida eterna, com a condição que permaneçamos fiéis até o fim (Mateus 24:13). A expressão "absorvam conhecimento de" Deus, com a de Provérbios, chegar ao conhecimento de Deus, descreve um processo espiritual que consiste em estar em fase de compreensão do ensinamento de Deus e de seu Filho Jesus Cristo.
Quando o ser humano se encontra nesta situação espiritual abençoada, o conhecimento de Deus e de Cristo torna-se claro e compreensível: "Naquela ocasião, Jesus disse, em resposta: “Eu te louvo publicamente, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e dos intelectuais, e as revelaste aos pequeninos"” (Mateus 11:25). Caso contrário, o humano falha em alcançar o conhecimento de Deus e de Cristo. Talvez ele tenha acesso aos suportes onde estão escritos os pensamentos de Deus e de Cristo, possa compreendê-los intelectualmente, porém, não os compreende espiritualmente (Veremos, um pouco mais adiante, essa diferença entre esses dois entendimentos, com o exemplo de Saulo de Tarso, que mais tarde seria chamado de apóstolo Paulo).
O meio que Deus nos dá para conhecê-lo e a seu Filho, é a Bíblia, a Palavra de Deus: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra" (2 Timóteo 3:16,17). Mas há outra maneira de conhecer a Deus, observando e compreendendo sua criação.
Achando o Conhecimento de Deus Observando Sua Criação
Não há fala e não há palavras, nenhuma voz se ouve
A segunda maneira de achar o conhecimento de Deus é através do "livro" da criação, que é uma expressão silenciosa da divindade de Jeová Deus, o Criador: "Pois as suas qualidades invisíveis são claramente vistas desde a criação do mundo em diante, porque são percebidas por meio das coisas feitas, mesmo seu sempiterno poder e Divindade, de modo que eles são inescusáveis" (Romanos 1:20). "Os céus declaram a glória de Deus; E a expansão está contando o trabalho das suas mãos. Um dia após outro dia faz borbulhar a fala, E uma noite após outra noite exibe conhecimento. Não há fala e não há palavras; Nenhuma voz se ouve da sua parte" (Salmo 19:1-3).
A natureza ou a criação em geral, é um meio que Deus usa para ensinar os humanos e seus servos em particular. Vejamos algumas dessas recomendações divinas:
"Há quatro coisas que são as menores da terra, mas são instintivamente sábias: as formigas não são um povo forte, no entanto, preparam seu alimento no verão; os procávias não são um povo potente, no entanto, é sobre o rochedo que eles põem a sua casa; os gafanhotos não têm rei, no entanto, todos eles saem divididos em grupos; o geco de muro pega com as suas próprias mãos e está no grandioso palácio do rei" (Provérbios 30:24-28).
"Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; vê os seus caminhos e torna-te sábio. Embora não tenha comandante, nem oficial ou governante, prepara seu alimento no próprio verão; tem recolhido seus alimentos na própria colheita. Até quando, ó preguiçoso, ficarás deitado? Quando é que te levantarás do teu sono?" (Provérbios 6:6-9).
No seu Sermão do Monte, Jesus Cristo disse que seu Pai cuidaria dos que quisessem trabalhar pelos interesses do reino de Deus. Para ilustrar essa garantia, ele mostrou como Deus cuida dos animais e da natureza em geral: "Por esta razão eu vos digo: Parai de estar ansiosos pelas vossas almas, quanto a que haveis de comer ou quanto a que haveis de beber, ou pelos vossos corpos, quanto a que haveis de vestir. Não significa a alma mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Observai atentamente as aves do céu, porque elas não semeiam nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós mais do que elas? Quem de vós, por estar ansioso, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? Também no assunto do vestuário, por que estais ansiosos? Aprendei uma lição dos lírios do campo, como eles crescem; não labutam nem fiam; mas eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestia como um destes. Se Deus, pois, veste assim a vegetação do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vestirá ele tanto mais a vós, ó vós os de pouca fé? Portanto, nunca estejais ansiosos, dizendo: ‘Que havemos de comer?’ ou: ‘Que havemos de beber?’ ou: ‘Que havemos de vestir?’ Porque todas estas são as coisas pelas quais se empenham avidamente as nações. Pois o vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas" (Mateus 6:25-32).
Nos capítulos 38 a 41 de Jó, Jeová Deus usa a descrição de certos aspectos de sua criação para instruir e disciplinar Jó. Por meio de alguns exemplos selecionados, Deus convidará Jó a ser um pouco mais modesto, consciente de sua pequenez e de sua grande vulnerabilidade, diante da imensidão e poder da criação de Deus. Vejamos algumas passagens bíblicas, principalmente com referências de versículos:
Primeiro, Jeová começa seu ensino pedindo firmemente a Jó que o ouça: “Quem é este que está obscurecendo o conselho Por meio de palavras sem conhecimento? Por favor, cinge os teus lombos como um varão vigoroso E deixa-me perguntar-te, e faze-me saber. Onde vieste a estar quando fundei a terra? Informa-me, se deveras conheces a compreensão" (Jó 38:2-4). De fato, basta olhar para cima para ver milhares de estrelas e galáxias criadas há milhões e bilhões de anos (Salmos 8:3,4). Em Jó 38:31-37, Jeová mostra a Jó que ele não tem poder sobre as estrelas, sobre a atmosfera composta de nuvens de diferentes tipos, que ele não é capaz de dirigi-los, nem mesmo a energia do relâmpago. No capítulo 39, Jeová chama a atenção de Jó para o mundo animal, especialmente o selvagem que não precisa de humanos para viver. Jeová diz a Jó que os humanos não podem domar zebras, muito menos touros selvagens (5-12). Podemos continuar essa leitura até o capítulo 41, onde Jeová deixa claro, por muitos exemplos da criação, a pequenez do humano, e que, como tal, ele deve permanecer humilde e modesto.
Portanto, Jeová Deus e seu Filho Jesus Cristo nos encorajam a observar a criação para aprender mais do "temor a Deus" (Provérbios 2:1-9). A ciência (ou ciências) que consiste em observar ou estudar em detalhes certos aspectos da criação de Deus é inseparável da espiritualidade. A ciência se esforça para explicar o "como" e a espiritualidade baseada na Bíblia explica o "porquê". Além disso, a propósito, Jeová Deus, em Sua Palavra a Bíblia indica isso para aqueles que têm a sensação de saber muito: "Eis que estas são as beiradas dos seus caminhos, E que sussurro sobre o assunto se tem ouvido dele! Mas quem pode mostrar ter entendimento do seu poderoso trovão?" (Jó 26:14 compare com Jó 38-41). É um simples convite à modéstia na aquisição do conhecimento espiritual bíblico e das ciências. No livro de Provérbios capítulo 2:1-9, encontramos quatro qualidades necessárias para entender o que significa o temor de Deus e o conhecimento de Deus.
O conhecimento, a compreensão, o discernimento e a sabedoria
Se desejar atingir a madureza cristã requer esforço e paciência, de acordo com este texto de Provérbios, isso só pode ser alcançado com a ajuda de Deus: "Pois o próprio Jeová dá sabedoria; da sua boca procedem conhecimento e discernimento" (Provérbios 2:1-9). Jesus Cristo confirmou que a aquisição de sabedoria que vem de Deus não é absolutamente o resultado de um processo intelectual que acaba com a obtenção de um diploma: "Naquela ocasião, Jesus disse, em resposta: “Eu te louvo publicamente, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e dos intelectuais, e as revelaste aos pequeninos" (Mateus 11:25). Então, antes de obter a sabedoria, devemos humildemente, como o pequenino, a pedir a Deus, com a oração: "Portanto, se alguém de vós tiver falta de sabedoria, persista ele em pedi-la a Deus, pois ele dá generosamente a todos, e sem censurar; e ser-lhe-á dada" (Tiago 1:5).
No entanto, Deus espera de nós, de acordo com o livro de Provérbios, que façamos constantes esforços, tanto para adquiri-la, como para mantê-la: "se persistires em procurar isso como a prata e continuares a buscar isso como a tesouros escondidos" (Provérbios 2: 1-9). Jesus Cristo mostrou que muitas vezes a bênção de Deus é obtida pela força da insistência, que é a manifestação visível que é importante para ele: "Persisti em pedir, e dar-se-vos-á; persisti em buscar, e achareis; persisti em bater, e abrir-se-vos-á. Pois, todo o que [persistir em] pedir, receberá, e todo o que [persistir em] buscar, achará, e a todo o que [persistir em] bater, abrir-se-á. Deveras, qual é o homem entre vós, cujo filho lhe peça pão — será que lhe entregará uma pedra? Ou talvez lhe peça um peixe — será que lhe entregará uma serpente? Portanto, se vós, embora iníquos, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem!" (Mateus 7:7-11).
O conhecimento e a compreensão que vem de Deus
A compreensão mencionada em Provérbios 2:1-9 não está relacionada à simples faculdade inata de compreensão do conhecimento geral. Na Bíblia há exemplos de pessoas que tinham um grande conhecimento dos textos bíblicos, no entanto, que não tinham compreensão do significado mais profundo da mensagem. Tomemos o exemplo do Apóstolo Paulo antes de se tornar um cristão: "Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas educado nesta cidade, aos pés de Gamaliel, instruído segundo o rigor da Lei ancestral, zeloso por Deus, assim como todos vós sois neste dia. E eu perseguia este Caminho até à morte, amarrando e entregando às prisões tanto homens como mulheres, conforme tanto o sumo sacerdote como toda a assembléia dos anciãos me podem dar testemunho. Fui também obter deles cartas para os irmãos em Damasco, e eu estava em caminho para trazer amarrados a Jerusalém também os que havia ali, para serem punidos" (Atos 22:3-5 compare com Mateus 23).
Não podemos negar que Saulo de Tarso, que mais tarde se tornaria o apóstolo Paulo, conhecia a Bíblia e provavelmente melhor do que a maioria dos cristãos que perseguia. No entanto, faltava-lhe o essencial da compreensão que vem de Deus e foi compreender que Jesus era (e é) o Cristo. A narrativa de Atos nos mostra como Deus lhe deu a compreensão por meio de Cristo, fazendo-o literalmente cair as escamas dos olhos: "Saulo, porém, respirando ainda ameaça e assassínio contra os discípulos do Senhor, foi ao sumo sacerdote 2 e pediu-lhe cartas para as sinagogas em Damasco, a fim de trazer amarrados, para Jerusalém, quaisquer que achasse pertencendo ao Caminho, tanto homens como mulheres. Então, na viagem, aproximava-se de Damasco, quando repentinamente reluziu em volta dele uma luz do céu, e ele caiu ao chão e ouviu uma voz dizer-lhe: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Ele disse: “Quem és, Senhor?” Ele disse: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Não obstante, levanta-te e entra na cidade, e ser-te-á dito o que tens de fazer.” Ora, os homens que viajavam com ele ficaram parados sem fala, ouvindo, deveras, o som duma voz, mas não observando nenhum homem. Saulo, porém, levantou-se do chão, e, embora se lhe abrissem os olhos, não via nada. De modo que o levaram pela mão e o conduziram a Damasco. E ele não viu nada, por três dias, e não comeu nem bebeu. Havia em Damasco certo discípulo de nome Ananias, e o Senhor disse-lhe numa visão: “Ananias!” Ele disse: “Eis-me aqui, Senhor.” O Senhor disse-lhe: “Levanta-te, vai à rua chamada Direita, e procura na casa de Judas um homem de nome Saulo, de Tarso. Pois, eis que está orando, e ele viu numa visão um homem de nome Ananias entrar e pôr as suas mãos sobre ele, para que recuperasse a vista.” Mas, Ananias respondeu: “Senhor, eu ouvi muitos [falar] deste homem, quantas coisas prejudiciais ele fez aos teus santos em Jerusalém. E ele tem aqui autoridade dos principais sacerdotes para pôr em laços a todos os que invocam o teu nome.” Mas o Senhor lhe disse: “Vai, porque este homem é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome às nações, bem como a reis e aos filhos de Israel. Pois eu lhe mostrarei claramente quantas coisas ele tem de sofrer por meu nome" (Atos 9:1-19).
Há, portanto, uma diferença entre o conhecimento disponível na Bíblia e a compreensão ou a capacidade de entendê-lo, que é dado por Deus através de Cristo: "Pois “quem veio a conhecer a mente de Jeová para o instruir?” Mas nós temos a mente de Cristo" (1 Coríntios 2:16). Quando uma pessoa entende pela aceitação em seu coração do conhecimento bíblico, pode-se dizer que ela manifesta uma fé de acordo com a vontade de Deus: "A fé é a expectativa certa de coisas esperadas, a demonstração evidente de realidades, embora não observadas. 2 Porque, por meio desta, os antigos receberam testemunho" (Hebreus 11: 1). A palavra "demonstração" em relação à fé pressupõe conhecimento "lógico", mesmo que se refere a realidades que não podem ser vistas.
O conhecimento e o discernimento
O discernimento ou ia perspicâcia é um grau mais alto de inteligência, o que possibilita a compreensão de conhecimentos mais complexos, na espiritualidade bíblica. Na carta inspirada de Paulo aos Hebreus, ele se refere a duas formas de conhecimento, a "doutrina primária" e o "alimento (espiritual) sólido", que é um conhecimento mais complexo. No texto grego, existem duas palavras que se referem a essas duas categorias de conhecimento, respectivamente. Eles estão juntos, na segunda carta de Pedro, as palavras gregas "Gnosis" e "Epignosis": "Benignidade imerecida e paz vos sejam aumentadas pelo conhecimento exato (Epignosis) de Deus e de Jesus, nosso Senhor. (...) Sim, por esta mesma razão, por contribuirdes em resposta todo esforço sério, supri à vossa fé a virtude, à [vossa] virtude, o conhecimento (Gnosis), ao [vosso] conhecimento, o autodomínio, ao vosso autodomínio, a perseverança, à [vossa] perseverança, a devoção piedosa" (2 Pedro 1:2,5,6) .
Nesta tradução da Bíblia, a expressão "conhecimento exato" parece ilustrar a precisão de um conhecimento mais complexo e detalhado. Permite saber quando a palavra grega "Gnosis" (Conhecimento) e "Epignosis" (Conhecimento exato), aparecem no texto por meio desta tradução da Bíblia. No entanto, qualquer conhecimento, não importa quão difícil de compreensão exija, deve ser "exato" (pelo menos para seu possuidor). Portanto, é interessante examinar a definição dessas duas palavras e depois retornar à carta inspirada de Paulo aos Hebreus. A palavra grega "Gnosis" é traduzida como conhecimento no sentido geral (em vários campos) ou ciência (Concordância de Strong (G1108)). O prefixo grego "Epi" (Antes de Gnosis) tem o significado geral de elevação ou direção (Concordância de Strong (G1909)). Portanto, a palavra grega "Epignosis" alude a um conhecimento "superior", que requer um maior grau de inteligência, de discernimento. O significado "direcional" do prefixo "Epi" indica um conhecimento mais especializado e mais detalhado (Concordância de Strong (G1922)). Portanto, a compreensão é para o conhecimento, em geral (Gnosis), o que é discernimento para um conhecimento mais complexo (Epignosis).
No entanto, quando lemos o diálogo entre Deus e Jó, Jeová Deus lhe perguntou sobre diferentes áreas de conhecimento da criação, as ciências, o que implicava um conhecimento geral dessas coisas. Por exemplo, Jeová Deus, nas várias perguntas retóricas que ele fez a Jó, Ele aborda o conhecimento de várias ciências: Jó 38: O arranjo original da terra para receber vida, e seu funcionamento geral, a criação da atmosfera, vento, nuvens, chuva, relâmpagos, geleiras, neve, fronteira entre mar e continentes, rios e sistemas fluviais (canal para inundações), fonte de luz, astronomia através do estudo das constelações. Em Jó 39, 40 e 41, o reino animal é descrito.
Quando Jeová Deus perguntava a Jó sobre essas amplas áreas de conhecimento da criação e da ciência, presume-se que Jó estava em parte familiarizado com suas áreas, fica claro, sem ter o conhecimento abrangente de Jeová Deus. Tudo isso para dizer que provavelmente os contemporâneos de Abraão, Moisés, Jó e os orientais em geral, tinham esse conhecimento geral para poder viver nesses lugares geográficos. Assim, em alguns aspectos, o conhecimento geral ou polivalente (gnosis), pode ser mais vantajoso do que um conhecimento mais especializado (epignosis), sem essa cultura geral. Os dois aspectos do conhecimento, um conhecimento geral (gnosis) e especialidade (epignosis), devem estar associados, tanto no nível individual, como da instrução geral dos povos (ainda que, obviamente, o texto de Jó esteja na lingua hebraica, que não tem a mesma palavra para traduzir, e que, neste caso, deve ser contextualizada, para ter o significado preciso).
Voltando à carta aos Hebreus: "Pois, deveras, embora devêsseis ser instrutores, em vista do tempo, precisais novamente que alguém vos ensine desde o princípio as coisas elementares das proclamações sagradas de Deus e vos tornastes tais que precisais de leite, não de alimento sólido" (Hebreus 5:12). As coisas elementares são citadas: "Por esta razão, agora que temos abandonado a doutrina primária a respeito do Cristo, avancemos à madureza, não lançando novamente um alicerce, a saber, o arrependimento de obras mortas e a fé para com Deus, o ensino de batismos e a imposição das mãos, a ressurreição dos mortos e o julgamento eterno. E isto faremos, se Deus permitir" (Hebreus 6:1-3). O "alimento (espiritual) sólido" está em quase toda a carta inspirada escrita aos Hebreus (capítulos 1-13).
Embora muito interessante, este ensinamento bíblico profundo nem sempre é fácil de entender em primeira leitura, até o ponto que o próprio apóstolo Pedro escreveu sobre as cartas inspiradas de Paulo: "Além disso, considerai a paciência de nosso Senhor como salvação, assim como vos escreveu também o nosso amado irmão Paulo, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando destas coisas, como faz também em todas as suas cartas. Nelas, porém, há algumas coisas difíceis de entender, as quais os não ensinados e instáveis estão deturpando, assim como fazem também com o resto das Escrituras, para a sua própria destruição" (2 Pedro 3:15,16). Apesar do fato de nem sempre ser fácil entender na primeira leitura o ensino bíblico, às vezes muito profundo, todos os cristãos que aspiram alcançar a madureza cristã, especialmente os instrutores da Bíblia, devem fazer um esforço para compreendê-lo. orando pela ajuda de Deus (Mateus 11:25, 1 Coríntios 2:16, Hebreus 5:11-14-6:1-3).
É importante não esquecer o objetivo do conhecimento de Deus em relação à inteligência e ao discernimento, que é buscar encorajar o próximo e o irmão na fé: "O conhecimento enfuna, mas o amor edifica" (1 Coríntios 8:1).
A sabedoria dada por Deus
Em Provérbios 2: 7 há a expressão "sabedoria prática", pôr em prática do "conhecimento". De fato, Jesus Cristo ligava a sabedoria para a prática de conhecimento bíblico, em contraste com o homem insensato, que, tendo este conhecimento, não a levar em conta: "Portanto, todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem discreto, que construiu a sua casa sobre a rocha. E caiu a chuva, e vieram as inundações, e sopraram os ventos e açoitaram a casa, mas ela não se desmoronou, pois tinha sido fundada na rocha. Além disso, todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem tolo, que construiu a sua casa sobre a areia. E caiu a chuva, e vieram as inundações, e sopraram os ventos e bateram contra aquela casa, e ela se desmoronou, e foi grande a sua queda" (Mateus 7: 24-27).
Dado o contexto geral da Bíblia, percebemos que a sabedoria dimensão celestial que não é sempre o resultado dos conhecimentos adquiridos, mas sim um dom divino. Além disso, em Provérbios 2:6 está escrito: "Pois o próprio Jeová dá sabedoria" (Comparar com Êxodo 36:1-4 "Bezalel e Ooliab"). Se de fato a sabedoria de Jeová vem do conhecimento da Bíblia, por sua prática, no entanto, há situações que exigem este raio da sabedoria celestial, que vem direitamente de Deus. Vamos ler dois exemplos: Jesus Cristo e o rei Salomão.
Em uma ocasião, o rei Salomão se viu numa situação sem uma solução humana: "Naquele tempo, duas mulheres, prostitutas, chegaram a entrar até o rei e a ficar de pé diante dele. Então disse uma mulher: “Perdão, meu senhor, eu e esta mulher moramos numa só casa, de modo que dei à luz perto dela na casa. E sucedeu, no terceiro dia depois de eu ter dado à luz, que esta mulher também passou a dar à luz. E estávamos juntas. Não havia estranho conosco na casa, ninguém senão nós duas na casa. Mais tarde, de noite, morreu o filho desta mulher, porque ela se deitara sobre ele. Portanto, ela se levantou no meio da noite e tomou meu filho do meu lado, enquanto a tua escrava dormia, e deitou-o ao seu próprio seio, e seu filho morto ela deitou ao meu seio. Quando me levantei de manhã para amamentar meu filho, ora, eis que estava morto. Portanto, examinei-o de perto, de manhã, e eis que não se mostrou ser meu filho que eu tinha dado à luz.” Mas a outra mulher disse: “Não, mas o meu filho é o vivo e o teu filho é o morto!” Todo o tempo esta mulher estava dizendo: “Não, mas o teu filho é o morto e o meu filho é o vivo.” E continuaram a falar perante o rei. Finalmente, o rei disse: “Esta diz: ‘Este é meu filho, o vivo, e teu filho é o morto!’, e aquela diz: ‘Não, mas o teu filho é o morto e o meu filho é o vivo!’” E o rei prosseguiu, dizendo: “Trazei-me uma espada.” Assim, trouxeram a espada perante o rei. E o rei passou a dizer: “Cortai o menino vivo em dois e dai uma metade a uma mulher e a outra metade à outra.” Imediatamente, a mulher cujo filho era o vivo disse ao rei (pois as suas emoções íntimas estavam agitadas para com o seu filho, de modo que disse): “Perdão, meu senhor! Dai-lhe o menino vivo. De modo algum o entregueis à morte.” Enquanto isso, a outra mulher dizia: “Não se tornará nem meu nem teu. Fazei o corte!” Então respondeu o rei e disse: “Dai-lhe o menino vivo e de modo algum o deveis entregar à morte. Ela é sua mãe.” E todo o Israel chegou a ouvir a decisão judicial que o rei havia proferido; e ficaram temerosos por causa do rei, pois viram que havia nele a sabedoria de Deus para executar decisões judiciais" (1 Reis 3:16-28).
A narrativa e a sua conclusão é a demonstração de que a sabedoria de Deus, não é apenas a aplicação prática do conhecimento bíblico, mas pode ter uma dimensão celestial que numa fração de segundo, sem que sabemos como, Jeová Deus dá a solução, que nenhum humano na terra teria pensado. Essa sabedoria não é o resultado de uma longa carreira como juiz, com uma longa história de deliberações judiciais. Graças à sabedoria divina, o jovem rei Salomão, num piscar de olhos, sabia que decisão tomar para deliberar entre essas duas mulheres. O único poder de sabedoria desta decisão judicial, inspirada por uma sabedoria completamente celestial que vinha de Deus, mergulhou uma nação inteira de vários milhões de habitantes em um temor reverencial desse rei. E falamos sobre isso milhares de anos depois.
Também é interessante notar que quando Jeová dá uma dádiva de sabedoria a um humano, desde que ele permaneça fiel a ele, ele não tira essa dádiva dele, é permanente. Assim, neste caso específico, além da espetacular decisão judicial de Salomão, Deus continuou a dar-lhe essa sabedoria em abundância, na continuação de seu reinado: "E Deus continuou a dar a Salomão sabedoria e entendimento em medida muito grande, bem como largueza de coração, igual à areia que há à beira do mar. E a sabedoria de Salomão era mais vasta do que a sabedoria de todos os orientais e do que toda a sabedoria do Egito. E ele era mais sábio do que qualquer outro homem, [mais] do que Etã, o ezraíta, e Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e veio a ter fama em todas as nações ao redor. E ele podia falar três mil provérbios, e seus cânticos vieram a ser mil e cinco. E falava sobre as árvores, desde o cedro que há no Líbano até o hissopo que brota no muro; e falava sobre os animais e sobre as criaturas voadoras, e sobre as coisas moventes, e sobre os peixes. E vinham de todos os povos para ouvir a sabedoria de Salomão, sim, de todos os reis da terra que tinham ouvido falar da sua sabedoria" (1 Reis 4:29-34). Quando Jeová dá sabedoria, ele a dá abundante e permanentemente.
Jesus Cristo, na terra, tinha um poder de sabedoria diretamente divino e nem sempre diretamente relacionado ao depósito escrito da Bíblia, aqui está um exemplo: "Os escribas e os principais sacerdotes procuravam então, naquela mesma hora, deitar mãos nele, mas temiam o povo; porque percebiam que contara esta ilustração pensando neles. E, depois de o observarem de perto, enviaram homens secretamente contratados para pretenderem ser justos, a fim de que o pudessem apanhar na palavra, para o entregarem ao governo e à autoridade do governador. E interrogaram-no, dizendo: “Instrutor, sabemos que falas e ensinas corretamente e não mostras parcialidade, mas que ensinas o caminho de Deus em harmonia com a verdade: É lícito ou não que paguemos imposto a César?” Mas ele percebia a sua astúcia, e disse-lhes: “Mostrai-me um denário. A imagem e inscrição de quem está nele?” Disseram: “De César.” Disse-lhes ele: “De todos os modos, pois, pagai de volta a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus.” Bem, não foram capazes de apanhá-lo nesta declaração perante o povo, mas, pasmados com a resposta dele, não disseram nada" (Lucas 20:19-26).
A resposta de Cristo veio diretamente do espírito de sabedoria celestial que seu pai lhe tinha fornecido. Haveria muitos outros exemplos que mostram que a sabedoria de Deus é um dom que não é sistematicamente ligado ao conhecimento ou a compreensão das Escrituras. Além disso, em certa ocasião, Jesus disse a seus discípulos: "Mas, quando vos levarem para vos entregar, não estejais ansiosos de antemão sobre o que haveis de falar; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai, porque não sois vós quem fala, mas o espírito santo" (Marcos 13:11). A força ativa de Deus, o espírito santo, deveria ser a energia do poder da sabedoria divina para os discípulos de então.
Portanto, se queremos ganhar sabedoria, devemos pedir em oração a Deus, e praticar em nossas vidas, a Palavra de Deus, a Bíblia: "Mas, seu agrado é na lei de Jeová, E na sua lei ele lê dia e noite em voz baixa. E ele há de tornar-se qual árvore plantada junto a correntes de água, Que dá seu fruto na sua estação E cuja folhagem não murcha, E tudo o que ele fizer será bem sucedido" (Salmos 1:2,3).
O Caminho da solidez do julgamento pela boa consciência, treinada pela Bíblia
"O alimento sólido, porém, é para as pessoas maduras, para aqueles que pelo uso têm as suas faculdades perceptivas treinadas para distinguir tanto o certo como o errado" (Hebreus 5:14). A expressão "faculdades perceptivas treinadas para distinguir tanto o certo como o errado", parece aludir à consciência. Em outra carta dirigida aos cristãos em Roma, o apóstolo Paulo dá uma definição da consciência que decide o certo como o errado: "Pois, sempre que pessoas das nações, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, tais pessoas, embora não tenham lei, são uma lei para si mesmas. Elas é que são quem demonstra que a matéria da lei está escrita nos seus corações, ao passo que a sua consciência lhes dá testemunho e nos seus próprios pensamentos são acusadas ou até mesmo desculpadas" ( Romanos 2:14,15). O apóstolo Paulo define neste texto, uma consciência no sentido geral, como um dom divino para toda a humanidade. Essa consciência precisa ser nutrida mais especificamente dentro da estrutura da familia e na espiritualidade bíblica, na vontade de Deus (2 Timóteo 3:16,17).
Uma questão de consciência
A pessoa que deseja sinceramente agradar a Deus aplicando os princípios bíblicos pode se deparar com situações nem sempre fáceis de tomar a melhor decisão. Por isso é apropriado tomar Jesus Cristo como modelo e mentor, para saber tomar as melhores decisões, principalmente quando os princípios bíblicos colidem. É por isso que, em primeiro lugar, vamos classificar as leis e mandamentos de Deus em várias categorias para entender a escala de prioridades na decisão a ser tomada.
Jesus Cristo mostrou que os mandamentos e as leis de Deus têm um ponto de convergência, amor a Deus e amor ao próximo: "Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mateus 7:12 ; 22:36-40). Jesus Cristo falou deste mesmo ponto de convergência, com palavras diferentes, mas que são aspectos dos mandamentos atemporais de Deus, baseados no amor: "Mas desconsideram as questões mais importantes da Lei, isto é, a justiça, a misericórdia e a fidelidade" ( Mateus 23:23). Portanto, para cada decisão complexa a ser tomada, quando um princípio atemporal (ou eterno) (mandamento) e uma lei circunstancial colidem, é o princípio (mandamento atemporal) que prevalecerá (ilustraremos este ponto um pouco mais adiante).
Vamos falar sobre a diferença entre um mandamento atemporal (princípio) e uma lei circunstancial. Em Gênesis está escrito que Deus proíbe comer do fruto de uma árvore: "Mas, quanto à árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau, não coma dela, porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá" (Gênesis 2:17). Neste texto há dois elementos: o mandamento eterno é a obediência a Deus (não escrito). A lei circunstancial, é não comer o fruto da árvore. Qual dos dois elementos é superior? Se a pergunta pode parecer estranha à primeira vista, ela nos permitirá ter sempre em vista os aspectos mais importantes nas difíceis decisões a serem tomadas, pois, em situações excepcionais, uma lei circunstancial pode colidir com um mandamento atemporal. Claro, nesta situação é a obediência a Deus que é mais importante, enquanto a proibição desta árvore só pode ser temporária, uma vez que uma árvore não é eterna e, além disso, a qualquer momento Deus pode levantar a proibição.
Existem leis circunstanciais atemporais (mandamentos) que não podem mudar (desta vez explicitadas). O melhor exemplo são os dez mandamentos no capítulo 20 de Êxodo. Por que essas leis são "circunstanciais"? Quando Adão não tinha pecado, ele precisava dessas leis? Não, porque ele naturalmente fez o bem, sem necessidade de legislar (ou escrever essas leis) para orientá-lo para uma boa conduta diante de Deus. Foi o aparecimento do pecado no mundo que tornou essas leis necessárias (Romanos 5:12). Em Romanos capítulo 7, está escrito que o pecado faz com que os humanos ajam erradamente diante de Deus. As leis circunstanciais agem como indicadores para agir corretamente diante de Deus. No entanto, quando a humanidade não tiver mais pecado, ao final do reinado milenar de Cristo, essas leis, embora permanentes ou eternas, não precisarão mais fazer parte de um código escrito (ou ser explicitadas) porque a humanidade aplicá-lo naturalmente. Com relação à profecia de Jeremias, sobre o Novo Pacto, está escrito que a lei será escrita nos corações (ou mentes) dos humanos (Jeremias 31:31-33). Atualmente estamos no cumprimento desta profecia em toda a congregação cristã (Lucas 22:20).
Por fim, há a lei circunstancial provisória, por exemplo a Lei mosaica, sob o aspecto das leis dos sacrifícios, nos livros bíblicos de Êxodo a Deuteronômio. O propósito desta Lei era mostrar a necessidade do sacrifício humano, para redimir os descendentes de Adão: "A Lei, portanto, tornou-se o nosso tutor, conduzindo a Cristo, para que fôssemos declarados justos por meio da fé" (Gálatas 3:24). Esses conjuntos de leis, tendo servido o seu propósito, chegaram ao fim (Romanos 10:4).
Agora, vamos ver como Jesus Cristo tomou suas decisões em situações ambíguas ou complexas. Enquanto Jesus Cristo, está na presença de um homem que tem uma mão aleijada, ele faz as seguintes perguntas sobre o sábado: "Depois de partir daquele lugar, entrou na sinagoga deles, e havia ali um homem com a mão atrofiada. Assim, para que pudessem acusá-lo, perguntaram-lhe: “É permitido curar no sábado?” Ele lhes disse: “Se um de vocês tiver uma ovelha, e essa ovelha cair num buraco no sábado, será que não vai agarrá-la e tirá-la dali? Quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Por isso, é permitido fazer algo bom no sábado.” Disse então ao homem: “Estenda a mão.” Ele a estendeu, e ela foi restabelecida e ficou boa como a outra mão” (Mateus 12:9-13). O sábado era o dia em que todo trabalho era absolutamente proibido. No entanto, se um animal e um humano estivessem em perigo, fazia sentido resgatá-los, mesmo no sábado. Nesse caso, foi o princípio atemporal da misericórdia que prevalecia sobre o mandamento do sábado, como Jesus Cristo nos lembrou em Mateus 23:23. O bom senso ajuda a entender onde estão as prioridades nas decisões a serem tomadas (2 Timóteo 1:7).
Outro exemplo bíblico onde uma lei e um princípio podem excepcionalmente colidir. Em Josué capítulo 2 podemos ler que Josué enviou dois espias à cidade de Jericó. Eles se esconderam na casa de Raabe. Mas os soldados bateram em sua porta para perguntar se os espiões estavam em sua casa: "O rei de Jericó foi informado: “Homens israelitas vieram aqui esta noite para espionar a terra.” Em vista disso, o rei de Jericó mandou dizer a Raabe: “Traga para fora os homens que vieram e que estão na sua casa, pois eles vieram para espionar toda a terra.” Mas a mulher pegou os dois homens e os escondeu. Então ela disse: “É verdade, os homens vieram a mim, mas eu não sabia de onde eram. Ao escurecer, quando o portão da cidade estava para ser fechado, os homens foram embora. Eu não sei para onde foram, mas, se vocês forem depressa atrás deles, os alcançarão.” (Mas ela os tinha levado para o terraço e os tinha escondido entre as fileiras de hastes de linho que havia no terraço.)" (Josué 2:2-6). Raabe enfrentou um dilema, ou dizer a verdade e os dois homens teriam perecido, ou não relatar sua presença e salvar suas vidas.
Voltando aos três princípios eternos de Mateus 23:23, misericórdia, justiça e fidelidade, Raabe priorizou o princípio eterno da justiça de Deus, para tomar esta decisão correta: "Da mesma maneira, não foi também Raabe, a prostituta, declarada justa por obras, depois de receber os mensageiros hospitaleiramente e de mandá-los embora por outro caminho?" (Tiago 2:25).
Vamos dar um exemplo final onde esses três princípios eternos foram aplicados sobre a lei do sábado. Esta passagem irá resumir completamente o que foi escrito anteriormente: "Naquela ocasião, Jesus passou pelos campos de cereais no sábado. Seus discípulos ficaram com fome e começaram a arrancar espigas e a comer. Vendo isso, os fariseus lhe disseram: “Veja! Seus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer no sábado.” Ele lhes disse: “Vocês não leram o que Davi fez quando ele e seus homens ficaram com fome? Como ele entrou na casa de Deus, e eles comeram os pães da apresentação, algo que não era permitido comer, nem a ele nem aos que estavam com ele, mas apenas aos sacerdotes? Ou não leram na Lei que, nos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e permanecem sem culpa? Mas eu lhes digo que algo maior do que o templo está aqui. No entanto, se vocês tivessem entendido o que significa: ‘Quero misericórdia, e não sacrifício’, não teriam condenado os inocentes. Porque o Filho do Homem é Senhor do sábado.”" (Mateus 12:1-8).
Agora vamos ver como tomar uma decisão correta, com base em princípios bíblicos dando um exemplo duma pergunta: pode um cristão usar drogas? Uma maneira de ter uma resposta clara e precisa é fazer a pergunta, que decisão Jesus Cristo teria tomado? É interessante notar a decisão que ele tomou no lugar de sua execução: "Deram-lhe vinho misturado com fel para beber; mas, depois de prová-lo, ele se recusou a beber" (Mateus 27:34). Jesus Cristo queria ter o controle de sua mente até sua morte. O uso de drogas age sobre o estado mental, mas também polui o corpo humano. Aqui está escrito na Bíblia: "Portanto, eu lhes suplico, irmãos, pelas compaixões de Deus, que apresentem o seu corpo como sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus, prestando assim um serviço sagrado com a sua faculdade de raciocínio" (Romanos 12:1). O serviço que prestamos a Deus requer um domínio de nosso estado mental usando nossa razão. Nosso corpo e nosso espírito devem ser santos. Com base nesses dois princípios bíblicos atemporais, a santidade e o uso da razão, nos permitem saber qual decisão tomar.
Às vezes, em questões mais complexas, podemos buscar o conselho de cristãos que têm uma longa experiência na aplicação de princípios bíblicos: "Sem orientação perita, o povo cai, Mas com muitos conselheiros há bons resultados" (Provérbios 11:14). É claro que o conselheiro trará os princípios bíblicos com o objetivo de que a pessoa saiba o que deve fazer (sem necessariamente "dizer" a ela o que ela deve fazer, mas sim, levá-la a "entender" o que ela deve fazer com base nos princípios bíblicos envolvidos). O objetivo do conselheiro é ensinar a encontrar os princípios bíblicos para que a pessoa que atinge a madureza, possa ser autônoma em sua capacidade de tomar decisões sobre questões complexas, e não precisar mais, pedir conselhos constantemente (Hebreus 5:14).
Um último ponto, Jesus Cristo mostrou que mesmo que tenhamos razão, às vezes é necessário levar em conta os sentimentos dos outros, para não ser uma pedra de tropeço para os outros. Eis a decisão que Jesus Cristo tomou ao renunciar ao seu direito para não ofender a pessoa: "Depois de eles chegarem a Cafarnaum, os homens que cobravam o imposto de duas dracmas se aproximaram de Pedro e perguntaram: “O seu instrutor não paga as duas dracmas de imposto?” Pedro disse: “Sim, ele paga.” No entanto, quando ele entrou na casa, Jesus falou primeiro que ele: “O que acha, Simão? De quem os reis da terra recebem tributos ou imposto por cabeça? Dos seus filhos ou dos estranhos?” Quando ele disse: “Dos estranhos”, Jesus lhe disse: “Realmente, então, os filhos estão isentos de impostos. Mas, para que não os façamos tropeçar, vá ao mar, lance o anzol e pegue o primeiro peixe que você pescar; quando abrir a boca dele, você achará uma moeda de prata. Pegue-a e entregue-a a eles por mim e por você.”' (Mateus 17:24-27). Jesus Cristo fez Pedro raciocinar que não precisava pagar esse imposto. No entanto, ele não queria fazer tropeçar esses homens que não tinham todas as informações para entender por que ele deveria estar isento desse imposto.
Claro que, no contexto de Hebreus 5:14, as "faculdades perceptivas treinadas para distinguir tanto o certo como o errado" ou a consciência "exercida para distinguir entre o certo e o errado", é o resultado tanto de uma longa experiência de vida baseada na aplicação de princípios bíblicos. Aquele que atingiu a maturez cristã, com base no conhecimento, discernimento, perspicâcia e sabedoria divinos dados por Deus, demonstrará diante de Deus e dos homens que possui uma consciência bem educada e bem exercitada, que faz a diferença entre o certo e o errado, em situações ambíguas, intermediárias e complexas, um pouco como o rei Salomão e como Jesus Cristo. Ao fazê-lo, por seu comportamento cheio de sabedoria divina, ele dará glória a Deus: "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. As pessoas acendem uma lâmpada e a colocam, não debaixo do cesto de medida, mas no velador, e ela brilha sobre todos na casa. Do mesmo modo, deixai brilhar a vossa luz perante os homens, para que vejam as vossas obras excelentes e dêem glória ao vosso Pai, que está nos céus" (Mateus 5:14-16).
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Da indução à dedução e aplicação
Entender e fazer entender
São os três elementos essenciais para facilitar a compreensão e a transmissão do conhecimento a uma pessoa ou um grupo de pessoas, independentemente da área de estudo. Quando um cristão amadurece espiritualmente, deve ser um bom instrutor, imitando a Cristo. Antes de sua ascensão, Jesus Cristo deu a ordem de fazer discípulos, “ensinando a obedecer a todas as coisas", tudo o que ele ordenou (Mateus 28:19,20). Portanto, todos os cristãos, homens e mulheres, devem ser instrutores da Palavra de Deus, da Bíblia, dentro da família, do ministério público da Palavra ou dentro da congregação, para os anciãos ou superintendentes cristãos. Segundo Jesus Cristo, se o instrutor for competente, ele garantirá que o aluno alcance sua estatura espiritual: “O aluno não está acima do seu instrutor, mas todo aquele que for perfeitamente instruído será semelhante ao seu instrutor” (Lucas 6:40).
O instrutor deve garantir que o aluno se torne espiritualmente independente e seja capaz de fazer as mesmas coisas que ele. O apóstolo Pedro estava preocupado em capacitar os membros da congregação a quem escrevia, especialmente os instrutores: “Sempre farei o máximo para que, depois da minha partida, vocês possam por si mesmos relembrar essas coisas" (2 Pedro 1:15). No contexto desta carta, o apóstolo Pedro informava que a sua morte era iminente e era apropriado que os instrutores desta congregação fossem capazes de fornecer um ensino de qualidade. Consequentemente, o aluno bem-ensinado não deve mais depender inteiramente de seu professor.
Um instrutor cristão experiente pode treinar ou instruir outro jovem professor na Palavra de Deus. Por exemplo, o apóstolo Paulo encorajou os cristãos de Corinto a imitá-lo: “Assim, eu os exorto: tornem-se meus imitadores” (1 Coríntios 4:16). O apóstolo Paulo treinou o jovem discípulo Timóteo a tal ponto que acabou ocupando a mesma função que ele, no ministério de ensino da Palavra em diversas congregações, inclusive a de Corinto: “É por isso que lhes envio Timóteo, porque ele é meu filho amado e fiel no Senhor. Ele lembrará vocês do meu modo de fazer as coisas em união com Cristo Jesus, assim como estou ensinando em toda a parte, em todas as congregações" (1 Coríntios 4:17; lendo as duas cartas escritas pelo apóstolo Paulo a Timóteo, podemos ter uma ideia detalhada de seu treinamento).
Na maioria dos países, quando se pretende ser professor, numa escola ou numa universidade, é necessário ter um diploma que servirá como carta de recomendação. Porém, no sistema bíblico, segundo Jesus Cristo e também o apóstolo Paulo, o que constitui o “diploma” de instrutor cristão é o próprio aluno. O apóstolo Paulo escreveu que seus ex-alunos eram suas cartas de recomendação, uma carta de Cristo (como instrutor competente): "Estamos começando a recomendar a nós mesmos novamente? Ou será que precisamos, como alguns, de cartas de recomendação para vocês ou da parte de vocês? Vocês mesmos são a nossa carta, escrita no nosso coração, conhecida e lida por toda a humanidade. Porque é evidente que vocês são carta de Cristo, escrita por nós como ministros, não com tinta, mas com o espírito de um Deus vivente; não em tábuas de pedra, mas em tábuas carnais, em corações” (2 Coríntios 3:1-3). Assim, um bom instrutor tem como diploma a carta de Cristo, quer dizer, o discípulo que se preocupou em ensinar bem, quer individualmente, quer no congregacional.
Os três elementos dum bom ensino são: a ideia geral ou indução, a ideia ilustrada que leva à dedução e a aplicação ou conclusão, que incentiva a colocar em prática o que se aprende. Estes três elementos são encontrados tanto no ensino de Cristo como no dos apóstolos e dos seus discípulos. Veremos alguns exemplos dessa alternância entre a apresentação da ideia geral, a indução e sua ilustração que leva a uma dedução. Se o professor cuidar desses dois aspectos, permitirá que o aluno ou o público compreenda totalmente a ideia e a coloque em prática.
Análise simples de Mateus 6:1-4:
“Tomem cuidado para não praticar sua justiça diante dos homens a fim de ser vistos por eles”: a ideia geral.
“Se fizerem isso, vocês não terão recompensa de seu Pai, que está nos céus”: a consequência da ideia geral.
“Portanto, quando você der algo a um pobre, não toque a trombeta diante de si, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas para serem glorificados pelos homens. Digo a vocês a verdade: Eles já têm plenamente a sua recompensa” : a ilustração da ideia geral, acompanhada duma exortação negativa, do que não deve ser feito.
“Mas, quando você der algo a um pobre, não deixe a sua mão esquerda saber o que a direita está fazendo, para que suas dádivas fiquem em segredo. Então o seu Pai, que observa em secreto, o recompensará”: a ilustração acompanhada duma exortação para aplicar.
Análise simples de Mateus 7:1-5:
“Parem de julgar, para que não sejam julgados”: a ideia geral.
“Pois, com o julgamento com que julgam, vocês serão julgados, e com a medida com que medem, medirão a vocês”: a consequência da ideia geral.
"Então, por que você olha para o cisco no olho do seu irmão, mas não percebe que há uma trave no seu próprio olho? Ou, como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma trave no seu próprio olho? ": a ilustração em forma de hipérbole da ideia geral.
"Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho e depois verá claramente como tirar o cisco do olho do seu irmão": a aplicação da ideia geral sempre na forma desta mesma hipérbole.
Análise simples de Mateus 7:12: a Regra de Ouro.
“Portanto, todas as coisas que querem que os homens façam a vocês, façam também a eles”: esta ideia geral, que atravessou os séculos, está na forma dum provérbio. O que torna esta ideia poderosa é a sua simplicidade que não requer uma ilustração para ser compreendida.
“De fato, isso é o que a Lei e os Profetas querem dizer”: Jesus Cristo explica com uma frase simples que a Regra de Ouro é o princípio básico de toda a Lei Mosaica e dos profetas, o que é em si uma exortação à aplicação.
Análise simples de Mateus 7:13,14:
“Entrem pelo portão estreito": a ideia geral expressa em forma de metáfora, que serve de ilustração.
“Porque largo é o portão e espaçosa é a estrada que conduz à destruição, e muitos entram por ele; ao passo que estreito é o portão e apertada a estrada que conduz à vida, e poucos a acham”: a explicação metafórica de por que é preciso entrar pelo portão estreito, porque leva à vida eterna.
Análise simples de Mateus 7:24-27:
“Portanto, todo aquele que ouve essas minhas palavras e as pratica será como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha”: a ideia geral de pôr em prática o seu ensinamento, na forma, esta vezes, duma alegoria das duas casas construídas em dois solos diferentes.
"E caiu a chuva, vieram as inundações, e os ventos sopraram com força contra aquela casa, mas ela não desmoronou, pois tinha sido fundada sobre a rocha. Além disso, todo aquele que ouve essas minhas palavras e não as pratica será como um homem tolo, que construiu sua casa sobre a areia. E caiu a chuva, vieram as inundações, e os ventos sopraram e bateram contra aquela casa, e ela desmoronou, e foi grande a sua queda": Jesus Cristo explica por que é mais sensato construir a casa sobre a rocha, ou seja, sobre Cristo e seus princípios, e não sobre areia instável. Note-se que na sua aplicação final não sai da história alegórica dando uma explicação correspondente aos diferentes elementos da simples ilustração.
Com estes cinco exemplos, vemos como Jesus Cristo diversificava a sua forma de ensinar, mantendo-se dentro dos três elementos principais do bom ensino, desde a ideia geral ilustrada e acompanhada duma exortação à aplicação. Jesus Cristo, segundo o contexto do Sermão do Monte, ensinava pessoas simples, ou pessoas que não tiveram uma educação superior em Jerusalém. Contudo, através desta análise simples e não exaustiva do modo de ensinar de Cristo, vemos que ele respeitava o seu público transmitindo um ensino de qualidade e de fácil compreensão.
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Entre as cartas dos apóstolos e discípulos de Cristo, contidas nos livros bíblicos, está a carta de Tiago, o irmão menor de Jesus Cristo, que mais se assemelha ao seu modo de ensinar; podemos ver a alternância da ideia geral, ilustrada com uma comparação metafórica, para então chamar à ação. Tiago usa muitas ilustrações como Jesus fez. Ao ler a carta de Tiago, vocês podem compará-la com o Sermão do Monte proferido por Jesus, em Mateus capítulos 5 a 7. É isso que torna esta carta de Tiago muito agradável de ler e fácil de entender.
Na carta de Tiago, capítulo 3, em sua exortação ao uso correto da língua, há esta alternância regular entre a ideia geral e a ilustração que exige aplicação prática: “Não muitos de vocês deviam se tornar instrutores, meus irmãos, pois vocês sabem que nós receberemos um julgamento mais pesado. Pois todos nós tropeçamos muitas vezes. Se alguém não tropeça em palavra, é homem perfeito, capaz de refrear também todo o seu corpo. Se colocamos freios na boca dos cavalos para que nos obedeçam, guiamos também todo o seu corpo. Vejam também os navios: embora sejam grandes e impelidos por ventos fortes, são dirigidos por um leme muito pequeno, para onde o timoneiro deseja ir. Do mesmo modo, a língua é uma parte pequena do corpo, mas se gaba de grandes coisas. Vejam como basta uma chama muito pequena para incendiar uma grande floresta! A língua também é um fogo. A língua representa um mundo de injustiça entre os membros do nosso corpo, pois contamina todo o corpo e incendeia por inteiro o curso da vida; suas chamas vêm da Geena. Pois toda espécie de animais selvagens, de aves, de répteis e de animais marinhos pode ser domada e tem sido domada pelos humanos. Mas nenhum humano pode domar a língua. Ela é indisciplinada e prejudicial, cheia de veneno mortífero. Com ela louvamos a Jeová, o Pai, e com ela amaldiçoamos homens que vieram a existir “à semelhança de Deus”. Da mesma boca saem bênçãos e maldições” (Tiago 3:1-10a).
Através duma série de ilustrações simples, o discípulo Tiago mostra a desproporção entre o pequeno membro do corpo que é a língua e os efeitos desastrosos que ela pode ter. Enquanto com um simples leme podemos dirigir um barco enorme ou com um simples freio dirigir um cavalo que é um animal com grande força muscular, por outro lado, não podemos controlar este pequeno órgão sendo a língua. Então por analogia com uma simples pequena chama, podemos atear fogo numa imensa floresta, da mesma forma este pequeno órgão que é a língua pode causar danos consideráveis tendo, além disso, a possibilidade de comprometer definitivamente o futuro eterno de quem não a domina.
"Meus irmãos, não é correto que as coisas sejam assim. Será que uma fonte faz brotar pela mesma abertura água doce e água amarga? Meus irmãos, será que a figueira pode produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim também a fonte de água salgada não pode produzir água doce" (Tiago 3:10-12). Por meio de três ilustrações simples, o discípulo Tiago mostra que o cristão não deve ter uma divisão da linguagem num uso simultâneo, tanto bom como mau, da língua.
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O discípulo Lucas é um excelente exemplo de rigor na exatidão do ensino. Ele escreveu o evangelho que leva seu nome e o livro de Atos dos Apóstolos. Esta preocupação da exatidão do seu relato emerge claramente na introdução ao evangelho de Lucas: "Muitos se empenharam em compilar um relato dos fatos que recebem pleno crédito entre nós, assim como esses fatos nos foram transmitidos por aqueles que desde o princípio foram testemunhas oculares e proclamadores da mensagem. Assim, eu também, depois de pesquisar todas as coisas com exatidão desde o início, resolvi escrevê-las para o senhor em ordem lógica, Excelentíssimo Teófilo, para que tenha plena certeza das coisas que lhe foram ensinadas oralmente" (Lucas 1:1-4).
O discípulo Lucas era médico (Colossenses 4:14). Além de seu conhecimento das Sagradas Escrituras, ele era muito preciso na história. Por exemplo, ele deu o nome específico duma deficiência ou doença (Lucas 14:2 “E na frente dele estava um homem que sofria de hidropisia”). Contudo, seu rigor nas informações que escreveu não foi apenas nos campos bíblico e médico. Para situar um evento no tempo, ele nomeava com muita precisão as figuras históricas em exercício e as localizações geográficas: "No décimo quinto ano do reinado de Tibério César — quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes era governador distrital da Galileia, seu irmão Filipe era governador distrital da região da Itureia e de Traconites, e Lisânias era governador distrital de Abilene —, nos dias do principal sacerdote Anás, e de Caifás, a declaração de Deus chegou a João, filho de Zacarias, no deserto" (Lucas 3:1,2). Vemos neste exemplo que Lucas ensinava como um historiador. Assim, pelo seu relato, sabemos que o censo ordenado no nascimento do menino Jesus ocorreu durante o reinado de César Augusto (Lucas 2:1). E que o ministério de João Batista começou durante o reinado de Tibério César. O discípulo Lucas permite-nos diferenciar os diferentes imperadores denominados “César”.
O mesmo acontece com os diferentes reis chamados “Herodes”. Herodes, rei da Judéia que reinou no momento do nascimento de João Batista e do menino Jesus. Foi este Herodes quem ordenou o genocídio de crianças do sexo masculino em Belém Efrata (Lucas 1:5; Mateus 2:16-18). Herodes, governante do distrito da Galiléia; foi ele quem ordenou o assassinato de João Batista em sua cela por decapitação (Lucas 3:1; Mateus 14:3-13).
Vemos a sua precisão na história do naufrágio de Paulo na ilha de Malta. Ele usou expressões técnicas de navegação muito precisas, como se ele fosse um marinheiro experiente: “Quando o vento sul soprou suavemente, acharam que seu objetivo já estava alcançado; então levantaram âncora e foram navegando ao longo de Creta, próximo ao litoral. Porém, pouco tempo depois, veio do lado da ilha um vento violento, conhecido como euraquilão, que arrastou o navio com violência, de modo que não era possível manter a proa contra o vento; assim, desistimos e deixamos que o vento nos levasse. Passamos então sob o abrigo de uma pequena ilha chamada Cauda; mesmo assim, mal conseguimos controlar o bote que trazíamos a reboque. Depois de o içarem a bordo, começaram a reforçar o casco do navio, amarrando-o; então, com medo de encalhar em Sirte, arriaram o aparelho, e assim o navio foi levado pelo vento. Como estávamos sendo violentamente sacudidos pela tempestade, no dia seguinte começaram a jogar a carga no mar. E, no terceiro dia, com as próprias mãos lançaram ao mar a armação do navio” (Atos 27:13-19).
Obviamente, Jesus Cristo não espera que seus discípulos tenham a mesma erudição do discípulo Lucas ou do apóstolo Paulo. Contudo, se na apresentação dum ensino particular ou duma palestra pública, o instrutor cristão apresentasse fatos históricos, científicos ou outros, deveria fazer pesquisas a fim de ser preciso na apresentação dos fatos, à maneira do discípulo Lucas.
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Concentremo-nos na forma de ensinar do apóstolo Paulo, que como o discípulo Lucas, tinha uma certa erudição. Ele escreveu 14 cartas (Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filémon, Hebreus). Sua erudição veio dos altos estudos aos pés de Gamaliel: “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas educado nesta cidade, aos pés de Gamaliel. Fui instruído segundo o rigor da Lei de nossos antepassados, sendo zeloso por Deus, assim como todos vocês são hoje” (Atos 22:3). Comparando o seu estilo de ensino com o de Cristo e com as cartas dos apóstolos e discípulos todo, podemos ver uma importante diferença na forma. As cartas do apóstolo Paulo nem sempre são fáceis de entender. Parece que o apóstolo Pedro foi um dos que reconhecia que o que escrevia nem sempre era fácil de entender, pois escreveu: “Falando dessas coisas como faz em todas as suas cartas. No entanto, algumas coisas nelas são difíceis de entender, e essas coisas os ignorantes e instáveis estão distorcendo, assim como fazem também com o restante das Escrituras, para a sua própria destruição” (2 Pedro 3:16). Então, segundo escreveu o apóstolo Pedro, as cartas do apóstolo Paulo nem sempre são fáceis de entender e exigem um mínimo de instrução baseada na Bíblia. Soma-se a esta dificuldade que em suas cartas muitas vezes há raciocínios abstratos, nem sempre fáceis de compreender na primeira leitura (tomaremos alguns exemplos).
O raciocínio abstrato (ou indução) é a capacidade da mente humana de criar ideias, pensamentos. O conceito abstrato não pode ser visto, é um pensamento. Às vezes, para compreender uma ideia abstrata, é necessário ilustrá-la com exemplos concretos e foi isso que o apóstolo Paulo fez, mas não de forma sistemática. A fé, a consciência, o divino, a vida, a morte, o tempo, o bem, o mal, a liberdade, são exemplos de conceitos abstratos fáceis de compreender, mas nem sempre fáceis de definir ao nível concreto. Tomemos simplesmente dois exemplos de conceitos abstratos abordados pelo apóstolo Paulo, em suas cartas, a fé e a consciência (não detalhadamente).
Na carta aos Hebreus ele dá uma definição da fé: “A fé é a firme confiança de que virá o que se espera, a demonstração clara de realidades não vistas. Pois, por meio dela, os homens dos tempos antigos receberam testemunho. Pela fé percebemos que os sistemas de coisas foram postos em ordem pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê veio a existir de coisas que não são visíveis” (Hebreus 11:1-3).
Esta definição da fé, embora lógica, é completamente abstrata e, portanto, precisa ser apoiada por exemplos concretos para que os seus leitores possam compreender plenamente o que ela significa. Foi isso que o apóstolo Paulo fez no restante do capítulo 11, do versículo 4 até o capítulo 12. Cada segmento da sua definição abstrata é ilustrado por um (ou mais) exemplos concretos.
A fé é a firme confiança de que virá o que se espera (ideia abstrata):
"Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício de maior valor que o de Caim. Por meio dessa fé ele recebeu o testemunho de que era justo, pois Deus aprovou as suas dádivas. E, embora esteja morto, ele ainda fala por meio da sua fé. Pela fé Enoque foi transferido para não ver a morte, e não foi achado em parte alguma, porque Deus o havia transferido; pois, antes de ser transferido, ele recebeu o testemunho de que havia agradado a Deus. Além disso, sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem se aproxima de Deus tem de crer que ele existe e que se torna o recompensador dos que o buscam seriamente" (Hebreus 11:4,5). Através destes dois exemplos históricos concretos, isto permite-nos compreender melhor a sua ideia abstrata (acima).
A fé é a demonstração clara de realidades não vistas (ideia abstrata):
"Pela fé Noé, depois de receber aviso divino de coisas ainda não vistas, mostrou temor de Deus e construiu uma arca para a salvação de sua família; e, por meio dessa fé, ele condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que resulta da fé" (Hebreus 11:7). Este é apenas um exemplo histórico concreto que ajuda a compreender melhor a ideia abstrata (acima). Contudo, continuando no capítulo 12, o apóstolo Paulo citou exemplos de personagens que tinham fé em realidades que não eram visíveis. O que significa que o apóstolo Paulo garantiu que o seu raciocínio abstrato fosse plenamente compreendido por exemplos históricos concretos. No entanto, o segundo exemplo mostra que isto não foi sistemático.
O apóstolo Paulo da a definição da consciência das pessoas das nações quando a Lei Mosaica ainda era praticada: “Pois, quando pessoas das nações, que não têm lei, fazem por natureza as coisas exigidas por lei, essas pessoas, embora não tenham lei, são uma lei para si mesmas. Elas mesmas demonstram que têm a essência da lei escrita no coração, ao passo que a consciência delas também dá testemunho, e, pelos seus pensamentos, elas são acusadas ou até mesmo desculpadas” (Romanos 2:14,15). Para compreender o raciocínio abstrato do apóstolo Paulo, neste caso, é necessário examinar o contexto. A ideia principal da definição da consciência é que ela é uma lei interna para todo ser humano, que nos julga, seja nos desculpando, seja nos acusando.
A ideia principal se encontra no versículo 13: “Pois não são os que ouvem a Lei que são justos diante de Deus, mas os que cumprem a Lei é que serão declarados justos”. Os versículos 14 e 15 mostram que partes da lei mosaica estão naturalmente escritas na lei da consciência das pessoas das nações que não conhecem a Bíblia. Por exemplo, nos Dez Mandamentos, existem leis (não todas) que as pessoas das nações seguem naturalmente (Êxodo 20). Nos dez mandamentos há princípios universais inscritos nas consciências humanas aplicados até mesmo por quem nunca leram a Bíblia: honrar o pai e a mãe, não assassinar, não cometer adultério, não roubar, não mentir e não cobiçar o que não nos pertence. Ao evocar a consciência das pessoas das nações que naturalmente fazem essas coisas da lei, enfatiza ainda mais que aqueles que conhecem exatamente a lei de Deus têm a obrigação de observá-la, uma vez que aqueles que não a conhecem ou nunca a leram a observam... O versículo 12 mostra que o julgamento de Deus levará em conta a situação de cada ser humano: “Pois todos os que pecaram sem lei, sem lei também morrerão; mas todos os que pecaram debaixo de lei, por lei serão julgados”.
Neste caso específico, o apóstolo Paulo permanece num raciocínio lógico completamente abstrato, que talvez exija, para alguns (como mencionou o apóstolo Pedro), ser lido e relido muitas vezes para ser plenamente compreendido. Este segundo exemplo mostra que às vezes o apóstolo Paulo permanecia no raciocínio lógico, mas abstrato, sem necessariamente ilustrá-lo com um exemplo concreto, porque sabia que os leitores de sua carta, em Roma, seriam capazes de entendê-la. Paulo reconhecia que a fonte de seu conhecimento da mente de Deus era Cristo: “Pois “quem chegou a conhecer a mente de Jeová, para poder instruí-lo”? Mas nós temos a mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16). Também escreveu um ponto essencial, o de fazer as coisas por amor fraternal: “O conhecimento enche a pessoa de orgulho, mas o amor edifica” (1 Coríntios 8:1).
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O Grande Instrutor
Os escritores das cartas cristãs contidas na Bíblia tiveram Cristo como mentor. O apóstolo Pedro escreveu que Cristo é um modelo cujos passos temos que seguir (1 Pedro 2:21). Mas teve Cristo um mentor? Sim, foi o que declarou: “Em vista disso, Jesus lhes disse: “Digo-lhes com toda a certeza: O Filho não pode fazer nem uma única coisa de sua própria iniciativa, mas somente o que ele vê o Pai fazer. Pois as coisas que Ele faz, o Filho também faz da mesma maneira. (...) Não posso fazer nem uma única coisa de minha própria iniciativa. Assim como ouço, eu julgo, e o meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (João 5:19,30). Jesus Cristo reconhecia que seu Instrutor era seu Pai Celestial, Jeová Deus, o Grande Instrutor. Como escreveu o apóstolo Paulo, Deus usou seu Filho, Jesus Cristo, para explicar seus pensamentos (1 Coríntios 2:16). Tomemos dois exemplos simples para mostrar como Jesus Cristo explicava um ensinamento do seu Pai Celestial, já contido no Antigo Testamento.
Ao ler o Sermão do Monte, Jesus Cristo explicava certos aspectos dos mandamentos da Lei Mosaica dados por Deus a Moisés para o povo de Israel. Contudo, ele ampliou a compreensão de certos mandamentos. Por exemplo, após lembrar um mandamento, ele acrescentava: “Mas eu lhes digo que” (Mateus 5:18,20,28,32,34,39…). Significa isso que Jesus Cristo acrescentava novos pensamentos à Lei de seu Pai Celestial? Embora permanecendo no âmbito da mente de Deus, escritos no Antigo Testamento, ele ampliava sua compreensão.
Por exemplo, sobre os dois mandamentos que condenam o homicídio e o adultério, Jesus Cristo deixou entender que a simples obediência formalista a estas leis não era suficiente. Acrescentou as noções de motivos e intenções que nem sempre podem estar em consonância com esta aparente obediência à lei. Por exemplo, a respeito da lei que proíbe o adultério, eis o que Jesus Cristo disse àqueles que aparentemente respeitariam este mandamento: "Mas eu lhes digo que todo aquele que persiste em olhar para uma mulher, a ponto de sentir paixão por ela, já cometeu no coração adultério com ela” (Mateus 5:28). Cometer o adultério no coração não é visível, é domínio dos motivos e intenções do coração. A respeito da lei que proíbe o assassinato, Jesus Cristo acrescentou este ponto de entendimento: “No entanto, eu lhes digo que todo aquele que continuar irado com seu irmão terá de prestar contas ao tribunal de justiça; e quem se dirigir a seu irmão com uma palavra imprópria de desprezo terá de prestar contas ao Supremo Tribunal; ao passo que quem disser: ‘Tolo imprestável!’ estará sujeito à Geena ardente" (Mateus 5:22). Alguém que está com raiva ou insulta outras pessoas, não cometeu assassinato em si. No entanto, Jesus Cristo vai a montante daquilo que poderia levar ao homicídio doloso, ou seja, o ódio e a raiva prolongada. Por meio destes dois exemplos, vemos claramente que Jesus Cristo não acrescentava nada aos pensamentos de Jeová Deus, mas mostrava como entender melhor os seus pensamentos.
Vejamos outro exemplo de como Jesus Cristo nos ajudou a entender melhor o pensamento de seu Pai a respeito das profecias do Antigo Testamento. Baseado no livro de Daniel (no Antigo Testamento), Jesus Cristo explicou alguns aspectos da profecia sobre os últimos dias que pode ser lida em Mateus 24 e 25, Marcos 13 e Lucas 21. Aqui está o que Jesus Cristo declarou a respeito a destruição da cidade de Jerusalém: "Portanto, quando vocês virem a coisa repugnante que causa desolação, da qual falou Daniel, o profeta, estar num lugar santo (que o leitor use de discernimento), então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes. O homem que estiver no terraço não desça para tirar da sua casa os bens, e o homem que estiver no campo não volte para apanhar sua capa. Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Persistam em orar para que a sua fuga não ocorra no inverno nem no sábado; pois então haverá grande tribulação, como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem ocorrerá de novo" (Mateus 24:15-21).
"Portanto, quando vocês virem a coisa repugnante que causa desolação, da qual falou Daniel, o profeta, estar num lugar santo (que o leitor use de discernimento)": Esta profecia mencionada por Cristo é baseada na passagem de Daniel 9:27b: "E sobre a asa de coisas repugnantes haverá um causando desolação; e até a exterminação derramar-se-á a coisa determinada também sobre aquele que jaz desolado". Teve seu primeiro cumprimento (não mencionado na Bíblia), no ano 66 da nossa era. O general romano Céstio Galo, durante o primeiro sítio contra Jerusalém, entrou parcialmente em Jerusalém, destruindo parte da parede externa do grande templo. No entanto, por razões inexplicáveis, Céstio Galo saiu sem completar o sítio contra Jerusalém. Essa situação inédita permitiu que os cristãos de Jerusalém (os santos), fugissem dela antes de sua destruição no ano 70, pelo general romano Tito. Estes são dois exemplos de como Jesus Cristo baseava-se inteiramente nos ensinamentos de seu Pai Celestial, Jeová Deus, escritos na Bíblia.
Em que sentido Jeová Deus é o Grande Instrutor? É muito difícil responder a esta pergunta de forma sucinta. Podemos simplesmente dizer que a Bíblia é um excelente exemplo do modo de ensino de Jeová Deus. Em primeiro lugar, ele estava preocupado em tornar seus pensamentos acessíveis aos humanos para compreensão, garantindo que os homens os escrevessem. Além disso, os quarenta escritores eram de diferentes estratos sociais. A Bíblia contém ensinamentos históricos, geográficos, demográficos, econômicos, poéticos, comportamentais e proféticos…
Nos capítulos 38 a 41 de Jó, Jeová Deus usa a descrição de certos aspectos de sua criação para instruir e disciplinar Jó. Por meio de alguns exemplos selecionados, Deus convidará Jó a ser um pouco mais modesto, consciente de sua pequenez e de sua grande vulnerabilidade, diante da imensidão e poder da criação de Deus. Vejamos algumas passagens bíblicas, principalmente com referências de versículos: Primeiro, Jeová começa seu ensino pedindo firmemente a Jó que o ouça: “Quem é este que está obscurecendo o conselho Por meio de palavras sem conhecimento? Por favor, cinge os teus lombos como um varão vigoroso E deixa-me perguntar-te, e faze-me saber. Onde vieste a estar quando fundei a terra? Informa-me, se deveras conheces a compreensão" (Jó 38:2-4). De fato, basta olhar para cima para ver milhares de estrelas e galáxias criadas há milhões e bilhões de anos (Salmos 8:3,4). Em Jó 38:31-37, Jeová mostra a Jó que ele não tem poder sobre as estrelas, sobre a atmosfera composta de nuvens de diferentes tipos, que ele não é capaz de dirigi-los, nem mesmo a energia do relâmpago. No capítulo 39, Jeová chama a atenção de Jó para o mundo animal, especialmente o selvagem que não precisa de humanos para viver. Jeová diz a Jó que os humanos não podem domar zebras, muito menos touros selvagens (5-12).
Podemos continuar essa leitura até o capítulo 41, onde Jeová deixa claro, por muitos exemplos da criação, a pequenez do humano, e que, como tal, ele deve permanecer humilde e modesto. O que podemos aprender deste diálogo é que a extensão da mente de Jeová é comparável à imensidão do oceano, tanto na sua horizontalidade como na sua profundidade. O que significa que independentemente do nível de conhecimento que um ser humano tenha sobre o pensamento de Deus, ele permanece na ordem do infinitesimal. Isto é o que está poeticamente escrito no livro de Jó: “E essas são apenas as beiradas dos seus caminhos; O que ouvimos sobre ele é somente um leve sussurro! Então quem pode entender seu poderoso trovão?" (Jó 26:14).
À maneira de Jesus Cristo, se um instrutor cristão quiser se renovar no seu modo de ensinar, tanto fora como dentro da congregação, ele deve ser inspirado pela sabedoria de Jeová Deus, lendo regularmente a Bíblia e meditando nela diariamente, orando para que com essa sabedoria adquira a arte de ensinar (Salmos 1:2,3). Ele também deve estar ciente de que a fonte da sabedoria de Jesus Cristo vem de seu Pai Celestial. Assim, imitar a Cristo é imitar a Jeová Deus, o Pai Celestial.
É importante ter sempre em mente que, seja o que for que ensinemos, devemos fazê-lo por amor fraternal, por aqueles que recebem esse ensinamento e para dar glória ao nosso Pai Celestial, o Grande Instrutor: "Como são profundas as riquezas, a sabedoria e o conhecimento de Deus! Como são insondáveis os seus julgamentos, e impenetráveis os seus caminhos! Pois “quem chegou a conhecer a mente de Jeová, ou quem se tornou seu conselheiro”? Ou “quem primeiro deu algo a ele, de modo que ele lhe deva retribuir”? Porque todas as coisas são dele, e por ele, e para ele. Glória a ele para sempre. Amém" (Romanos 11:33-36).
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Casus Belli mundial contra a Integridade do Corpo Humano na Guerra Mundial NRBQ
(Nuclear, Radiológico, Biológico, Químico)
(Ezequiel 34)
"Filho do homem, profetize contra os pastores de Israel. Profetize aos pastores o seguinte: ‘Assim diz o Soberano Senhor Jeová: “Ai dos pastores de Israel, que só cuidam de si mesmos! Não é do rebanho que os pastores deviam cuidar? Vocês comem a gordura, vestem-se com a lã e abatem o animal mais gordo, mas não cuidam do rebanho. Não fortaleceram as fracas, nem trataram as doentes, nem enfaixaram as que estavam feridas, nem trouxeram de volta as desgarradas, nem foram procurar as perdidas; em vez disso, vocês as dominaram com dureza e tirania. Assim, elas foram espalhadas porque não havia pastor; elas foram espalhadas e se tornaram alimento para todos os animais selvagens. Minhas ovelhas se perderam por todos os montes e por todas as colinas elevadas; minhas ovelhas foram espalhadas por toda a face da terra, sem que ninguém fosse procurá-las, nem fosse buscá-las” (Ezequiel 34:2-6).
O mundo vive atualmente, desde novembro de 2019, de fato, um Casus Belli, uma guerra mundial do tipo NRBQ, contra a integridade do corpo humano dos povos (ovelhas espalhadas). O corpo humano foi criado por Deus e dado como herança divina, para cuidar dele, como um templo em que vivemos e deveria ser habitado pelo espírito de Deus: "Vocês não sabem que são templo de Deus e que o espírito de Deus mora em vocês?" (1 Coríntios 3:16). O nosso corpo e a vida que o anima não pertencem a nenhum estado, nem mesmo a nenhuma entidade religiosa terrestre.
Este Casus Belli mundial contra a integridade do corpo humano, que Deus nos confiou, não é feito com tanques, bombas e canhões. É organizado tendo como contexto o tráfico internacional de vírus militares (saídos dum laboratório do tipo P4 (fabricando oficialmente vírus militares no contexto de guerras do tipo NRBQ)) e com uma propaganda habilmente orquestrada (engenharia social), visando aterrorizar as pessoas ou os povos em geral. O princípio básico desses laboratórios da morte é coletar vírus que são normalmente encontrados na natureza, no reino animal, e são basicamente inofensivos para os humanos; geralmente não são transmissíveis e, se forem, geralmente não são mortais. Esses laboratórios demoníacos trabalham para tornar esses vírus transmissíveis aos humanos por "sequenciamento", um processo extremamente complexo que pode levar vários meses. O objetivo diabólico é obter um "ganho de função", isto é, neste caso de figura, fazer com que este (ou estes) vírus seja mortal para o homem. Ao mesmo tempo, aumentando a letalidade deste vírus militar manufaturado (as referências ou patentes para esses vírus militares podem ser encontradas no NIH GenBank ou em alguns arquivos da OMS (pelo menos duma subsidiária dum, desses países). Aliás, o NIH suprimiu informações dos laboratórios de Wuhan sobre o sequenciamento genético do vírus militar, de acordo com a FOIA do Watchdog (30 de março de 2022)) (O que está acontecendo em Xangai?).
(Crédito Social com Estilo Chinês e a Agenda 2030: a agenda foi adotada pela ONU em setembro de 2015 após dois anos de negociações envolvendo governos e sociedade civil. A Agenda 2030 faz parte de uma ideologia globalista, particularmente nos países da OTAN zona e seus parceiros (Europa Ocidental, Canadá, Austrália e Nova Zelândia...). É nestas áreas do mundo que a ideologia fundamentalista e sectária do "covidismo", que mina a integridade corporal dos povos, se enraizou (A situação em Xangai (China) é uma ilustração disso levado ao extremo e em muitos respeito, pode nos dar um vislumbre futuro desse tipo de ditadura na escala de vários estados unidos, até mesmo do mundo). Situações de “pandemia” global, ou emergência climática, são pretextos prontos para estabelecer uma ditadura, de forma progressiva e oculta, sobre todos os povos. O estabelecimento “voluntário” de “crédito social” na Itália (Bolonha e Roma (final de março de 2022)), é apenas o início deste processo, que faz parte do estabelecimento futuro, latente e perverso, de uma obrigação").
Após a difusão, obviamente "fortuita" (não verificável numa direção como na outra), deste vírus militar letal, segue-se uma campanha da imprensa mundial, que certificará que se trata de um acidente do tipo "fuga", como numa usina nuclear, enquanto um laboratório P4, é um dos lugares mais seguros do mundo. Dirão, por exemplo, que vem do reino animal, sendo uma meia verdade, porque é verdadeiro e falso, portanto falso (verdadeiro + falso = falso). Segue-se uma segunda etapa, essencialmente baseada na engenharia social propagandista, baseada no medo com repetidas mensagens mórbidas e relatos, para assustar as pessoas e primeiro para insistir no fato de que não há remédio médico, nem mesmo nenhuma molécula para poder curar deste vírus militar. A única solução é esperar pela injeção química messiânica que salvará a vida da humanidade.
Este Casus Belli é acompanhado por uma experimentação de terapia gênica em massa em corpos humanos saudáveis, não doentes, em escala internacional, em todos os povos (as ovelhas espalhadas). São produtos químicos injetáveis, de maneira aproximadamente coercitiva (em desafio ao Código de Nuremberg - 1947 (veja os 10 artigos no final da página) (A atual terapia gênica mundial, ainda está oficialmente, em fase de experimentação, portanto, enquadra-se perfeitamente no marco legal do Código de Nuremberg - 1947)). Alguns governantes de nações ou grupos de nações, que ordenam as repetidas injeções desses venenos em corpos humanos saudáveis, têm laços de interesse financeiro conhecidos de todos, diretos ou indiretos.
Este Casus Belli do tipo NRBQ, usa a mídia corrompida pelo dinheiro e coordenada entre si como uma ferramenta de propaganda à la Goebbel (porta-voz do regime nazista de Hitler). É do conhecimento geral a soldo de muitos oligarcas bilionários corruptos, que também influenciam muitos governos (os pastores que só cuidam de si mesmos). O objetivo é de criar uma realidade inventada (surrealidade), de modo a assustar o povo (As ovelhas espalhadas), para desorientá-los psicológica e mentalmente, para fazê-los adotar comportamentos completamente irracionais, por sucessivas decisões contraditórias e mentiras totalmente assumidas. Por meio dessa administração na forma de engenharia social de assédio e tortura mental de longo prazo, esses pastores que só cuidam de si mesmos, obtêm o consentimento por esgotamento nervoso e mental das ovelhas espalhadas, com uma coerção latente (ver Ezequiel 34).
Muitos médicos, enfermeiras, atendentes e empregadas para a limpeza, trabalhando na assistência médica, estiveram na linha de frente para prestar assistência às pessoas afetadas pelo vírus militar. Muitos pagaram por isso com a vida (O que está acontecendo na França em relação aos cuidadores dos hospitais, bombeiros e outras pessoas (ligadas à comunidade médica), suspensos e demitidos sem remuneração por recusar a injeção experimental? (Vídeo apenas em língua francesa)). Jeová Deus e seu Filho, Jesus Cristo, não se esquecerão deles, na hora da ressurreição (Atos 24:15; Hebreus 6:10). Os homens e mulheres corajosos que até agora denunciaram este Casus Belli, pagaram por isso com a vida para alguns, com confinamento solitário e prisão para outros sendo tratados como "conspiradores", termo cunhado, pela CIA em 1965, seguindo a Comissão Warren (relatorio oficial das circunstâncias do assassinato de JFK).
Aliás, as atuais comissões senatoriais são, de fato, verdadeiras peças de teatro mórbidas. Observamos um diabólico interpretação de papéis entre essas comissões de "inquéritos", que fazem um jogo de apuração com as pessoas convocadas e interrogadas, e depois aquelas, ao final, saem como entraram, ou seja, livres para continuar seus atos sórdidos. Essas comissões senatoriais ignoram o papel dos promotores, juízes e tribunais, que deveriam prender e julgar esses assassinos, esses filhos de Josef Mengele, que realizaram essas injeções de genes experimentais de massas, que causaram a morte de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças em todo o mundo e milhões de consequências debilitantes para aqueles que sobreviveram. Esses mentirosos assassinos aplicam a lógica do suicídio coletivo de povos, como Jim Jones e David Koresh, gurus de seitas que não queriam morrer sozinhos, mas que queriam ser acompanhados em sua loucura por suas centenas de seguidores que "se suicidaram". Vivemos também, numa lógica de destruição massiva global, econômica, diplomática, que provoca guerras e destruição de povos. Eles estão na mesma lógica da corrida assassina e precipitada que esses dois líderes da seita.
Como estamos muito próximos da Grande Tribulação, uma profecia do Apocalipse e do livro de Daniel está se cumprindo diante de nossos olhos: "Ele me disse também: “Não sele as palavras da profecia deste rolo, pois o tempo determinado está próximo. Que o injusto continue em injustiça, e que o imundo continue na sua imundície; mas que o justo continue em justiça, e que o santo continue em santidade"" (Apocalipse 22:10,11). "Muitos se purificarão, se embranquecerão e serão refinados. E os maus farão o que é mau, e nenhum dos maus entenderá; mas os que têm discernimento entenderão” (Daniel 12:10). Até que o Rei Jesus Cristo varra esses patifes da face da terra durante a Grande Tribulação (Apocalipse 19:11-21), aqueles que praticam a justiça em seus corações fazem esta oração diariamente ao Pai Celestial, Jeová Deus: "Finalmente, irmãos, persistam em orar por nós, para que a palavra de Jeová continue a se espalhar rapidamente e a ser glorificada, assim como se dá entre vocês, e que sejamos livrados de pessoas más e perversas, pois a fé não é propriedade de todos. Mas o Senhor é fiel, e ele os fortalecerá e os protegerá do Maligno" (2 Tessalonicenses 3:1-3).
Nesta situação diabólica mundial, que ataca a integridade corporal de homens, mulheres e até, também, infelizmente, das crianças, o que deve fazer o cristão que deseja agradar a Jeová Deus e a seu Filho Jesus Cristo?
Jeová pede a todos que cuidem deste templo: "Portanto, eu lhes suplico, irmãos, pelas compaixões de Deus, que apresentem o seu corpo como sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus, prestando assim um serviço sagrado com a sua faculdade de raciocínio" ( Romanos 12:1). Este corpo foi projetado desde o início para um serviço sagrado a Deus, ou seja, para se conformar ao propósito que originalmente pretendia na época da criação de Adão e Eva (Gênesis 1:26-28).
Tomar medicamentos é uma decisão pessoal, pesando os riscos para sua vida. Deve ser feito em um ambiente médico, para ser tratado. Este tratamento não deve ser feito sob coerção governamental ou moral, por exemplo, na estrutura duma congregação. Se fosse esse o caso, essas autoridades governamentais, até espiritual, iriam além do artigo 1 do Código de Nuremberg que proíbe experimentos médicos sob coação (Lembrete: a terapia gênica mundial atual, ainda está oficialmente, em fase experimental, portanto, cai inteiramente no quadro jurídico do Código de Nuremberg - 1947): "O consentimento voluntário do ser humano é absolutamente essencial. Isso significa que as pessoas que serão submetidas ao experimento devem ser legalmente capazes de dar consentimento; essas pessoas devem exercer o livre direito de escolha sem qualquer intervenção de elementos de força, fraude, mentira, coação, astúcia ou outra forma de restrição posterior; devem ter conhecimento suficiente do assunto em estudo para tomarem uma decisão lúcida. (...)” (Extrato do artigo 1 do Código de Nuremberg - 1947).
No contexto atual, os cristãos devem dobrar sua vigilância. Ele deve abster-se de produtos químicos experimentais, especialmente por motivos não relacionados à saúde deles e de seus próprios filhos. Até agora, essas injeções experimentais já causaram a morte de centenas de milhares de pessoas em todo o mundo e deixaram milhares mais gravemente doentes. A maioria dessas injeções de genes é feita por motivos que nada têm a ver com a saúde de adultos e muito menos de crianças; mas sim, sob pretextos não médicos de privilégio, poder ir a restaurantes, boliche ou outros lugares de prazer, justificados por argumentos completamente falaciosos e na forma de chantagem. Outros foram forçados sob pena de perder seus empregos e fonte de renda. O fato de exigir que para ir a um lugar, para que um objeto ou um produto penetre em nosso corpo, não é de forma alguma um ato médico, mas um ato de marcar: como se fosse com os animais, antes de entrar num recinto, é uma violação marcante da dimensão espiritual e sagrada da integridade do corpo humano.
Os pais devem considerar seriamente esta questão, por seus filhos e por eles, em oração para enfrentar esta situação estranha e às vezes angustiante. Os professores da Palavra de Deus devem pensar seriamente, com oração, sobre esta questão porque esta situação não é trivial em espiritualidade bíblica e mais geralmente ética (Romanos 14:12). É perfeitamente normal sentir-se desorientado, perplexo e surpreso ao se deparar com esse ataque extremamente perverso de Satanás, o diabo e seus demônios humanos. Oremos a Jeová Deus, peçamos sua ajuda, Ele é misericordioso. Se pensarmos primeiro que não tomamos a melhor decisão, isso pode acontecer com qualquer pessoa. Jeová Deus vê nossas boas intenções. Sejamos corajosos, confiemos em Jeová Deus e em seu amado Filho Jesus Cristo, e eles nos apoiarão (Provérbios 3:5,6). Não tenhamos medo e sejamos fortes, apoiemos uns aos outros, seja em família, entre amigos ou na congregação, nos amar uns aos outros (João 13:34,35).
Pastores Cristãos, como vocês têm se comportado neste assunto?
O mundo foi vítima duma experimentação global com um produto químico que foi injetado por motivos baseados numa afirmação falsa. Pfizer não teria testado a eficácia de suas vacinas na transmissão do vírus. No entanto, muitos pastores cristãos têm pressionado as ovelhas de sua congregação para que sejam injetadas, com base na falsa afirmação da "vacina" que impediria a transmissão do vírus. Ainda mais grave, essa pressão foi exercida sobre os jovens que, em sua maioria, não corriam perigo se não fossem injetados.
Dezenas de milhares de pessoas morreram como resultado dessa injeção experimental. Milhões de pessoas em todo o mundo tiveram sequelas extremamente graves como resultado dessa injeção experimental. E esse excesso de mortalidade observado nos últimos tempos, mesmo entre os jovens? No entanto, para minimizar a gravidade das sequelas, alguns analisam a situação em termos de estatísticas... Mas para Jeová Deus, a morte dum único ser humano inocente não é de forma alguma uma "estatística"... Em ou seja, se um pastor cristão encorajasse tal injeção experimental, na escala da congregação pela qual ele seria responsável perante Jeová Deus e Jesus Cristo, e que isso teria causado sérias sequelas, ver a morte de apenas uma de suas ovelhas, em que situação ele se encontra diante de Deus e de seu Filho?
Aqui está o que podemos ler em Deuteronômio, a respeito da descoberta do corpo dum homem morto no campo: "Se alguém for encontrado morto em algum campo da terra que Jeová, seu Deus, lhe dá como propriedade, e não se souber quem o matou, seus anciãos e juízes devem sair e medir a distância entre o cadáver e as cidades ao redor. Então os anciãos da cidade que estiver mais próxima do cadáver devem pegar uma novilha do rebanho, que nunca tenha sido usada para trabalhar e que nunca tenha puxado nada com um jugo, e os anciãos daquela cidade devem levar a novilha para baixo, a um vale em que corra água, que não tenha sido lavrado nem semeado, e devem quebrar a nuca da novilha ali no vale. E os sacerdotes levíticos virão, porque Jeová, seu Deus, os escolheu para servi-lo, para proferir bênçãos em nome de Jeová. Eles dirão como devem ser resolvidos todos os casos que envolvem violência. Então todos os anciãos da cidade que estiver mais próxima do cadáver devem lavar as mãos por cima da novilha cuja nuca foi quebrada no vale e devem dizer: ‘Nossas mãos não derramaram este sangue, e nossos olhos não o viram ser derramado. 8Não condene o teu povo Israel, que resgataste, ó Jeová, e não deixe que a culpa pelo sangue inocente permaneça entre o teu povo Israel.’ Então eles não terão culpa de sangue. Assim você eliminará do seu meio a culpa pelo sangue inocente, fazendo o que é certo aos olhos de Jeová" (Deuteronômio 21:1-9).
Para Jeová Deus e seu Filho Rei Jesus Cristo, a morte de até mesmo uma de suas ovelhas congregacionais não é nada trivial de acordo com Deuteronômio 21:1-9. Convém, que em cada congregação cristã, os pastores façam seu exame de consciência, a respeito deste assunto e tirem as consequências... Eles cumprem, sim ou não, ainda as condições de pastores cristãos (Leia 1 Timóteo 3:1-7)?
Código de Nuremberg – 1947
1.O consentimento voluntário do ser humano é absolutamente essencial. Isso significa que as pessoas que serão submetidas ao experimento devem ser legalmente capazes de dar consentimento; essas pessoas devem exercer o livre direito de escolha sem qualquer intervenção de elementos de força, fraude, mentira, coação, astúcia ou outra forma de restrição posterior; devem ter conhecimento suficiente do assunto em estudo para tomarem uma decisão lúcida. Esse último aspecto exige que sejam explicados às pessoas a natureza, a duração e o propósito do experimento; os métodos segundo os quais o experimento será conduzido; as inconveniências e os riscos esperados; os efeitos sobre a saúde ou sobre a pessoa do participante, que eventualmente possam ocorrer, devido à sua participação no experimento. O dever e a responsabilidade de garantir a qualidade do consentimento repousam sobre o pesquisador que inicia ou dirige um experimento ou se compromete nele. São deveres e responsabilidades pessoais que não podem ser delegados a outrem impunemente.
2.O experimento deve ser tal que produza resultados vantajosos para a sociedade, que não possam ser buscados por outros métodos de estudo, mas não podem ser casuísticos ou desnecessários na sua natureza.
3. O experimento deve ser baseado em resultados de experimentação em animais e no conhecimento da evolução da doença ou outros problemas em estudo; dessa maneira, os resultados já conhecidos justificam a realização do experimento.
4. O experimento deve ser conduzido de maneira a evitar todo sofrimento físico ou mental desnecessários e danos.
5. Não deve ser conduzido qualquer experimento quando existirem razões para acreditar que pode ocorrer morte ou invalidez permanente; exceto, talvez, quando o próprio médico pesquisador se= submeter ao experimento.
6. O grau de risco aceitável deve ser limitado pela importância humanitária do problema que o experimento se propõe a resolver.
7. Devem ser tomados cuidados especiais para proteger o participante do experimento de qualquer possibilidade de dano, invalidez ou morte, mesmo que remota.
8. O experimento deve ser conduzido apenas por pessoas cientificamente qualificadas. O mais alto grau de habilidade e cuidado deve ser requerido de aqueles que conduzem o experimento, através de todos os estágios deste.
9. O participante do experimento deve ter a liberdade de se retirar no decorrer do experimento, se ele chegou a um estado físico ou mental no qual a continuação da pesquisa lhe parecer impossível.
10. O pesquisador deve estar preparado para suspender os procedimentos experimentais em qualquer estágio, se ele tiver motivos razoáveis para acreditar, no exercício da boa fé, habilidade superior e cuidadoso julgamento, que a continuação do experimento provavelmente resulte em dano, invalidez ou morte para o participante.